O Que é a Bíblia? (Introdução á Bibliologia)
1 INTRODUÇÃO
1.1 Explicação e Base Bíblica
A Bíblia é a revelação de Deus no seu trato com a humanidade. Seu autor é o próprio Deus. Seu real intérprete é o Espírito Santo. Seu assunto central é o pessoa bendita do Senhor Jesus Cristo. Crer nisso é de capital importância para o êxito no estudo da Bíblia. Nossa atitude para com a Bíblia mostra nossa atitude para com Deus.
De Gênesis a Apocalipse não encontramos a palavra Bíblia. Ela é de origem eclesiástica, pois foi aplicada às Escrituras entre os anos 298 a 404 d.C, por João Crisóstomo, Bispo da igreja de Constantinopla.
A palavra Bíblia vem do termo grego "Biblion", que significa li-vros. Neste estudo conheceremos um pouco sobre o cânon[1] sagrado da Bíblia, que pode ser definido da seguinte forma: O cânon da Bíblia é a lista de todos os livros que pertencem à Bíblia.
Não subestime a importância desta questão. As palavras das Escrituras são as palavras pelas quais nutrimos nossa vida espiritual e como obreiros alimentamos a igreja. Então, podemos confirmar o comentário de Moisés ao povo de Israel, em referência as palavras da lei de Deus: “Porque esta palavra não vos é vã; antes, é a vossa vida; e por esta mesma palavra prolongareis os dias na terra, a que, passando o Jordão, ides para possuí-la” (Dt 32.47). Adicionar ou subtrair as palavras de Deus impediria as pessoas de obedecer a Deus totalmente, porque os mandamentos contidos na palavra, seriam suficientes para conduzir o povo ao encontro de Deus, palavras adicionais que por Deus não foram ditas, levam o povo a carregar um fardo não imposto por Deus. Então Moisés advertiu o povo de Israel: "Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando" (Dt 4:2).
1.2 Definição
A bíblia é um livro incomum, sendo composto por um conjunto de 66 livros da qual declaram e comprovam a veracidade da inspiração di-vina. Os livros são divididos em duas secções sendo denominados como Antigo Testamento (AT) e Novo Testamento (NT). Ela é a Palavra de Deus e revela o Seu profundo amor para a humanidade, desde a sua criação. Ela é inspirada e inerente. Atualmente a bíblia é o livro mais perseguido da história da humanidade, mas porém é o mais lido e o mais vendido, para a glória de Deus Pai e suas cópias permanecem sem alterações dos seus escritos originais. Ela foi escrita em três línguas: Hebraico, Grego e o Aramaico. Dividida em dois testamentos que seria mais bem traduzidos por “aliança” (pois apresentam as alianças estabelecidas por Deus para com a humanidade), é a tradução da palavras hebraicas e gregas que significam “pacto” ou “acordo” celebrado entre duas partes (aliança). O primeiro é denominado Velho Testamento e o segundo Novo Testamento. Os livros de ambos os testamentos são divididos em capítulos e cada capítulo é subdividido em versículos ou verso. O livro de Salmos é o único livro que não possui sua divisão como sendo por capítulos e sim por números, por se tratar de um hinário.
Um testamento é tão importante quando ao outro, pois um não existiria sem o outro. O Novo Testamento se encontra oculto no Velho, e o Velho é revelado no Novo. Sendo assim, Cristo se esconde no Antigo Testamento é desvendado no Novo. O irmãos crentes anteriores a Cristo olhavam adiante com grandes expectativas, ao passo que os crentes de nossos dias vêem em Cristo a concretização dos planos de Deus.
A Bíblia foi escrita em épocas diferentes, em planos de fundos, políticos, sociais e concernimos distintos. Seus escritos foram homens e mulheres, de várias classes culturais e econômicas, mas em suma ela transmite a visão teológica e cultural do povo judeu, o qual é a base da revelação por ser o povo escolhido, que em muitos casos relatam suas próprias histórias, acontecimentos históricos ou histórias de outros homens e mulheres de Deus. Muitos fatos são revelados pelo próprio Deus, com foi o caso da criação da humanidade, das primeiras civilizações e dos patriarcas da nação judaica e da nossa fé. Mas embora escritas por homens que não omitiram seus erros em suas caminhadas de fé, toda a Bíblia é inspirada (sobrada) pelo próprio Deus e totalmente inerente (sem falhas). Seu tema principal é o amor de Deus para com a humanidade, revelado na pessoa bendita do Senhor Jesus Cristo.
1.3 Velho Testamento
Traz a história da humanidade, relatando a sua criação e as origens das nações mais antigos do mundo, bem como suas culturas e crenças. Relata a forma de como o homem se afastou de Deus por meio do pecado e as consequências do mesmo, trazendo terríveis mazelas a humanidade, como o primeiro homicídio da história humana. Apresenta o plano redentivo por meio do culto mosaico, que apontava para Cristo e apresenta a história da nação de Israel, povo escolhido por Deus para executar seu plano redentivo. Traz também por meio dos profetas, profecias e revelações para a nação de Israel e para toda a humanidade, bem como para a igreja em particular, como por exemplo as profecias e revelações de Daniel acerca dos governos mundiais que se estabelece-riam de acordo com os tempos revelados por Deus ao seu profeta (Império Babilónico, Medo-Persa, Grego, Romano e do Anti-Cristo). O Velho Testamento é composto por 39 livros que são divididos em 05 secções.
1.4 Novo Testamento
Este testamento apresenta a nova e perpétua aliança entre Deus e a humanidade, instituída pelo sangue derramado na cruz de calvário por Cristo Jesus o filho de Deus. Nos seus quatro primeiros livros, denominados evangelhos (notícias de boas novas), os evangelistas relatam a biografia de Jesus, sua humanidades, milagres e ensinamentos. A origem da escola apostólica e da morte e ressurreição do Senhor.
Os evangelhos são subdivididos em dois, a saber: a) Evangelhos Sinóticos; b) Evangelho;
A palavra “sinótico” procede de dois termos gregos e significa “ver juntos ou sinopse, resumo”. Ela é empregada para definir as narrativas cristológicas existentes nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, pois estes fornecem, baseados na mesma logia, os materiais para conhecimento do nascimento virginal, ministério terreno, morte e ressurreição de Cristo.
O evangelho escrito pelo apóstolo João contrasta com os três primeiros, pois vê Cristo por outro ângulo. Se os três tentam fornecer uma espécie de “biografia”, João destaca lances isolados da vida de Cristo, substituindo as parábolas daqueles evangelhos por diálogos e discursos.
Os livros posteriores biografam a história de grandes homens de Deus, como o Apostolo Paulo e Pedro. A descida do Espírito Santo no dia da festividade de Pentecostes em Jerusalém, da morte do primeiro mártir da igreja, o diácono Estêvão e a perseguição e avanço da igreja para além dos territórios da nação judaica. As primeiras viagens missionárias e as maravilhosas obras operadas pelo Espírito Santo por meio dos santos. Apresenta as cartas doutrinárias escritas pelos apóstolos Paulo, Pedro, João, Judas e Tiago (irmão do Senhor e pastor presidente mundial das igrejas com sede em Jerusalém) e que foram destinadas as igrejas da Ásia e Europa. A carta denominada aos Hebreus possui actor desconhecido. Apresenta também o livro do Apocalipse ou das Revelações, que são visões proféticas reveladas ao apóstolo João, quando este se encontrava exilado pelo imperado romano, na prisão da ilha de Patmos, por pastorear a igreja de Éfeso, durante a perseguição que aquela igreja sofreu.
O Novo Testamento se divide em 04 secções, e as secção das epístolas se subdividem em: a) Epístolas Gerais; b) Epístolas Pessoais; c) Epístolas Pastorais;
2 A INSPIRAÇÃO DA BÍBLIA
A Bíblia é a revelação verbal ou proposicional de Deus. É Deus falando a nós. É a voz do próprio Deus.
A própria natureza da Bíblia indica que a comunicação verbal é a melhor maneira de transmitir a revelação divina. Nenhum outro modo de se conhecer a Deus é superior ao estudo da Escritura, e nenhuma outra fonte de informação sobre Deus é mais precisa, acurada e abrangente.
O apóstolo Paulo diz: “Toda Escritura é soprada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender,para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja plenamente preparado para toda boa obra” (2 Tm 3:16-17).
Todas as palavras da Bíblia foram sopradas por Deus[2]. Tudo que podemos chamar de Escritura foi inspirado por Deus. Que a Escritura é “soprada por Deus” refere-se a sua origem divina. Tudo da Escritura procede de Deus; portanto, podemos corretamente chamar a Bíblia de “a palavra de Deus”.
Esta é a doutrina da INSPIRAÇÃO DIVINA. O conteúdo da Escritura consiste de todo o Antigo e Novo Testamento, sessenta e seis documentos no total, funcionando como um todo orgânico.
A Bíblia é uma revelação verbal exata de Deus, a ponto de Jesus dizer: “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumpri-do” (Mt 5:18). Deus exerceu tal controle preciso sobre a produção da Escritura que o seu conteúdo, na própria letra, é o que ele desejava colocar em escrito.
3 AS GRANDES REIVINDICAÇÕES
3.1 Inerrância da Bíblia
A Bíblia não contém erro algum; ela está correta em tudo o que declara. Visto que Deus não mente nem erra, e que a Bíblia é a sua palavra, segue-se que tudo que nela está escrito tem que ser verdade. Jesus disse, “a Escritura não pode ser anulada” (Jo 10:35), e que “é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei” (Lc 16:17).
A INFALIBILIDADE da Escritura se refere a uma incapacidade para errar - a Bíblia não pode errar. INERRÂNCIA, por outro lado, enfatiza que a Bíblia não erra. A primeira faz alusão ao potencial, enquanto a última se dirige ao real estado de coisas.
Estritamente falando, infalibilidade é a palavra mais forte, e ela acarreta necessariamente a inerrância, mas algumas vezes as duas são intercambiáveis no uso.
Sendo assim podemos concluir que nela, não encontramos a mínima inexatidão quer histórica ou quer geográfica, seja teológica ou seja doutrinária, ela é perfeita, pois manifesta um Deus perfeito em si mesmo.
3.2 A Suficiência da Escritura
Muitos cristãos alegam afirmar a suficiência da Escritura, mas seu real pensamento e prática negam-na. A doutrina afirma que a Bíblia contém informações suficientes para alguém, não somente para encontrar a salvação em Cristo, mas para, subsequentemente, receber instruções e direção em todo aspecto da vida e pensamento, seja por declarações explícitas da Escritura, ou por inferências dela necessariamente retiradas. A Bíblia contém tudo que é necessário para construir uma cosmovisão cristã compreensiva que nos capacite a ter uma verdadeira vi-são da realidade. A Escritura nos transmite, não somente a vontade de Deus em assuntos gerais da fé e conduta cristãs, mas, ao aplicar preceitos bíblicos, podemos também conhecer sua vontade em nossas de-cisões específicas e pessoais. Tudo que precisamos saber como cristãos é encontrado na Bíblia, seja no âmbito familiar, do trabalho ou da igreja. Paulo escreve que a Escritura não é somente divina na origem, mas é também abrangente no escopo: “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça. Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2 Tm 3.16-17).
Temos que entender que os meios de instrução extra-bíblicos, tais como visões e profecias entre outros, são necessários para nossa edificação e auxiliam em nossa compreensão das Escrituras, mas a Bíblia não depende deles para ser a infalível Palavra de Deus.
Sendo assim, temos que entender que a Bíblia já esta completa, o Apocalipse encerrou, definitivamente e irrecorrivelmente, o cânon[3] da Bíblia Sagrada; nenhuma subtração, ou adição, está autorizada à Palavra de Deus. (Ap 22.18-21). Portanto, não se admite quaisquer escrituras, profecias, revelações, sonhos ou visões que, arrogando-se palavra de Deus, reivindique autoridade semelhante ou superior a Bíblia.
3.3 A autoridade da Bíblia
Precisamos determinar a extensão da autoridade da Bíblia, para verificar o nível de controle que ela deve ter sobre as nossas vidas. A inspiração, unidade e infalibilidade da Escritura implicam que ela possui autoridade absoluta. Visto que a Escritura é a própria palavra de Deus, ou Ele falando, a conclusão necessária é que ela porta a autoridade do próprio Deus. Por conseguinte, a autoridade da Escritura é idêntica à autoridade divina. Os escritores bíblicos algumas vezes se referem a Deus e a Escritura como se os dois fossem intercambiáveis.
Sendo assim, não exista nada que esteja acima da Bíblia, pois e-la é a regra máxima de fé e de doutrina da igreja Cristã.
Devemos entender aqui que a inerência, confiabilidade e autoridade estão da inspiração dos escritos originais. Como estes já não existem mais, as cópias que temos dos textos sagrados (nossa bíblia atual), possui uma autoridade derivada do original, por ser cópia fidedigno. Erros de tradução, impressão ou escrita nas cópias, não invalidam a inerência, confiabilidade, autoridade e inspiração dos escritos originais. Daí se utilizar disser que a Bíblia é a fiel e poderosa palavra viva de Deus.
3.4 Como estudar a Bíblia
Afirmou com muita precisão o teólogo Martin Anstey: “A qualificação mais importante exigida do leitor da Bíblia não é a erudição, mas sim a rendição; não é a perícia, mas a disposição de ser guiado pelo Espírito Santo”.
Estudemos a Palavra de Deus, conscientes de que o Senhor continuará a falar connosco, como outrora falou a Israel e a igreja primitiva. Devemos, por conseguinte:
a) Amar a Bíblia: Declara o salmista de todo o seu coração: “Oh! quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia.” (Sl 119.97). Nossa primeira atitude ao ler as escrituras sagradas, é amar a Bíblia como Palavra de Deus, sabendo que por ela, homens e mulheres já de-ram as suas vidas.
b) Ter fome da Bíblia: Assim como sentimos a necessidade diária de alimentos, ao ponto que para nós se tornar penoso a abstenção de muitos deles, assim deve ser nossa atitude em relação a Palavra de Deus. Passar um dia sequer sem se alimentar dele, é matar nosso espírito. O profeta Ezequiel assim que a encontrou, comeu-la no mesmo instante. (Ez 3.3)
c) Guardar a Bíblia no coração: A Palavra de Deus é para ser lida e praticada, meditada, relembrada, relida e fazer parte de nossa história. O salmista ao cantar das belezas da Palavra de Deus, confessa ternamente:“Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra Ti.” (Sl 119.11)
d) Falar continuamente das grandezas singulares da Bíblia: Eis a ordem do Senhor Deus: “E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.” (Dt 6.6-9).
e) O obreiro deve saber manejá-la: O obreiro para ser aprovado, deve saber manejar a palavra da verdade, combatendo as heresias e ensinando aos crentes, formando assim discípulos pela palavra, conforme recebeu do Senhor. Por este motivo, que o mesmo deve estar realizando constantes cursos de capacitação, pois um obreiro que não valoriza do ensino e aprendizagem da palavra, não tem condições de e-xerser o ministério (2 Tm 2.15; Mt 28.19; Js 1.1-9).
4 O PERÍODO INTERBÍBLICO
Interbíblico é o período de silêncio profético de 400 a 430 anos, entre Malaquias e Mateus. Interbíblico quer dizer "entre os dois testamentos", isto é, entre o Antigo e o Novo Testamento.
Este período foi marcado por muitos acontecimentos importante para o fim da era do Antigo Testamento e início da era do Novo, foi neste período em que o mundo foi palco do comprimento de inúmeras profecias bíblias, guerras e rebeliões entre nações e em especial do povo judeu. Foi neste período que se cumpriu cabalmente a interpretação do sonho do rei Nabuconosor pelo profeta Daniel, sobre os quatro reinos mundiais: Babilónia, Medos-Persas, Grego e Romano.
4.1 Livros Apócrifos.
Apócrifo é vocábulo grego que significa "aquilo que é oculto, falso, sem autenticidade". São os 7 livros apócrifos que foram incorporados à Bíblia pela Igreja Católica Apostólica Romana no Concilio de Trento, entre 1546 e 1564. Estes são os livros apócrifos: Judite, Tobias, Sabedoria, Eclesiástico. Baruque, 1 e 2 Macabeus, e acréscimos em Ester 10.4 a 16.24 e Daniel 13 e 14.
Tais livros não foram aceitos pela comunidade teológica judaica por não serem considerados como inspirados por Deus. A igreja primitiva por sua vez, não os aceitava nem os citava em seus relatos, e não há registros históricos oficias e extras oficiais da igreja primitiva, como Jesus ou os apóstolos citando ou fazendo referência a algum dos apócrifos ou passagens deles, embora tenha feito muitas referências ao Antigo Testamento e, finalmente, porque foram escritos no período de silêncio profético. Existe ainda algumas incoerências em relação a estes livros, tais como datas, reinos, referências geográficas e acontecimentos que não são confirmados pela arqueologia e pela história, deixando em dúvidas a veracidade de muitos fatos e histórias narradas nestes livros, bem como suas possíveis revelações. Estes livros, embora não sejam canónicos e nem inspirados por Deus, têm seu valor histórico para a história e para a teologia cristã e judaica, sendo usados muitas vezes como fonte de pesquisa para auxiliar na compreensão dos acontecimentos do período interbíblico.
5 TRADUÇÕES E VERSÕES
A Septuaginta (LXX) foi a primeira tradução da Bíblia, feita em Alexandria, no Egipto, por volta de 285 a .C. Foi feita do hebraico para o grego. Compreendia só o Antigo Testamento, tal tradução foi realizado por 70 escribas ou eruditos, daí se originou o nome “septuaginta”, cujo significado é “tradução dos setenta”. Tal trabalho se originou para atender a uma necessidade do povo judeu, como muitos estavam espalha-dos pelo território do império grego depois do período do cativeiro babilónico, estes perderam o contacto com a linha madre, o hebraico, e falavam a língua do universal usado no país em que estavão como imigrantes. O propósito da tradução, era poder levar a palavra ou a Lei a estes judeus e aos gentios que se convertião ao judaísmo. Nos dias de Jesus, a língua grega era falada em todo o contorno do mar Mediterrâneo, sendo considerada a língua universal da época. O próprio Jesus falava o grego. A mais antiga cópia da Septuaginta está no musel do Vaticano (Itália). Todas as citações do Antigo Testamento pelo autores do Novo, foram extraídos da Septuaginta. Todo o novo testamento foi escrito em grego.
A Bíblia católica foi traduzida do grego para o latim por Jerônimo. É a chamada Vulgata. Ela tem os livros apócrifos. Entre as versões em uso em português são conhecidas a do padre Matos Soares e a do pa-dre Antônio Figueiredo, ambos portugueses.
Os evangélicos usam a tradução de João Ferreira de Almeida (1628-1691), o qual era português, feita a partir dos originais gregos e hebraicos e publicada no século XVII.
Com o tempo, a linguagem dessa versão precisou ser revista, pois ouve modificações na língua portuguesa. Por isso, temos a versão Revista e Corrigida e a Revista e Actualizada, além da Bíblia na Linguagem de Hoje entre outras.
O esforço dos tradutores é muito grande no sentido de produzir um texto o mais fiel possível de acordo com os originais. A versão mais recente e que muito tem sido utilizada actualmente pelos escritores teológicos é a Nova Versão Internacional.
Actualmente se estima que ainda existe mais de 2000 línguas e dialectos sem a tradução da Bíblia ou de um de seus testamentos, o que nos dá uma estatística média de 350 milhões de pessoas, sem nunca terem lido um único texto dos escritos sagrados em sua vida.
5.1 Nova Versão Internacional (NVI) e a New International Version (NIV)
Essa tradução foi feita a partir das línguas em que os textos bíblicos foram originalmente escritos (hebraico,aramaico e grego), a NVI foi produzida com o seguintes objectivos fundamentais:
Clareza - O texto foi traduzido de forma que pudesse ser lido pe-la população em geral sem maiores dificuldades, porém sem ser demasiadamente informal. Arcaísmos, por exemplo, foram banidos, e regionalismos evitados.
Fidelidade - A tradução deve ser fiel ao significado pretendido pelos autores originais.
Beleza de estilo - O resultado deve permitir uma leitura agradável, e uma boa sonoridade ao ser falado em público.
O projeto de tradução para a língua portuguesa começou em 1990, com a reunião da comissão da Sociedade Bíblica Internacional, sob coordenação do lingüista e hebraista, Rev. Luiz Sayão. Inicialmente foi publicado uma versão do Novo Testamento, em 1994. O projecto foi totalmente patrocinado pela Internacional Bible Society, ainda que difundida e vendida por outras editoras. A editora Zondervan, tradicional casa publicadora de linha reformada norte-americana de origem holandesa (Países Baixos), conhecida publicadora de Bíblias por décadas, como a King James Version, a Berkeley Version, a Amplified Bible e a NIV (traduções inglesas, comummente utilizadas nos Estados Unidos da América), teve participação na divulgação e distribuição da NVI, ainda que não em sua elaboração. A tradução definitiva e completa em português (brasileiro) foi publicada em 2001, a partir das línguas originais, com base na mesma filosofia tradutológica da New International Version (NIV).
A NVI tem um perfil Protestante, e procura não favorecer nenhuma denominação em particular. É teologicamente equilibrada e procura usar a linguagem do português actual. O processo de tradução da NVI contou com a participação de renomeados estudiosos protestantes como Russell Shedd (possui uma bíblia de estudo que traz seu nome “Biblia Shedd”, a qual as notas de rodapé e estudos são de autoria do referido teólogo), Estevan Kirschner, Luiz Sayão (actualmente o teólogo mais conceituado e respeitado sobre o Antigo Testamento da comunidade teológica internacional), Carlos Osvaldo Pinto e Randall Cook (arqueólogo em Israel).
O método de tradução da Nova Versão Internacional é semelhante ao da New International Version (tradução em língua inglesa também produzida pela Sociedade Bíblica Internacional), que é um nível de tradução intermediário entre a equivalência formal e a dinâmica: quando o texto pode ser traduzido mais literalmente, é utilizada equivalência for-mal. Contudo, se o texto traduzido literalmente for difícil de entender para um leitor comum, então é feita uma tradução mais funcional, procurando trazer o significado pretendido no original para um português natural e compreensível. Por esse motivo, em geral a NVI é mais "dinâmica" que as traduções de Almeida, porém mais "literal" que a Nova Tradução na Linguagem de Hoje.
Apesar das semelhanças entre a Nova Versão Internacional e a New International Version, a versão brasileira não é uma tradução da língua inglesa, mas sim dos idiomas originais.
Notas de rodapé são frequentes na NVI. Elas trazem explicações de todo tipo e em alguns casos apresentam traduções alternativas (inclusive qual seria a tradução literal).
[1] CÂNON (do Hebraico kannesh, vara de medir; do Grego Kanón e do Latin canon, com o mesmo significado do termo hebraico): Padrão, regra de procedimento, critério, norma. A Bíblia, como o nosso sagrado cânon, arvorasse como a única regra de fé e conduta daqueles que a têm como a infalível Palavra de Deus. Em termos mais técnicos, podemos definir assim o cânon sagrado: Colecção de livros reconhecidos pela Igreja Cristã como divinamente inspirados por Deus. Cf. ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. ed 9. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2000. p. 74.
[2] A palavra traduzida “divinamente inspirada” (ERC) ou “inspirada por Deus” (ARA) é theopneustos. Ela significa expiração (soprar para fora) e não inspiração (soprar para dentro), daí o termo “soprada por Deus” na NVI. Embora “inspiração” seja um termo teológico aceitável, referindo-se à origem divina da Escritura, e como tal permanece útil, ele não consegue transmitir o significado literal de theopneustos.
[3] A palavra cânon deriva do grego kanõn ("cana, régua"), que, por sua vez, se origina do hebraico kaneh, palavra do Antigo Testamento que significa "vara ou cana de medir" (Ez 40.3). Mesmo em época anterior ao cristianismo, essa palavra era usada de modo mais amplo, com o sentido de padrão ou norma, além de cana ou unidade de medida. O Novo Testamento emprega o termo em sentido figurado, referindo-se a padrão ou regra de conduta (Gl 6.16). Nos primórdios do cristianismo, a palavra cânon significava "regra" de fé, ou escritos normativos (i.ev as Escrituras autorizadas). Por volta da época de Atanásio, Bispo da cidade de Alexandria (c. 350), o conceito de cânon bíblico ou de Escrituras normativas já estava em desenvolvimento. A palavra cânon apli-cava-se à Bíblia. GEISLER, Normam L. e NIX, William E. Introdução Bíblica, como a Bíblia chegou até nós. São Paulo: Editora Vida, 2006, p.63.
Cordialmente,
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