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domingo, 3 de dezembro de 2017

A Parábola Dos Dois Fundamentos - Explicação!

A Parábola Dos Dois Fundamentos

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A Parábola dos Dois Fundamentos é uma das parábolas de Jesus encontrada nos Evangelhos de Mateus (cap. 7:24-27) e Lucas (cap. 6:47-49). Essa parábola também é conhecida como “A Parábola dos Dois Construtores”, ou “A Parábola dos Dois Alicerces”.
Embora existam algumas diferenças entre os textos de Mateus e Lucas, tais diferenças são apenas detalhes de descrição de cada texto, portanto, o ensino é o mesmo, e trata-se da mesma parábola.
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A Parábola dos Dois Fundamentos:

Vamos utilizar o texto do Evangelho de Mateus, mas o texto em Lucas também pode ser utilizado:
Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha;
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia;
E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.
(Mateus 7:24-27)

Contexto Histórico da Parábola dos Dois Fundamentos:

Jesus utilizou essa parábola para concluir Seu sermão (Sermão da Montanha – Mt 5-7, ou Sermão da Planície – Lc 6), logo, diferente de outras parábolas em que Jesus se dirigiu apenas aos discípulos, essa, Jesus pronunciou para uma grande multidão.
As diferenças que podemos notar entre a descrição de Mateus e a de Lucas acorrem, sobretudo, pela distinção dos destinatários. Mateus escreveu para os judeus que viviam em Israel, enquanto Lucas escreveu para os gregos e helenos que viviam na Ásia Menor e na região do Mediterrâneo.
Como Jesus, na ocasião, contou essa parábola para judeus, Ele utilizou elementos comuns aos judeus, ou seja, Jesus descreveu as técnicas típicas de uma construção rural na Palestina daquela época. Como Lucas escreveu para gentios de outra região, ele utilizou uma descrição das técnicas de construção que eram familiares às pessoas para quem ele escrevia. Além disso, ele também levou em consideração as diferenças climáticas e geográficas que existiam entre as regiões para melhor compor a parábola em seu Evangelho. Mesmo com todas essas pequenas diferenças, o significado da Parábola dos Dois Fundamentos permanece o mesmo.
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Explicação da Parábola dos Dois Fundamentos:

Ao analisarmos as características das construções rurais dos dias de Jesus, podemos facilmente entender a ilustração que Jesus utilizou. As casas eram bem diferentes das construções que estamos habituados hoje em dia. As paredes não eram tão sólidas, ao contrário, eram feitas com uma mistura de barro endurecido, de modo que era comum que ladrões furassem as paredes para entrar nas casas (Mt 6:19). O telhado também era frágil, feito com uma mistura de terra e palha, podia tranquilamente ser aberto (Mc 2:3,4).
Algumas pessoas preferiam construir suas casas bem longe do leito de um rio, porém isso também poderia ser um problema, pois era muito importante para o estilo de vida da época, ter um riacho nas proximidades da casa. Isso favorecia a criação de animais, as plantações, e o abastecimento da própria casa. Logo, era preferível construir uma casa perto do leito de um rio, mesmo que ele estivesse seco, pois quando a estação das chuvas chegava, o riacho que se formava garantia a água necessária até mesmo para atravessar o período de seca. Muitas vezes as tempestades também ocasionavam o transbordamento dos rios, principalmente com mudanças climáticas repentinas que são comuns naquela região.
Quando percebermos a fragilidade das construções da época, e consideramos o padrão climático da região, fica nítida a importância que havia no alicerce da casa. O construtor prudente escolhe bem o local onde sua casa será construída. Ele tira a terra solta, cava buracos profundos até encontrar a rocha, e, então, ele constrói o alicerce na rocha (Lc 6:48). Já o construtor insensato não faz nada disso. Ele edifica sua casa na terra árida e solta, em plena areia. O insensato não considera as mudanças climáticas. Ele se ilude com o sol brilhando fortemente no período de seca, e não pensa nas tempestades que certamente virão.
A mensagem principal da parábola é bastante óbvia: o construtor prudente é o que constrói a casa sobre uma base sólida. O próprio Jesus, na introdução da parábola, explica que o significado figurativo do alicerce é “estas minhas palavras” (Mt 7:24; Lc 6:47). Podemos entender que essa expressão “estas minhas palavras”, não se refere apenas ao Sermão do Monte, mas a todas as palavras de Jesus, e, por extensão, a toda Escritura como a infalível Palavra de Deus. Visto que as Escrituras revelam Cristo como Filho de Deus, também é correto dizer que, no significado espiritual da parábola, o próprio Cristo é a Rocha (Is 28:16; 1Pe 2:6; Rm 9:33; 1Co 3:11; 10:4). Jesus também deixa claro que “praticar o Evangelho”, ao invés de apenas ser um “ouvinte”, diferencia o prudente do insensato.

Lições da Parábola dos Dois Fundamentos:

  • Todos nós estamos construindo: nossa própria vida é uma construção. Todos os dias acrescentamos tijolos na nossa edificação. A estrutura da nossa vida vai sendo edificada em cada palavra, em cada pensamento, em cada desejo, a cada atitude e a cada realização. Porém, nem todos são iguais, alguns são prudentes, outros são insensatos.
  • Devemos ser praticantes e não apenas ouvintes do Evangelho: muitas pessoas apenas ouvem a Palavra de Deus, e acham que isso já é o suficiente. Entretanto, o próprio Jesus adverte que é preciso praticá-la. O construtor prudente ouve as palavras de Jesus, e entende que Ele é o único fundamento seguro sobre o qual se deve construir. O Apóstolo Paulo fala exatamente sobre esse princípio:
Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele.
Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.
(1 Coríntios 3:10,11)

  • Só há dois tipos de construtores: geralmente costumamos dividir as pessoas em várias classes, porém Jesus divide os homens apenas em duas: os prudentes e os insensatos (Mt 6:22,23; 7:13-18; 10:39; 13:11-50; 22:1-14; 25:2). Não há uma terceira opção, ou pertencemos ao grupo dos tolos ou ao grupo dos sábios, ou somos ímpios ou somos justos.
  • As diferenças aparecem nas tempestades: enquanto a chuva não cai, o vento não sopra forte, e a correnteza não vem de encontro às casas, ambas parecem idênticas. Enquanto o sol está brilhando, o trabalho do construtor insensato parece ser tão bom quanto o trabalho do construtor prudente. Dentro das próprias igrejas podemos ver esse padrão acontecendo. Às vezes as semelhanças superficiais impressionam. Mas um dia os céus se escurecem, as tempestades acontecem, as chuvas transbordam os rios, e as duas casas são postas a prova. Nesse momento as semelhanças desmoronam junto com a insensatez do construtor que não fez sua edificação sobre a Rocha.
  • Os méritos são de Cristo: algumas pessoas interpretam essa parábola de maneira completamente equivocada. Eles tentam defender um possível mérito, ou colaboração do homem, no processo de salvação. Pensar assim é um erro, e fatalmente culminará em uma salvação por obras, uma doutrina completamente estranha às Escrituras. É fácil perceber que ambos os construtores utilizaram o mesmo material para levantar as paredes e fazer o telhado. Elas eram idênticas superficialmente, talvez eu não ficasse surpreso se a aparência da casa que foi construída sobre a areia parecesse ser mais sofisticada, já que seu tolo construtor não gastou tempo cavando para alicerçá-la na rocha. Mas perceba que não foi a construção em si que manteve uma casa de pé enquanto a outra desmoronava. O segredo estava no fundamento, no alicerce sobre a rocha. Um princípio claro dessa parábola é que o fundamento da bem aventurança eterna do homem não está no próprio homem, e, sim, em Cristo e Suas palavras. O ímpio confia em sua própria capacidade, e acha que isso o livrará. O prudente entende que nenhuma de suas realizações poderá livrá-lo do juízo que virá, mesmo que ele seja um exímio construtor. Diante das provações que vem sobre o justo e sobre o injusto, a capacidade humana é tão transitória quanto a areia. Apenas a Rocha poderá manter sua casa de pé. Apenas os méritos de Cristo poderão satisfazer a justiça de Deus no grande dia do juízo.
Cordialmente,

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