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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

A Parábola das Bodas do Filho do Rei - Explicação!

    A Parábola das Bodas do Filho do Rei

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A Parábola das Bodas do Filho do Rei (ou do Banquete de Casamento) é encontrada no livro de Mateus 22:1-14, e, embora pareça similar com outra parábola encontrada no livro de Lucas 14:16-24, não se trata da mesma parábola, logo não devem ser confundidas. Ao analisarmos as duas parábolas, fica claro que cada uma possui características diferentes e pertencem a ocasiões diferentes no ministério de Jesus.
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A Parábola das Bodas:

Antes de qualquer coisa, vejamos a parábola abaixo:
Então Jesus, tomando a palavra, tornou a falar-lhes em parábolas, dizendo:
O reino dos céus é semelhante a um certo rei que celebrou as bodas de seu filho;
E enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes não quiseram vir.
Depois, enviou outros servos, dizendo: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado, os meus bois e cevados já mortos, e tudo já pronto; vinde às bodas.
Eles, porém, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio;
E os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram.
E o rei, tendo notícia disto, encolerizou-se e, enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade.
Então diz aos servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos.
Ide, pois, às saídas dos caminhos, e convidai para as bodas a todos os que encontrardes.
E os servos, saindo pelos caminhos, ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e a festa nupcial foi cheia de convidados.
E o rei, entrando para ver os convidados, viu ali um homem que não estava trajado com veste de núpcias.
E disse-lhe: Amigo, como entraste aqui, não tendo veste nupcial? E ele emudeceu.
Disse, então, o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, levai-o, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos.
(Mateus 22:1-14)

Explicação da Parábola das Bodas:

O contexto da parábola das Bodas do Filho do Rei é a discussão entre Jesus e as autoridades religiosas judaicas.  Esse embate começou no capítulo anterior (21) após dois eventos importantíssimos: a entrada triunfal e a purificação do templo. Então, sendo questionado pelos religiosos judeus, Jesus usou três parábolas, sendo elas: a Parábola dos Dois Filhos, a Parábola dos Lavradores Maus e a Parábola das Bodas.
Basicamente, o ensino principal de Jesus nessa discussão é que o reino foi rejeitado pelos herdeiros e, portanto, o reino foi oferecido a outros. Essa rejeição pode ser facilmente percebida logo no começo da parábola (versículos 1-6). Note que o rei insistiu por duas vezes, sendo que na última, alguns dos convidados além de rejeitarem o convite ainda mataram os servos do rei que estavam encarregados do convite.
Os versículos 7 e 8 mostram o juízo do rei sobre os convidados iniciais (destruindo-os), e afirmando de forma bem direta que eles não eram dignos. Aqui também podemos notar a gravidade dessa rejeição, bem como a inconsequência dos convidados. Eles estavam rejeitando um convite para o casamento do filho do rei.
No versículo 9, o rei então ordena que os seus servos convidem todas as pessoas que encontrarem no caminho. No versículo 10 podemos ver que agora as pessoas foram à festa, tanto os bons quanto os maus, porém no versículo 11 notamos um homem que não estava com as vestes nupciais, e este foi expulso da festa (22:13).
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Aplicação da Parábola das Bodas:

Podemos destacar os seguintes pontos dessa parábola de Jesus:
  1. Nitidamente a parábola trata inicialmente sobre a questão da rejeição de Israel ao Evangelho. Jesus deixa claro que os judeus foram convidados, mas eles recusaram, fizeram pouco caso da autoridade do Rei, ignoraram o convite, menosprezaram o Filho do Rei e ainda espancaram e mataram os servos que o Rei havia mandado para generosamente convidar-lhes ao reino dos céus.
  2. O convite então foi estendido a todas as pessoas, boas e más, sem distinção. A ordem “ide, pois, às saídas dos caminhos”, originalmente trás a ideia de “transcender os limites da cidade” ou “ir à campo aberto”. Essa é a missão da igreja. Os servos de Deus devem anunciar o Evangelho a todas as pessoas sem distinção (vers. 9).
  3. O fato de receber o convite e até “comparecer”, não significa que tal pessoa esteja inclusa no reino de Deus. Os convidados que realmente entram no reino e participam das bodas possuem vestes adequadas. As vestes referidas nessa passagem foram fornecidas pelo anfitrião, no caso o rei. Não era raro em situações como essa de que, o anfitrião, sendo rico e poderoso, fornecesse a roupa apropriada para que todos estivessem vestidos adequadamente. O fato de ter sido convidado qualquer pessoa reforça esse entendimento.
  4. Se até o versículo 10 a parábola possui um significado mais amplo (grupo de pessoas), a partir do versículo 11 ela se torna extremamente pessoal. Não é mais o grupo de convidados que esta sendo tratado, nem mesmo alguma divisão dentro dele (pessoas boas ou más), mas a individualidade de cada convidado. Note que foram à festa homens bons e maus, porém sobre o convidado que não estava vestido adequadamente nada é dito sobre qual grupo ele se encaixava, apenas que ele não estava vestido adequadamente. Alguns defendem que aquele homem não havia sido convidado, por isso não estava vestido com as roupas de núpcias. Porém, se considerarmos a ordem “convidai a todos” no versículo 9, e a conclusão no versículo 14 de que “muitos serão chamados, mas poucos escolhidos”, parece certo que aquele homem também havia sido convidado.
  5. O ponto anterior reforça a condição de que não depende de méritos próprios. Bons e maus são iguais perante o convite do Evangelho, ou seja, nenhuma conduta, ou obra humana, por mais que seja boa, credencia alguém a entrar no reino de Deus. Esse privilégio é alcançado pelas vestes apropriadas, fornecidas pelo anfitrião, as quais nós, nunca poderíamos adquiri-las pelas nossas próprias forças. Somente quem está vestido com a justificação de Cristo pode estar apresentável diante do Senhor.
  6. Não podemos confeccionar a nossa própria roupa, por mais bonita que ela pareça ser. Aquele homem do versículo 11 é um exemplo claro daqueles que tentam buscar a justificação por meio de obras. São hipócritas, aceitam o convite, comparecem às bodas, passam despercebidos no meio dos convidados, porém não resistem ao olhar do Rei e, não possuem argumentos para justificarem suas loucuras. Porém, aqueles que reconhecem que não são dignos, e sabem que só merecem a condenação, alcançam a misericórdia de Deus, e sentam à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus (Mt 8:11).
  7. Há quem ouviu o convite e se recusou a ir. Há quem ouviu o convite, se recusou a ir e ainda fez mal para quem o convidou. Há também quem ouviu o convite, o aceitou, foi às bodas, porém estava de forma inadequada. No versículo 14 podemos entender que não existe diferença entre nenhum destes. Todos eles são indignos, pertencem aos “muitos chamados” e, para estes, só restam dor e desespero por terem sido excluídos do reino (vers. 14). Mesmo que muitos falem em nome de Deus, expulsem demônios, curem doentes e se infiltrem nas igrejas, isso não significa que eles estão com vestes justificadas. No dia das bodas o Senhor dirá que nunca os conheceu (Mt 7:22,23). Só estarão vestidos realmente com vestes de linho fino (Ap 19:8), aqueles “poucos escolhidos”. Estes, realmente escutaram o chamado “vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos” (Mt 11:28), e foram recebidos com graça, porque foi o Pai quem os trouxe (Jo 6:44) e jamais serão lançados fora (Jo 6:37).
Cordialmente,

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