Supostas revelações manipuladoras.
Preocupo-me com muitos fiéis que infelizmente são manipulados por supostas revelações, visões, sonhos e supostas profecias que estão fora das escrituras e os que as passam acabam colocando-as acima da autoridade da Bíblia, algo que é anticristocêntrico.
Então vamos lá amigos quero levar você mais perto de Deus.
1. Desde a antiguidade, sabe-se e é notório que o sobrenatural exerce fascínio sobre a mente e coração do homem. Nos primórdios as civilizações antigas aspiravam com fervor às orientações divinas. Isto é inerente a raça humana e foi colocado no homem pelo criador. Como disse o romancista russo Fiódor Dostoievski (1821-1881) “existe no homem um vazio do tamanho de Deus”.
2. Quando verdadeiramente este vazio é preenchido pelo próprio Deus, então a paz passa a reinar em nossos corações. A comunhão com Deus e a palavra de Deus são lâmpada e luz para o nosso caminho (Sl 119.105). Suas orientações divinas nos fazem andar em segurança. Mas quando nos afastamos da lâmpada somos atraídos pelo fascínio do sobrenatural, e por vezes, nos deixamos manipular e oprimir em nome da fé e passamos a trilhar o caminho que consequentemente nos levará ao abismo.
3. Ao longo da caminhada cristã e nos laboriosos anos pastorais tenho convivido com muitos crentes sinceros e fiéis. No entanto, alguns deles com as mentes perturbadas pelas falsas manifestações sobrenaturais. As falsas profecias, as supostas revelações e os enigmáticos sonhos e visões causaram estrago em suas vidas e se tornaram incapazes de discernir. Tornaram-se reféns dos “mistérios” que passou a ter autoridade superior ao da Bíblia Sagrada.
4. Por falta de discernimento, por desconhecer as Escrituras, por temer desagradar a Deus, por medo de ser amaldiçoado, pela preocupação de não ser considerado rebelde, estes crentes fiéis e sinceros são manipulados e oprimidos em nome da fé. A manipulação é exercida pelos seus líderes, grupos de oração, laços familiares e até por círculos de amizade.
5. O objetivo dos manipuladores é exercer domínio sobre a fé e a vida destas pessoas. Conheço um casal que nada faz sem consultar uma suposta profetiza. A tal profetiza é sustentada financeiramente por este casal. Eles pagam o aluguel, o condomínio, a feira e os remédios. Em troca ela os enche de profecias e revelações. Manipulados e oprimidos eles temem abandonar tal conduta e serem amaldiçoados.
6. O caso acima não é isolado, existem situações similares em todo o país e também pelo mundo. Igrejas há em que o líder é o manipulador. Profecias e revelações são frequentemente usadas para manter os crentes congregando e dar o ar de “espiritualidade” nos cultos. Quando alguém discerne que tem algo errado na igreja, surgem profecias para convencê-lo do contrário. Acuado, cheio de dúvidas e temeroso de ser rebelde permanece submisso ao sistema. O círculo vicioso perdura até que as amarras sejam soltas. Até que a palavra volte a ser a única lâmpada para o caminho que conduz a vida.
7. Para elucidar esta situação e auxiliar os que estão atemorizados e amedrontados em suas dúvidas, passaremos a análise de alguns dos tantos textos bíblicos pertinentes ao assunto:
a) O Espírito Santo não pode ser restringido, mas tudo deve ser examinado: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem” (1Ts 5.19-21
b) Não se pode crer em todo o espírito, mas tudo deve ser provado: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1Jo 4.1)
c) As Profecias e seu conteúdo devem ser julgadas pela igreja: “E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos” (1Co 14.29-32,33)
d) É preciso discernir se a profecia não é resultado de suborno (ofertas, doações, vaidades e outros): “E percebi que não era Deus quem o enviara; mas esta profecia falou contra mim, porquanto Tobias e Sambalate o subornaram” (Ne 6.12)
e) É preciso discernir se o objetivo da profecia não é o de servir de cobertura a suposta autoridade espiritual de um líder (Muitos procedimentos contrários a palavra de Deus são autenticados por falsas profecias): “Os seus sacerdotes violentam a minha lei, e profanam as minhas coisas santas; não fazem diferença entre o santo e o profano, nem discernem o impuro do puro... E os seus profetas têm feito para eles cobertura com argamassa não temperada, profetizando vaidade, adivinhando-lhes mentira, dizendo: Assim diz o Senhor DEUS; sem que o SENHOR tivesse falado” (Ez 22.26,28
f) É preciso discernir se a igreja é guiada pela Palavra de Deus ou por revelações e profecias (Quando se ensina errado é possível contestar com a Palavra. E quando se diz que é profecia? Como contestar? Por isso muitos líderes preferem não ensinar a palavra e dominam o povo com supostas revelações): “Os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam pelas mãos deles, e o meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto?” (Jr 5.31) “Porquanto fizeram loucura... e anunciaram falsamente, em meu nome uma palavra, que não lhes mandei, e eu o sei e sou testemunha disso, diz o SENHOR” (Jr 29.23)
g) É preciso perceber se a igreja ou o líder faz uso de todos os meios para angariar ofertas. Normalmente uma suposta revelação ou profecia confirma a ação. Quando a fé é usada como fonte de lucro somos orientados a nos apartar dos tais: “Contendas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele” (1Tm 6.5-7)
h) É preciso discernir se o líder quer controlar a vida e as ações das pessoas para manter os fiéis sob cabresto de falsas revelações e assim garantir sua autoridade, seu prestígio, seu salário e conforto: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho. E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível coroa da glória” (1Pe 5.2-4)
8. Amado (a) leitor (a), diante do exposto fica evidenciado que quando uma pessoa profetiza não quer dizer necessariamente que suas palavras estão aprovadas por Deus. Os dons espirituais são concedidos pelo Espírito e não são obtidos por mérito. Portanto não se impressione com os que levantam a voz falando “mistérios” e entregando revelações. Peça a Deus discernimento e não se deixe manipular ou oprimir com falsas manifestações sobrenaturais.
Reflita acerca disso!
Por Jhony Ribeiro
Cordialmente,