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terça-feira, 30 de maio de 2017

O QUE É PNEUMATOLOGIA? APROVEITE E CONHEÇA!

   PNEUMATOLOGIA – A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

O Espírito Santo é uma das pessoas da Trindade Divina, sendo constituído da mesma essência da divindade e plenamente Deus, como Deus o Pai e Deus o Filho. A palavra espírito tem sua origem no hebraico – RUAH – ou no grego – PNEUMA – de onde vem a palavra pneumatologia, a doutrina do Espírito Santo.
As doutrinas da Trindade e das pessoas da divindade não são passíveis de entendimento racional pela mente do homem finito, mas são claramente reveladas pela Escritura. Por este motivo, é necessário buscar a confirmação bíblica de todas as afirmações referentes ao estudo da doutrina do Espírito Santo, a pneumatologia.
O Pai e o Filho são termos que indicam relacionamento, da mesma forma, o Espírito Santo é assim chamado pela sua natureza e pela sua operação como a causa da regeneração e santificação dos homens. O Filho é a perfeita imagem de Deus, e o Espírito é a operação do poder de Deus.
A natureza e ofício do Espírito:
Natureza: O Espírito não é uma emanação ou manifestação do poder de Deus, mas uma pessoa eterna e coexistente na essência do Deus único da Trindade Divina, ele é infinito, perfeito e santo possuindo todas as qualidades e atributos divinos em posse de sua pessoa, sendo distinto do Pai e do Filho em uma essência única que é o Deus da Escritura.
2 Coríntios 3,17: “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”.
O Espírito de Deus é referido já no segundo verso da bíblia e em várias partes do Velho Testamento, porém os hebreus consideravam o Espírito como uma emanação de Deus ou como a simples presença ou o poder de Deus. O Espírito não deve ser visto como criado ou simplesmente emanando ou emanado do poder de Deus, mas como uma pessoa divina coeterna e coexistente com Deus. O Espírito pairava sobre o caos, transformando a matéria criada em um universo ordenado conforme a vontade de Deus.
Gênesis 1,2: “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas”.
Ofício: O Espírito executa no mundo criado as decisões de Deus, sempre procedente do Pai e do Filho. Ele é a fonte de toda a vida, ele habita no crente e provê a preservação de sua salvação, toda a inteligência dos seres vivos, desde a estrutura genética das plantas e animais microscópicos até o mais sofisticado cientista, tem sua fonte única na onipresença e onisciência do Espírito de Deus, a matéria é inanimada e só possui vida, movimento e intelectualidade através do Espírito, sempre provindo do Pai e do Filho.
Salmo 104,29-30: “Se ocultas o rosto, eles se perturbam; se lhes cortas a respiração, morrem e voltam ao seu pó. Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra”.
As operações gerais do Espírito referem-se às obras da criação e providência, pelas quais ele origina, mantém e dirige toda a vida natural, concedendo dons e restringindo o poder do pecado na realização do plano eterno de Deus. As operações especiais do Espírito referem-se à operação da redenção onde ele aplica a obra de Cristo nos escolhidos do Pai, concedendo, unicamente pela graça, os dons da fé, do arrependimento e preservando a salvação, pela sua comunhão permanente, durante toda a vida terrena do crente.
Romanos 8,11: “Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita”.
Cristo é a luz do mundo, dele emana todo o conhecimento de homens e anjos, salvos ou caídos, mas o Espírito é quem distribui estes dons, sendo a origem e razão da vida intelectual em toda a terra. O Espírito se relaciona com o homem através da mente extracorpórea, entende-se aqui a mente como a alma (espírito), que constitui juntamente com o corpo a unidade psicossomática do homem. O Espírito opera a natureza racional do homem através da alma, esta ação do Espírito é geral para toda a humanidade e não se relaciona com a ação santificadora que exerce nos regenerados para a preservação de sua salvação.
Jó 32,8: “Na verdade, há um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz sábio”.
Jó 35,10-11: “Mas ninguém diz: Onde está Deus, que me fez, que inspira canções de louvor durante a noite, que nos ensina mais do que aos animais da terra e nos faz mais sábios do que as aves dos céus?”.
Esta sabedoria referida nestes versos, no livro de Jó, pode ser a sabedoria secular: cientistas, artistas, técnicos e enfim, todas as qualidades intelectuais que fazem o homem sábio em suas atividades no mundo.
O dom artístico e especial também provém do Espírito.
Êxodo 31,2-5: “Eis que chamei pelo nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, de habilidade, de inteligência e de conhecimento, em todo artifício, para elaborar desenhos e trabalhar em ouro, em prata, em bronze, para lapidação de pedras de engaste, para entalho de madeira, para toda sorte de lavores”.
A habilidade política e administrativa também é concedida pelo Espírito, como se pode ver em Moisés, Josué, nos Juízes, em Gideão e todos os líderes do povo judaico e também de outros povos, como por exemplo: Ciro e Dario.
Números 27,18: “Disse o SENHOR a Moisés: Toma Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe-lhe as mãos”.
Ofício do Espírito na redenção do homem:
A encarnação: O corpo de Cristo no ventre da virgem foi gerado pelo poder de Deus através do Espírito Santo.
Lucas 1,35: “Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus”.
A natureza humana de Cristo: Os dons da natureza humana de Cristo foram elevados a um patamar superior ao de todos os homens da história da humanidade através da ação do Espírito.
João 3,34: “Pois o enviado de Deus fala as palavras dele, porque Deus não dá o Espírito por medida”.
O profeta Isaías já profetiza este fato alguns séculos antes:
Isaías 42,1: “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios”.
A revelação: o Espírito é o único revelador da verdade divina, todos os profetas falaram pelo Espírito, todos os escritores bíblicos foram inspirados pelo Espírito e toda a revelação da Palavra aos eleitos de Deus é feita através do Espírito.
Miquéias 3,8: “Eu, porém, estou cheio do poder do Espírito do SENHOR, cheio de juízo e de força, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel, o seu pecado”.
É preciso lembrar sempre que a ação salvadora e preservadora do Espírito é proveniente da graça de Deus e da redenção adquirida por Cristo, sendo que o Espírito atua procedente do Pai e do Filho, toda a ação da salvação e da revelação da Palavra é obra da Trindade Divina, operada pelo Espírito em pleno consenso dentro da Trindade.
Lucas 11,13: “Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”.
A verdade de Deus: toda a verdade é revelada pelo Espírito, que transmite este conhecimento aos homens em maior ou menor grau, conforme os dons definidos pela graça de Deus, mas também pode trazer aos reprovados a operação do erro, afim de que não vejam, não ouçam e não sejam salvos. Os réprobos, todavia, não necessitam da operação do erro para que não venham a crer, pois o homem natural não discerne as coisas de Deus e nem pode conhecê-las, pois elas somente se conhecem através do Espírito.
1 Coríntios 2,14: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”.
O ofício geral da redenção: todas estas funções do Espírito conduzem a uma atividade particular na redenção do homem que pode ser definida como: transmitir o conhecimento, convencer o mundo do pecado, aplicar o dom da fé em Cristo aos eleitos justificados, regenerar o homem e preservar sua salvação, trazer o arrependimento e a necessidade de mudança de vida, unir os crentes a Cristo e a si mesmos através da igreja.
A restrição do pecado: esta também é uma importante função do Espírito onde ele atua restringindo a possibilidade de homens e anjos caídos realizarem todo o mal que pretendem.
Pode-se ver, desta forma, que o Espírito Santo é o operador de toda a verdade, da santidade, da consolação e preservação dos eleitos e da igreja, assim como o equilíbrio do mundo pela restrição da maldade pretendida pelos réprobos e anjos caídos.
A DOUTRINA DO ESPÍRITO NA IGREJA CRISTÃ
Os cristãos primitivos, até o início do quarto século, acreditavam que havia um Espírito Santo, da mesma natureza do Pai e do Filho, pelo qual eles eram, por meio de Cristo, reconciliados com o Pai. Os crentes confessavam esta fé no ato do batismo e no recebimento da bênção apostólica. Não havia entre os teólogos da época uma definição da pessoa e ofício do Espírito Santo, mas no século terceiro a controvérsia ariana tomou vulto, e o Concílio de Nicéia, em 325 d.C. e logo em seguida o Concílio de Constantinopla, em 381 d.C. foi convocado para definir a doutrina do Espírito Santo.
O Credo Apostólico afirma simplesmente: Creio no Espírito Santo, estas mesmas palavras foram afirmadas no Credo Niceno, mas no Credo de Constantinopla, ficou definida a doutrina do Espírito, com a seguinte forma:
“Creio no Espírito Santo, o divino, o doador de vida, que procede do Pai, o qual deve ser adorado e glorificado com o Pai e com o Filho, e o qual falou pela boca dos profetas”.
O Credo Atanasiano, que veio logo em seguida afirma que:
“O Espírito é consubstancial com o Pai e com o Filho, é eterno e não criado, onipotente, igual em majestade e glória e procede do Pai e do Filho”.
As afirmações do Credo de Constantinopla, complementadas pelo Credo Atanasiano, permanecem até hoje como norma de igreja cristã, sendo todas as variações assumidas pelos arianos, sabelianos, socinianos, arminianos e dispensacionalistas consideradas heréticas e abomináveis a Deus e à igreja de Cristo.
A personalidade do Espírito
A personalidade, ou pessoalidade, do Espírito Santo somente é abordada com clareza no Novo Testamento, mas existem várias afirmações deste fato no Velho Testamento que não foram reveladas aos hebreus como manifestações pessoais, eles consideravam o Espírito como uma emanação do poder de Deus.
Na criação do mundo, de acordo com livro do Gênesis, além do segundo verso, onde o Espírito paira sobre o caos, Deus manifesta claramente a pluralidade de pessoas na sua essência.
Gênesis 1,26: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra”.
Gênesis 11,7: “Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem de outro”.
AS PROFECIAS SOBRE O ESPÍRITO SANTO NO VELHO TESTAMENTO
Existem no Velho Testamento profecias sobre a obra do Espírito Santo e o ministério de Jesus Cristo.
A unção do Espírito:
Isaías 61,1: (*) “O Espírito (RUAH) do SENHOR (YAHWEH) Deus (ADONAI) está sobre mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados”.
(*) Também fica definida, neste verso, a pluralidade de Deus, as três pessoas da divindade são apresentadas de forma distinta e pessoal.
O conhecimento:
Isaías 11,1-2: “Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do SENHOR.
A salvação do povo de Deus:
Isaías 44,3: “Porque derramarei água sobre o sedento e torrentes, sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção, sobre os teus descendentes”.
A regeneração:
Ezequiel 36,27: “Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis”.
O Pentecostes:
O profeta Joel prevê o derramamento do Espírito no dia de Pentecostes.
Joel 2,28-29: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões; até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias”.
A PROMESSA DO ESPÍRITO NO NOVO TESTAMENTO
Antes de sua morte, Jesus prometeu que ele e o Pai enviariam a seus discípulos outro consolador, ou paráclito (Parakletos) - o Espírito Santo - um ajudador e conselheiro que daria continuidade à obra de Cristo. O fato de Jesus prometer outro paráclito indica que Jesus foi o primeiro deles e promete outro que irá proceder à aplicação e manutenção de sua obra, em seu nome e como um dom de Deus, infundindo e mantendo no crente justificado a fé e o arrependimento para a vida, necessários à salvação. O ministério do Espírito Santo é um ministério relacional e pessoal, o que implica na pessoalidade do Espírito.
João 14,16-17: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós”.
Após sua ressurreição Jesus coloca o Espírito sobre os apóstolos, afim de que o recebessem, como um dom de Deus, para a realização da obra a eles destinada. Pode-se observar claramente pela Escritura, que os apóstolos somente venceram o seu medo e timidez após a ressurreição. A obra dos apóstolos é a continuação da obra de Jesus, motivo pelo qual ele os envia no poder do Espírito.
João 20,22: “E, havendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”.
Os apóstolos não receberam somente a ousadia através do Espírito, mas também foram guiados pela instrução do Espírito em seu ministério.
João 16,13-14: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar”.
O Pentecostes
O dia de Pentecostes é o dia da comemoração da colheita, era uma data festiva comemorada pelos judeus cinquenta dias após a páscoa, sendo uma festa importante no calendário judaico. Este foi o dia em que os primeiros cristãos receberam o Espírito publicamente, como demonstração do poder de Deus, falando em línguas diversas que eram entendidas pelos judeus de diversas localidades que haviam vindo a Jerusalém para a festa.  Este foi um milagre de Deus, e, como todo o milagre, teve uma finalidade específica e determinada, demonstrando aos presentes o poder de Deus em Cristo através do Espírito para a salvação daquele que crê, tanto gentios como judeus.
Pode-se notar claramente nos versos abaixo, no livro de Atos, que as línguas faladas neste dia eram perfeitamente inteligíveis às pessoas presentes, tratando-se de línguas utilizadas usualmente em diversos outros países e regiões, línguas oficiais e reconhecidas pelos visitantes presentes como linguagem corrente em seus países de origem. Não se pode utilizar estes versos para justificar o falar em línguas que se vê hoje nas igrejas pentecostais, que não passam de grunhidos e sons grotescos e ininteligíveis, constituindo nada mais que superstição grosseira que desonra a igreja de Cristo.
Atos 2,4-6: “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem. Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua”.
João Batista profetizou que Jesus batizaria com o Espírito, este fato havia sido previsto no Velho Testamento pelo profeta Joel e Jesus tinha repetido a promessa. O Pentecostes selou de forma definitiva o final da era do Velho Testamento e marcou o início do cristianismo. A partir do derramamento do Espírito no Pentecostes, o desenvolvimento do ministério cristão recebeu um avivamento formidável que o levou a todos os povos do mundo conhecido naquela época.
Colossences 1,6: “Que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade”.
A pessoalidade do Espírito Santo:
O Espírito Santo é descrito na Escritura como uma pessoa, tanto quanto o Pai ou o Filho. A negação da pessoalidade ou divindade do Espírito se constitui em heresia grave, pois nega a Trindade Divina e como consequência todo cristianismo. Por outro lado, existe hoje na igreja evangélica grande abuso no relacionamento com o Espírito nas religiões pentecostais e carismáticas.
É necessário muito cuidado com as referências e relações com o Espírito, não é possível ter muito ou pouco de um ser infinito, também não é possível a um ser onipresente estar em um lugar e não estar em outro, também não é possível a um ser onipotente estar em algum lugar com muito poder e em outro com menor poder, não se deve esquecer que o Espírito é Deus e usar o seu nome em vão é desobedecer aos mandamentos divinos, principalmente ao terceiro, que é o único mandamento que vem com advertência.
Êxodo 20,7: “Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”.
Nenhuma igreja ou denominação detém o poder de manipular o Espírito pretendendo fazer uso de seu poder em batismos, curas ou qualquer outra atividade, o batismo é em o nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo e não no Espírito.
João 3,8: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”.
Provas bíblicas da pessoalidade do Espírito Santo:
O Espírito Santo Fala:
Atos 8,29: “Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima-te desse carro e acompanha-o”.
O Espírito Santo ensina:
João 14,26: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”.
O Espírito Santo busca:
1 Coríntios 2,10: “Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus”.
O Espírito Santo testemunha:
João 15,26: “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim”.
O Espírito Santo determina:
1 Coríntios 12,11: “Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente”.
O Espírito Santo intercede:
Romanos 8,27: “E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos”.
O Espírito Santo se aborrece:
Efésios 4,30: “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção”.
Estas afirmações somente podem ser dirigidas a um ser pessoal.
A divindade do Espírito Santo
O Espírito Santo é representado na Escritura como possuindo a autoridade e os atributos divinos, os Pais da Igreja nunca apresentaram dúvidas quanto à divindade do Espírito e também concordam com o fato de que ele é uma pessoa.
No velho testamento as realizações de Deus e do Espírito são usadas frequentemente de forma intercambiável.
Salmo 51,11: “Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito”.
Salmo 104,30: “Envias o teu Espírito, eles são criados, e, assim, renovas a face da terra”.
A bênção apostólica:
2 Coríntios 13,14: “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”.
A fórmula batismal:
Mateus 28,19: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.
O Espírito Santo é eterno:
Hebreus 9,14: “Muito mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!”
O Espírito Santo é Onipresente:
Salmo 139,7: “Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?”
Deixar de reconhecer a divindade do Espírito Santo é perverter e deturpar a doutrina da Trindade, perdendo-se assim o conhecimento do verdadeiro Deus. Não há serviço ou louvor verdadeiro quando o Deus da Escritura não é cultuado: o Deus da Trindade Divina.
Oséias 6,6: “Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos”.
As obras de Deus são realizadas pelo Espírito:
Criação:
Jó 33,4: “O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida”.
Encarnação:
Mateus 1,18: “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo (*)”.
(*) Pelo poder de Deus, através do Espírito Santo.
Regeneração:
João 3,5: “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”.
A nova vida:
Romanos 8,11: “Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita”.
As profecias:
2 Pedro 1,21: “Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”.
Vê-se ainda que no livro de Isaías, onde ele apresenta o SENHOR dos exércitos falando, o apóstolo Paulo reapresenta estes mesmos versos no livro de Atos como o Espírito assumindo esta fala;
Isaías 6,5-9: “Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR dos Exércitos! Então, um dos serafins voou para mim, trazendo na mão uma brasa viva, que tirara do altar com uma tenaz; com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado, o teu pecado.  Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim. Então, disse ele: Vai e dize a este povo: Ouvi, ouvi e não entendais; vede, vede, mas não percebais”.
Atos 28,25-26: “E, havendo discordância entre eles, despediram-se, dizendo Paulo estas palavras: Bem falou o Espírito Santo a vossos pais, por intermédio do profeta Isaías, quando disse: Vai a este povo e dize-lhe: De ouvido, ouvireis e não entendereis; vendo, vereis e não percebereis”.
Novamente em Isaías, onde Deus foi contristado, o Espírito foi contristado e se tornou em inimigo pelejando contra eles.
Isaías 63,7-10: “Celebrarei as benignidades do SENHOR e os seus atos gloriosos, segundo tudo o que o SENHOR nos concedeu e segundo a grande bondade para com a casa de Israel, bondade que usou para com eles, segundo as suas misericórdias e segundo a multidão das suas benignidades. Porque ele dizia: Certamente, eles são meu povo, filhos que não mentirão; e se lhes tornou o seu Salvador. Em toda a angústia deles, foi ele angustiado, e o Anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor e pela sua compaixão, ele os remiu, os tomou e os conduziu todos os dias da antiguidade. Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo, pelo que se lhes tornou em inimigo e ele mesmo pelejou contra eles”.
PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO
A maior prova da divindade do Espírito Santo é o pecado imperdoável conforme afirmado por Jesus quando confrontado pelos fariseus quanto à realização dos milagres em seu ministério. Os fariseus atribuíram os milagres de Jesus, executados através do Espírito Santo, a espíritos vulgares - a Belzebu, o chefe dos demônios - desprezando e blasfemando contra a ação do Espírito, o que provocou a reação de Jesus, afirmando que esta blasfêmia jamais seria perdoada neste mundo nem no mundo do provir. Esta é uma revelação inconteste da dignidade absoluta do Espírito.
A blasfêmia contra o Espírito santo:
Mateus 12, 31-32: “Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir”.
O Espírito Santo tem o ministério de atuar na vida dos crentes, aplicando e preservando a salvação adquirida por Cristo.
A perseverança do crente somente é possível pela ação do Espírito, o homem natural, ou mesmo o regenerado, não tem capacidade, por si mesmo, para manter sua salvação. O Espírito também atua nos homens ímpios e nos anjos caídos, mantendo-os sempre voltados para o mau, mas exercendo a função de restrição do pecado, de forma que estes homens e anjos nunca conseguem executar todo o mal que pretendem. Ele habita nos crentes e também defende o crente das operações dos ímpios e do maligno, Satanás não está autorizado a tocar nos filhos de Deus.
Jó 1,12: “Disse o SENHOR a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu poder; somente contra ele não estendas a mão. E Satanás saiu da presença do SENHOR”.
Por tudo que já foi dito, pode-se afirmar que o Espírito é uma pessoa e sua atuação é pessoal, por isso, são revelados na bíblia, alguns pecados contra o Espírito.
Mentir ao Espírito é mentir a Deus:
Atos 5,3-4: “Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus”.
Entristecer o Espírito:
Efésios 4,30: “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção”.
Resistir ao Espírito:
Atos 7,51: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis”.
O pecado contra o Espírito é gravíssimo, como afirmou Jesus, todavia, não se deve esquecer que as pessoas que assim o fazem foram destinadas a isso na eternidade, os ímpios existem para que a glória de Deus se manifeste na salvação dos eleitos, e continuam praticando o mal para que se encha a medida de sua iniquidade.
Gênesis 15,16: “Na quarta geração, tornarão para aqui; porque não se encheu ainda a medida da iniquidade dos amorreus”.
Mateus 23,32: “Enchei vós, pois, a medida de vossos pais”.
PRINCIPAIS HERESIAS RELACIONADAS AO ESPÍRITO SANTO
Movimentos principais: A personalidade e/ou divindade do Espírito Santo foi negada na igreja primitiva pelos monarquistas sabelianos, pelos pneumatomaquianos, arianistas e outros.
Monarquismo: A divindade e pessoalidade do Espírito Santo foram negadas por Sabellius no terceiro século desta era e deu origem ao movimento chamado monarquismo. Sabellius sustentava que não existiam três pessoas na deidade, mas um só Deus que se manifestava em três formas diferentes (modalismo).
Arianismo: O bispo Árius, da igreja de Alexandria, também no terceiro século, sustentava que Cristo foi criado por Deus como um deus de menor poder, que por sua vez trouxe à existência o Espírito Santo. Dessa forma existiam três deuses diferentes (triteísmo).
Pneumatomaquianos: Também chamados macedônios, em referência ao bispo Macedônio, opunham-se à divindade do Espírito Santo, isto foi no final do século IV.
Socinianos: Durante a reforma, os socinianos, baseados nas idéias de Lélio Socínio, propagadas por seu sobrinho Fausto Socínio, consideram que em Deus há uma única pessoa e que Jesus Cristo é um homem comum.
Unitarianismo (Os irmãos que negam a trindade): O unitarianismo foi inicialmente uma manifestação dentro da reforma protestante, o intelectual espanhol Miguel de Servetto discordou da doutrina da Trindade e publicou vários livros a este respeito dando início às primeiras igrejas unitárias, os anabatistas. Este unitarismo pode se manifestar como uma forma de modalismo, ou seja, Deus é um só que se manifesta de várias formas ao longo da história, ou ainda pode também considerar Deus como uma só pessoa que é o pai de Jesus, um homem que foi elevado à divindade no seu batismo, ou ainda uma forma de arianismo. Esta vertende existe até hoje e não há uma definição única em sua manifestação.
O testemunho Interior do Espírito Santo
A Escritura revela por si mesma a prova inquestionável de sua autoridade divina, além disso, apresenta muitos sinais desta autoridade, todavia todas essas provas e evidências não são por si mesmas suficientes para persuadir qualquer pessoa de sua veracidade. Este convencimento e persuasão somente acontecem pelo testemunho interior do Espírito Santo, este era o ensino claro dos reformistas, principalmente João Calvino.
Existe uma grande diferença entre apresentar as provas e persuadir a pessoa, é preciso sempre, expor a Palavra com veracidade, paciência e conhecimento, mas, ainda assim, o ministério do ensino pertence ao testemunho interior do Espírito Santo, que atua unicamente mediante a pregação expositiva fiel das verdades bíblicas, abrindo a mente e o coração do homem para o entendimento e aceitação da Palavra.
Por este motivo, nenhum pregador tem, por si mesmo, a capacidade de conversão de seus ouvintes a não ser pelo ministério do Espírito.
Romanos 8,16: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”.
Esta persuasão do Espírito não se manifesta em atos exteriores, nem apresenta sinais evidentes da persuasão ou conversão, como por exemplo: falar em línguas ou entrar em êxtase. Muito menos é possível que uma pessoa, seja ela quem for, possa induzir, por sua vontade, algum ato do Espírito.
João 3,8: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”.
A ação do Espírito é interna e pessoal, não se constitui em apresentação de novas informações, nenhum segredo, nada que não seja possível pela simples leitura ou pregação. Ele simplesmente age através da Palavra em conjunção com a graça de Deus e a redenção que há em Jesus Cristo, operando a regeneração que segue à justificação. Somente a pessoa justificada por Deus consegue entender as coisas do Espírito, antes disso a mente humana somente é capaz de pensar e agir em discordância e revolta deliberada contra Deus.
1 Coríntios 2,14: “Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente”.
Iluminação
A iluminação da pessoa destinada à salvação é um ministério do Espírito Santo, ela faz parte da graça concedida por Deus e começa no ato da justificação, despertando o interesse do crente pela Escritura, a curiosidade a respeito de Jesus Cristo, a compreensão progressiva da Palavra, a necessidade de se congregar com outros crentes e o serviço na obra de Deus.
A iluminação do Espírito se manifesta unicamente pela aceitação absoluta das verdades da Escritura - a soberania de Deus, a suficiência do sacrifício de Cristo e a total incapacidade humana - sem este entendimento, a iluminação do Espírito certamente não aconteceu, é isto exatamente o que diz Jesus.
João 16,13: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir”.
Existe, de fato, bastante radicalismo nisso; deve-se culpar a Jesus? Ele diz que o Espírito guia a “TODA A VERDADE”. Não é uma aceitação parcial da Escritura, não é uma salvação a ser complementada, não é uma salvação a ser aceita ou rejeitada; todas essas coisas não provêm do Espírito, mas do ego humano.
O Espírito certamente guiará os filhos de Deus a “TODA A VERDADE”; ou então, o homem, ainda natural, acreditando em seus próprios méritos, engana-se a si mesmo em uma religiosidade vazia e desprovida de sentido que não leva à salvação de forma alguma, mas à hipocrisia, ao engano e à mentira.
Romanos 3,3-4: “E daí? Se alguns não creram, a incredulidade deles virá desfazer a fidelidade de Deus? De maneira nenhuma! Seja Deus verdadeiro, e mentiroso, todo homem, segundo está escrito: Para seres justificado nas tuas palavras e venhas a vencer quando fores julgado”.
A OBRA DO ESPÍRITO NA SALVAÇÃO
Regeneração, o novo nascimento:
A regeneração:
A regeneração é o dom da graça de Deus, é a obra sobrenatural do Espírito Santo realizada no salvo após a justificação pela exclusiva determinação de Deus. A Escritura revela que o homem natural não tem a capacidade de escolher a Deus, mas que todos os salvos foram escolhidos por Ele, por isso o ‘novo nascimento’ implica não só em uma nova vida agora, como também a vida eterna no mundo do porvir.
O efeito da regeneração é fazer com que o crente passe da morte para a vida espiritual através da mudança na disposição da mente, voltando o seu pensamento e suas ações para a obediência e o prazer na Palavra de Deus, os dons concedidos na regeneração são: a fé em Cristo e o arrependimento para a vida, desta forma, a justificação antecede à fé, pois a fé é um dom de Deus procedente da salvação, sendo infundida no crente através da ação do Espírito Santo.
Uma criança pode ser regenerada, tanto quanto um adulto ou idoso ou ainda uma pessoa incapaz, não existe a consciência de quando ou onde ocorreu a regeneração, somente se pode perceber a regeneração pelo amor a Cristo e a aceitação incondicional da Palavra (veja acima: “TODA A VERDADE”).
João 3,5-7: “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo”.
John Gill: “Água e Espírito (twnv – twlm), duas palavras hebraicas que expressam a mesma coisa: “A graça de Deus derramada através do Espírito”.
Habitação:
Quando a pessoa é justificada, ela recebe o Espírito, que passa a habitar com os filhos de Deus.
1 Coríntios 6,19: “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?”.
Batismo no (ou do) Espírito:
Somente Cristo pode batizar os eleitos com o Espírito Santo, unindo todos em um só corpo que é a Igreja de Deus (a Igreja Universal), nenhuma igreja, eclesiástico ou denominação detêm o poder de batizar no Espírito ou salvar quem quer que seja.
A expressão Batismo no Espírito ou Batismo do Espírito não existe na bíblia, somente a expressão Batismo com o Espírito e somente Jesus batiza com o Espírito:
- A previsão de João Batista:
Mateus 3,11: “Eu vos batizo com {com; ou em} água, para {para; ou à vista de} arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com {com; ou em} o Espírito Santo e com {com; ou em} fogo”.
Marcos 1,8: “Eu vos tenho batizado com {com; ou em} água; ele, porém, vos batizará com {com; ou em} o Espírito Santo”.
Lucas 3,16: “Disse João a todos: Eu, na verdade, vos batizo com {com; ou em} água, mas vem o que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar-lhe as correias das sandálias; ele vos batizará com {com; ou em} o Espírito Santo e com {com; ou em} fogo”.
João 1,33: “Eu não o conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com {com; ou em} água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com {com; ou em} o Espírito Santo”.
Em todos os versos paralelos nos evangelhos, João Batista afirma o seu batismo com água para arrependimento, ao passo que Jesus iria batizar com o Espírito. Ele contrasta o sinal externo do batismo, que é a água com o sinal interno que é privativo dos eleitos de Deus por intermédio de Cristo somente: o batismo com o Espírito.
O Pentecostes:
Joel 2,28: “E acontecerá, depois, que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões”.
Jesus promete que ele iria batizar os apóstolos com o Espírito no dia de Pentecostes, esta é uma promessa feita através do profeta Joel no Velho Testamento que foi cumprida neste dia, mas vemos que nenhum ministro ou apóstolo efetuou o batismo, este batismo com o Espírito aconteceu espontaneamente, pela única ação de Deus em Cristo, sem adição de nenhuma iniciativa por parte dos apóstolos.
Atos 1,5: “Porque João, na verdade, batizou com {com; ou em} água, mas vós sereis batizados com {com; ou em} o Espírito Santo, não muito depois destes dias”.
O que vemos aqui é que Jesus não outorgou a nenhum dos apóstolos este batismo, ele mesmo envia o seu Espírito a batizar aqueles destinados à salvação.
O verdadeiro sentido do batismo com o Espírito está na Carta aos Coríntios, esta sim é uma declaração da universalidade do batismo como um ato salvífico de Cristo.
1 Coríntios 12,13: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito”.
Este verso se refere ao batismo real, aquele que não é apenas uma manifestação externa ministrada pelo homem, este batismo é o “novo nascimento” outorgado diretamente pela graça de Deus em Cristo na justificação do crente, este é um ato divino concedido a todos os que passam, pela graça de Deus, a fazer parte do reino de Deus, ou da Igreja Universal que não é conhecida dos homens, somente Deus conhece seus filhos.
João 3,6: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”.
Este é um ato único que ocorre uma só vez na vida do eleito, a partir deste momento ele é eternamente salvo e jamais poderá perder esta salvação, pois é uma obra de Deus e não do homem, por este motivo, Jesus promete a suas ovelhas, nada menos que a vida eterna, não existe em toda a bíblia uma única justificativa, que seja, para a necessidade de uma segunda obra do Espírito na vida do crente, esta é, sem dúvida, uma heresia grave que não deve ser aceita em nenhuma hipótese.
João 10,27-29: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar”.
Não existem classes de crentes diferenciadas através de sacramentos, esta idéia é herética e antibíblica.
O maior perigo dos dons espirituais na atualidade constitui-se no ensino fundamental das igrejas pentecostais e carismáticas: O Batismo no (ou do) Espírito. Esta é uma concepção, segundo a qual o crente precisa de uma nova obra de salvação que se manifesta em dons, supostamente concedidos pelo “espírito” e imediatamente após esse “batismo”.
A consideração pentecostal é que a pessoa a ser imersa é o “velho homem”; a mesma pessoa que emerge do batismo é o “novo homem” prenunciado no evangelho. Além da necessidade totalmente antibíblica da segunda obra da salvação o Batismo no Espírito atribui ao homem que batiza a capacidade da salvação e do novo nascimento, o que é uma heresia e uma versão moderna do pecado imperdoável, pois atribui ao homem a ação do Espírito, que procede somente do Pai e do Filho.
Já foi visto acima que expressão “Batismo no (ou do) Espírito” não ocorre na bíblia, as formas em que a fórmula do batismo ocorre são: Batismo de João, Batismo de Arrependimento ou Batismo com o Espírito Santo, este último realizado exclusivamente por Jesus.
Mateus 21,25: “Donde era o batismo de João, do céu ou dos homens? E discorriam entre si: Se dissermos: do céu, ele nos dirá: Então, por que não acreditastes nele?”
Lucas 3,3: “Ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando batismo de arrependimento para remissão de pecados”.
O selo do Espírito:
Todos os homens e mulheres eleitos em Jesus Cristo têm uma garantia eterna de que perseverarão até o final e serão glorificados, essa regeneração somente pode acontecer pela obra do Espírito Santo, o selo e o penhor do Espírito são outorgados por Deus de forma imediata e permanente no ato da justificação.
É completamente errado e herético pensar que o crente somente irá receber o selo ou o penhor do Espírito pela perseverança e aperfeiçoamento após a justificação
(Lloyd Jones), o selo e o penhor do Espírito fazem parte imediata da justificação, que é um ato judicial de Deus.
2 Coríntios 1,22: “Que também nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração”.
Não se deve, em hipótese alguma, fazer distinções entre os crentes, sempre irão existir diferenças entre estes crentes, os dons de Deus são diversos e distribuídos pelo Espírito como convém a ele, não existem crentes mais santos ou melhores que outros, existem sim, crentes com dons diversos, mas isto não implica em diferença por classes, pois a eleição é eterna e assim é o chamado de Deus, uma vez que o crente foi justificado, ele está eternamente salvo.
A única diferença que existe é entre os eleitos e os réprobos, não importa o quanto estes réprobos sejam religiosos e falem em nome de Cristo, eles jamais aceitarão toda a Palavra sem que coloquem jeitosamente, à exemplo dos fariseus, alguma restrição.
Romanos 11,29: “Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis”.
Encher-se do Espírito:
O enchimento com o Espírito é um dom de Deus, ninguém é capaz, por si mesmo, de atingir esta meta; a plenitude do Espírito nos crentes leva ao crescimento e amadurecimento no conhecimento e na adoração a Deus em Cristo. Este é um assunto delicado, não existe perante Deus um crente melhor ou mais habilitado que outro, não existem categorias de crentes, todos os eleitos são exatamente iguais perante Deus, pois ninguém é salvo pelos seus méritos, mas, todos são salvos somente pela justiça perfeita de Cristo, que é a mesma para todos.
Não existem pecadores condenados e santos salvos, o que existe são pecadores condenados e pecadores salvos pela justiça de Cristo. Os eleitos, já regenerados, apesar de constrangidos, continuam nos seus pecados e delitos carregando o peso do pecado original e dos pecados do dia a dia, incapazes em toda sua vida de agradar a Deus e perseverar em sua salvação à parte da comunhão permanente do Espírito.
Efésios 5,18: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito”.
Isto não exime os crentes de se esforçar e procurar sinceramente dentro de si, força e determinação para cumprir os mandamentos e agradar a Deus, orando sempre e sabendo que somente irão perseverar através da graça de Deus em Cristo, aplicada pelo Espírito, todavia, o verdadeiro crente tem seu prazer e segurança na soberania de Deus.
Filipenses 2,13: “Porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”.
Orientação:
Os crentes são instruídos e direcionados pelo Espírito na preservação, capacitação e orientação visando uma vida agradável a Deus, o que é impossível sem a intervenção divina, mesmo para os crentes regenerados e maduros na fé.
Gálatas 5,16: “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne”.
O Espírito Santo como Santificador
Na primeira carta do apóstolo Pedro, Deus diz: ‘Sede santos, porque eu sou santo’. O Deus cristão não é um deus caprichoso e cruel que enche seus filhos de desejos e exige continência, esta frase acima não é uma ordem, mas um decreto, tanto no Velho quanto no Novo Testamento.
Ninguém é interiormente santo no sentido de perfeição moral, a santidade no sentido da perfeição moral é própria somente de Deus, a santidade do homem se refere a um relacionamento com Deus, à simples separação entre os réprobos e os eleitos, mas jamais à perfeição moral que nunca será atingida por nenhum homem.
Por este motivo Deus envia aos seus filhos o seu Espírito que os ajuda e intercede por eles, de forma que o pecador justificado é regenerado e persevera na salvação somente pela ação contínua do Espírito durante toda sua vida terrena.
A perseverança se traduz no acatamento da Palavra de Deus e da fé em Cristo, pela qual, todo o louvor e adoração a Deus devem ser feitos conforme estabelecido em sua Palavra, todo o resto é invenção humana que nenhum valor tem para a glória de Deus e a fé em Cristo.
Apocalipse 14,12: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”.
O que é a justiça do salvo? A justiça do salvo é a justiça de Cristo somente, ninguém possui justiça própria que o justifique ou constitua mérito para a salvação, por este motivo a justiça de Cristo tem que ser aplicada continuamente pelo Espírito, que irá prover a preservação do crente durante toda a sua vida terrena.
1 - Em primeiro lugar, todos os salvos são santificados com base no sacrifício de Cristo, que morreu em lugar do pecador e conquistou a justiça que jamais seria possível ao homem, quem é justificado recebe, pelo Espírito, o dom da fé em Cristo, quem crê no filho de Deus recebe a sua justiça por imputação.
Mateus 9,6: “Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados—disse, então, ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa”.
2 - Em segundo lugar, o crente somente é santificado nesta vida pela ação do Espírito Santo, que o capacita para agir de maneira agradável a Deus, veja, por exemplo, que crentes em Filipos, que já haviam recebido a unção do Espírito, temiam a Deus e eram obedientes e disciplinados.
Filipenses 2,12-13: “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”.
O temor a Deus somente é válido quando se acredita no Deus triúno, soberano e determinador, transcendente e acima do tempo, do universo e de todas as criaturas criadas, somente esta visão da grandiosidade e soberania de Deus, presente igualmente em todas as pessoas divinas pode levar o crente ao temor e à verdadeira adoração.
Se alguém acredita em um deus da mesma natureza que ele e este deus vai depender da vontade e decisão do homem para realizar seus planos, temê-lo seria imoral, pois ninguém deve temer uma criatura da mesma natureza, pois todo aquele que acredita no livre-arbítrio está criando uma obrigação para Deus, que deverá
salvá-lo pelos seus próprios méritos: Se existe uma obrigação de Deus para com o homem, então, por que temê-lo?
A soberania de Deus e o ministério do Espírito
A salvação é o dom de Deus em Cristo, a obediência e o desenvolvimento da salvação também é um dom de Deus através do ministério do Espírito. Se alguém faz algo agradável em relação a Deus é porque assim foi determinado, pois é Ele quem efetua tanto o querer como o realizar através do seu Espírito, por isso, o orgulho e a vaidade não têm lugar na vida do cristão, apenas o temor e a gratidão a Deus.
Tito 3,5: “Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo”.
A vontade e a determinação de Deus é tão abrangente nos crentes como nos ímpios, a soberania de Deus é absoluta no bem e no mal, Deus mantém os crentes, através do Espírito, direcionados para uma vida em constante regeneração. Ao mesmo tempo, mantém os ímpios, também pelo ministério do Espírito, sempre ativamente voltados para o mal, tanto para a execução do mal em si como para receber o ministério do engano.
Não se deve confundir estes fatos; a vontade de Deus não anula a personalidade do homem, este é sempre responsável pelas suas ações em qualquer situação.
1 Pedro 2,7-8: “Para vós outros, portanto, os que credes, é a preciosidade; mas, para os descrentes, a pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular e: Pedra de tropeço e rocha de ofensa. São estes os que tropeçam na palavra, sendo desobedientes, para o que também foram postos”.
OS FRUTOS DO ESPÍRITO
O crente, mesmo após receber a justificação, mesmo estando em regeneração pelo Espírito, mesmo sendo salvo, continua pecador, pois o homem jamais conseguirá nesta vida a santidade plena.
A justiça do salvo é somente a justiça de Cristo, o homem não possui justiça própria em nenhuma condição, todavia, os crentes regenerados têm sobre si o Espírito de Deus e isso produz frutos visíveis, são os frutos do Espírito que se manifestam no salvo, unicamente pela ação do Espírito.
Estes frutos do Espírito não constituem mérito para a salvação e não são frutos produzidos pelo crente através da ação do Espírito, são dons de Deus distribuídos pelo Espírito.

OS FRUTOS DO ESPÍRITO CONSTITUEM A MANIFESTAÇÃO VISÍVEL DA SALVAÇÃO, O ESPÍRITO MILITA CONTRA A CARNE E A CARNE CONTRA O ESPÍRITO, NO CASO DOS ELEITOS DE DEUS O ESPÍRITO IRÁ SEMPRE PREVALECER, MAS O PECADO HABITA NO HOMEM E ELE SEMPRE SERÁ TENTADO EM TODA A SUA VIDA.

Gálatas 5,17: “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer”.

MAS, JULGUE CADA UM A SI MESMO, NINGUÉM DEVE JAMAIS SE ATREVER A PRONUNCIAR JUÍZO INFAMATÓRIO NA OBSERVAÇÃO DOS FRUTOS DO ESPÍRITO EM OUTRAS PESSOAS, POIS SOMENTE DEUS CONHECE SEUS FILHOS E A HORA EM QUE SERÃO CHAMADOS.

TODAVIA, NESTE CASO DO JULGAMENTO CRISTÃO, DEVE-SE FAZER AQUI UMA EXCEÇÃO VIGOROSA AOS FALSOS MESTRES QUE SE INTRODUZEM NA IGREJA PROCLAMANDO DOUTRINAS ESTRANHAS À ESCRITURA, ESTES DEVEM SER COMBATIDOS ABERTA E DECIDIDAMENTE ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS.

Judas 1.3-4: “Amados, quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos. Pois certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único Soberano e Senhor, Jesus Cristo”.
A natureza dos frutos do Espírito:
Os frutos do Espírito são manifestos em várias graças que não são próprias do homem natural.
Gálatas 5,22: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei”.
A unidade dos frutos do Espírito:
Os frutos do Espírito, ao contrário dos dons, são manifestos na vida do crente de forma global, não são manifestos alguns frutos em alguns crentes, mas todos os frutos simultaneamente em todos os que são realmente salvos. Isto porque a finalidade da regeneração é a de conformar o crente a Jesus Cristo.
Filipenses 2,5: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”.
A santidade não será atingida nesta vida, essa pretensão só pode trazer insanidade e hipocrisia. O crente deve ter em mente o esforço constante e humilde para chegar o mais perto possível deste alvo apesar de saber que jamais atingirá a perfeição, mas pela ação do Espírito, poderá progredir em sua santificação paulatinamente durante toda sua vida.
Ora, se alguém recebe estes frutos pela graça de Deus, maior é o seu mérito visto procederem de origem divina, pois desta forma são permanentes e eternos, a soberania de Deus não constitui obstáculo, mas estímulo para os seus filhos perseverarem na salvação, pois o verdadeiro cristão conhece e entrega sua segurança somente à soberania de Deus.
1 Coríntios  9,25: “Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível”.
Filipenses 3,14: “Prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.
OS DONS DO ESPÍRITO
Os dons do Espírito são capacidades, além dos talentos naturais das pessoas, dados pela ação interna e sobrenatural do Espírito Santo, estes dons serão descritos no próximo ítem. Esse é um assunto completamente subvertido pelas religiões pentecostais e carismáticas, principalmente, mas muito disto existe dentro da igreja cristã, a esse respeito é preciso fazer algumas considerações:
1 – Estes dons do Espírito não devem ser confundidos com os dons iniciais recebidos pelo cristão convertido (o novo nascimento), que são a fé e o arrependimento para a vida, estes dons resultam da justificação e são comuns a todos os crentes que receberam a graça de Deus em Cristo.
2 – Os dons sobrenaturais do Espírito não podem, de forma alguma, ser considerados como a necessidade de uma segunda obra do Espírito na vida do Cristão. O selo e o penhor do Espírito são concedidos no ato da justificação, neste mesmo ato o crente está salvo eternamente, e todos estes pecadores, regenerados pela graça de Deus, recebem imediatamente o Espírito e jamais perderão a salvação.
Não existem classes ou categorias de crentes, todos os salvos, são pecadores sem mérito algum e tem a seu crédito somente a justiça de Cristo, todos os eleitos justificados são iguais perante Deus que passa a ver todos estes pecadores regenerados como seus filhos adotivos pela ótica da vida de obediência irrestrita e da justiça perfeita de seu Filho amado.
Todo dom do Espírito provém de Deus em Cristo, a obra de salvação é sempre, do começo ao fim, uma obra do Deus triúno, este é um assunto que requer muito cuidado, pois a base da teologia carismática e pentecostal leva à adoração individual do Espírito e atribui a salvação a supostas manifestações físicas imediatas de dons concedidos, principalmente o falar em línguas, desta forma, criam-se classes diferenciadas de crentes, e atribui-se a denominações específicas a exclusividade da salvação, que pertence somente a Deus e não à igreja ou aos seus ministros.
A finalidade dos dons espirituais
Existem algumas questões a respeito dos dons do Espírito, porém muitas certezas reveladas na Escritura; nenhum dom do Espírito é concedido sem propósitos específicos, que são basicamente dois: o conhecimento de Cristo e a edificação da igreja. Se os dons não se encaixam em uma destas duas finalidades, eles são vãos e não procedem do Espírito de Deus.
- Conhecimento:
Todos os dons, concedidos por Deus através do Espírito, visam em última análise o pleno conhecimento de Cristo, sem o que, a obra missionária e a preservação da salvação se perdem por completo.
Efésios 4,11-13: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo. Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo”.
- Edificação:
Um dom espiritual nada mais é que a capacidade de glorificar a Deus e transmitir o conhecimento de Cristo, este dom somente é legítimo quando edifica o Corpo de Cristo, isto é particularmente válido para o dom de línguas, é bastante claro que no dia do Pentecostes os cristãos falavam línguas inteligíveis a outros povos ali presentes, pois cada um entendeu perfeitamente o que era dito em seu idioma natal.
Atos 2,7-11: “Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?”
Continuando ainda neste item, segue abaixo a séria advertência do apóstolo Paulo quanto à inutilidade do dom das línguas quando não há entendimento
1 Coríntios 14,18-19: “Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que todos vós. Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua”.
É preciso reafirmar, sempre e novamente, que os dons do Espírito se destinam ao conhecimento de Cristo e à edificação da igreja, ressaltando, porém, que a edificação da igreja provém unicamente do conhecimento, os dons são capacidades doadas pelo Espírito com a finalidade de dar a conhecer Jesus Cristo e participar com a igreja.
Os principais dons particulares distribuídos pelo Espírito e destinados à edificação da igreja são: ministério, ensino, exortação, contribuição, direção, misericórdia com alegria e o amor, que não é em si superior, mas necessariamente acompanha e complementa os outros dons quando verdadeiros, pois não existe superioridade de um dom sobre outro, mesmo considerando as diversas manifestações e atividades resultantes, todos são de igual dignidade.
Romanos 12,6-9: “Tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se profecia, seja segundo a proporção da fé; se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina esmere-se no fazê-lo; ou o que exorta faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria. O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem”.
O uso dos dons:
Ao contrário dos frutos do Espírito que se manifestam de forma uniforme nos salvos, os dons do Espírito nem sempre significam que a pessoa que os recebe é salva, a resposta a essa questão é como a pessoa usa este dom: a única forma apropriada é a que resulta no conhecimento de Cristo e na real edificação da igreja.
1 Pedro 4,10-11: “Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. Se alguém fala, fale de acordo com os oráculos de Deus; se alguém serve, faça-o na força que Deus supre, para que, em todas as coisas, seja Deus glorificado, por meio de Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!”
Todo cristão recebe, de alguma forma, a capacidade de servir a Deus por intermédio de dons espirituais, estes dons provém de Deus, e por isso, todo o crente tem o dever de desenvolver, e principalmente, usar adequadamente estes dons para o serviço que Deus concedeu.
Efésios 4,7: “E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo”.
O PERIGO DOS DONS ESPIRITUAIS
Os dons do espírito nem sempre são concedidos como uma bênção, muitas vezes eles são concedidos a pessoas perdidas e sem esperança de salvação, outras vezes eles produzem vaidade ou interesse financeiro nas pessoas que os recebem, tornando-os para perdição. Considerem o exemplo de Judas e Balaão, que receberam os dons do Espírito para sua própria perdição. Balaão recebeu de Deus a permissão para aderir a Balaque na maldição do povo judeu, a maldição não aconteceu, mas o plano sugerido por Balaão para perdição do povo judeu foi bem sucedido, vê-se claramente que todas essas atitudes foram provocadas deliberadamente por Deus e concedidas pelo Espírito que estava sobre Balaão.
Números 22,38: “Respondeu Balaão a Balaque: Eis-me perante ti; acaso, poderei eu, agora, falar alguma coisa? A palavra que Deus puser na minha boca, essa falarei”.
A fórmula batismal em ligação com o dia do Pentecostes:
O derramamento do Espírito no dia do Pentecostes é uma continuidade no cumprimento do ministério de Cristo, o batismo com o Espírito é a obra eficaz da justificação, realizada através da justiça de Cristo, imputada ao crente pela graça de Deus através do Espírito.
João 7,39: “Isto ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber os que nele cressem; pois o Espírito até aquele momento não fora dado, porque Jesus não havia sido ainda glorificado”.
O batismo com água é um sacramento e não deve ser confundido, este batismo é apenas a declaração pública da fé em Jesus Cristo, ao passo que, o Batismo com o Espírito é uma ação sobrenatural de Deus na justificação de seus eleitos – o novo nascimento.
A mais importante declaração bíblica a respeito do Batismo com o Espírito está na Carta aos Coríntios, aqui este conceito está explicado de forma correta como uma experiência universal dos eleitos de Deus, esta experiência não divide os cristãos em classes ou categorias de crentes, mas reafirma o sacerdócio de todo o povo de Deus.
1 Coríntios 12,13: “Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito”.
O Batismo no Espírito não deve ser procurado como uma segunda obra necessária na salvação, muito menos como uma expectativa de santificação nesta vida. A salvação é a obra sobrenatural do Deus triúno, concedida por Deus Pai na eternidade, realizada por Cristo na cruz do calvário e aplicada pessoalmente a cada crente pela obra contínua do Espírito Santo, por todas estas coisas, é preciso ver a obra do Espírito sempre em conexão com a Trindade Divina, o Espírito somente atua na obra da salvação do homem procedente do Pai e do Filho.
João 14,16-17: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós”.
 Cordialmente,
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