Isaías era um profeta do Reino do Sul, Judá, na época em que o Reino do Norte, Israel, acabara de ser destruído pelos assírios. Seu nome significa “Jeová é salvação” exerceu o seu ministério no reino de Judá, tendo se casado com uma esposa conhecida como a profetisa que foi mãe de dois filhos: Sear-Jasube e Maer-Salal-Hás-Baz. Isaías 7.3 e 8:3
Isaías, o "São Paulo" do Antigo Testamento, começou o seu ministério muito jovem, entre os vinte e trinta anos, nasceu e foi educado em Jerusalém, sendo de uma família judaica distinta e ligada por parentesco à família real. Sua erudição fica clara através do vocabulário e estilo impressionantes. Sua obra é ampla e foi comunicada maravilhosamente. Este grande poeta e profeta era considerado, sincero e compassivo.
Ele viveu durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias. A tradição talmúdica diz que os seus perseguidores o serraram ao meio durante o reinado de Manasses (Cf Hb 11.37). Deus o vocacionou no ano em que o rei Uzias morreu. Podemos com alguma certeza mencionar que o seu ministério foi compreendido entre 740 e 700 a. C. Sendo contemporâneo à destruição de Samaria pela Assíria e à resistência de Jerusalém ao cerco das tropas de Senaqueribe que sitiou a cidade com um exército de 185 mil assírios em 701 a.C. Como contemporâneo de Oséias e Miquéias, ele profetizou durante os últimos anos do Reino do Norte, mas ministrou ao reino de Judá, o qual começava a seguir os mesmos caminhos pecaminosos de seu irmão Israel.
Isaias é um Profeta Maior. São assim designados também, Jeremias, Ezequiel e Daniel, tomando-se como base a extensão do seu ministério e o conteúdo de suas pregações. Alguns destes profetas tiveram ministérios extensos e uma grande influência sobre a nação hebraica nos seus piores momentos, já próximo que estava o juízo de Deus na forma do cativeiro. Ezequiel e Daniel souberam muito bem o que foi este período já que estavam juntos com o povo em terras estrangeiras. A literatura contida nos escritos dos profetas em geral descreve os dias tenebrosos da nação israelita.
Isaías é o maior dos profetas. A posição que lhe foi dada no cânon faz jus pela distinção e sublimidade de suas revelações e de seu estilo. O mais eloqüente de todos os profetas, é também o mais citado no Novo Testamento, sendo considerando o “quinto evangelho”, dadas o grande número de profecias messiânicas que vaticinou.
Isaías é uma Bíblia em miniatura. Os primeiros 39 capítulos - como também os 39 livros do Antigo Testamento - estão repletos de juízo sobre os homens idólatras. Judá pecou; as nações ao redor pecaram; a terra toda havia pecado. O juízo viria, pois Deus não poderia permitir que o pecado em tal proporção continuasse sem punição. Mas os 27 capítulos finais - como os 27 livros do Novo Testamento - trazem uma mensagem de esperança. O Messias chegará como Salvador e Soberano para levar uma cruz e usar uma coroa. O ministério profético de Isaías cobre um período de quatro reinados em Judá e entende-se por pelo menos 40 anos.
Foi considerado o profeta messiânico, visto que estava totalmente incumbido da idéia de que seu povo seria uma nação abençoada por uma grande benção vindoura, ou seja, o Messias que Deus enviaria e que traria a paz, justiça e a cura espiritual para o mundo e a salvação de suas vidas por toda a eternidade
Quando fala de Cristo, Isaías mais parece um escritor do Novo Testamento do que um profeta do Antigo Testamento. Suas profecias messiânicas são mais claras e mais explicitas que quaisquer outras do Antigo Testamento. Elas descrevem diversos aspectos da pessoa e obra de Cristo em seu primeiro e segundo advento, muitas vezes juntando os dois.
Eis algumas profecias Cristológicas e o seu cumprimento no Novo Testamento: (Is 7.14; Is 9.1-2; Is 9.6; Is 11.1; Is 11.2; Is 28.16; Is 40.3-5; Is 42.1-4; Is 42.6; Is 50.6; Is 52.14; Is 53.3; Is 53.4-5; Is 53.7; Is 53.9; Is 53.12; Is 61.1-2) Cumprimento no Novo Testamento (Mt 1.22-23; Mt 4.12-16; Lc 2.11; Ef 2.14-18; Lc 3.23;32; At 13.22-23; Lc 3.22; 1ª Pe 2.4-6; Mt 3.1-3; Mt 12.15-21; Lc 2.29-32; Mt 26.67; 27.26-30; Fp 2.7-11; Lc 23.18; Jo 1.11; 7.5; Rm 5.6,8; Mt 27.12-14; Jo 1.29; 1ª Pe 1.18-19; Mt 27.57-60; Mc 15.28; Lc 4.17-19,21)
O Antigo Testamento tem mais de 300 profecias sobre a primeira vinda de Cristo, e Isaías com grande número delas. As chances de que oito dessas profecias pudessem se cumprir em apenas uma pessoa já é um prodígio da estatística. As profecias messiânicas de Isaías que se cumprirão na segunda vinda de Cristo são: Is 4.2; 11.2-6,10; 32.1-8; 49.7; 52.13,15; 59.20-21; 60.1-3; 61.2-3.
O cumprimento de profecia é uma das provas mais fortes de que a Bíblia é inspirada por Deus e que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. O Novo Testamento cita e aplica mais textos do livro de Isaías do que de qualquer outro profeta do Antigo Testamento.
O "Evangelho segundo Isaías possui três seções principais, conforme abaixo:
Profecias Condenatórias (1-35). A primeira mensagem de condenação de Isaías é direcionada aos seus compatriotas de Judá (1-12). Is 1 é uma mensagem encapsulada de todo o livro. Judá está assolada pela doença moral e espiritual; o povo nega a Deus ao se curvar ao ritualismo e ao egoísmo. Mas Yahweh, graciosamente, convida o seu povo a arrepender-se e voltar-se para ele, porque esta é a única esperança de se evitar o juízo. O chamado de Isaías para proclamar a mensagem de Deus é encontrado em Is 6, sendo logo seguido pelo livro do Emanuel (7-12). Esses capítulos possuem repetidas referências ao Messias (7.14; 8.14; 9.2,6-7; 11.12) e antecipam as bênçãos do seu futuro reino.
O profeta sai do julgamento local e parte para o julgamento regional, proclamando uma série de oráculos contra as nações em redor (13-23). As onze nações são Babilônia, Assíria, Filistia, Moabe, Damasco (Síria), Etiópia, Egito, Babilônia (novamente), Edom, Arábia, Jerusalém (Judá) e Tiro. O pequeno apocalipse de Isaías (24-27) descreve a tribulação universal seguida pelas bênçãos do reino. Os capítulos 28-33 pronunciam seis "ais" sobre Israel e Judá por causa dos pecados específicos. A condenação profética falada por Isaías termina com um quadro geral de devastação internacional que precederá a benção universal (34-35).
Parêntese histórico (36-39). Este parêntese histórico olha retrospectivamente para a invasão assíria e Judá, em 701 a.C., e antecipa a invasão babilônica de Judá. Judá escapa do cativeiro assírio (36-37; 2Rs 18-19), mas não escapará das mãos da Babilônia (38-39; 2Rs 20). Deus responde a oração do rei Ezequias e liberta Judá da destruição assíria sob Senaqueribe. Ezequias também se volta para o Senhor em sua doença e recebe um prolongamento de 15 anos para a sua vida. Mas ele, ingenuamente, mostra todos os seus tesouros aos mensageiros babilônicos, e Isaías diz que, um dia, os babilônicos voltariam e carregariam os seus tesouros e descendentes para a terra deles.
Profecias de Conforto (40-66) Tendo proferido a condenação divina sobre Judá, Isaías o conforta com as promessas de Deus de esperança e restauração. A base para esta esperança é a soberania e a majestade de Deus (40-48). Dos 216 versículos que compõem estes 9 capítulos, 115 falam da grandeza e do poder de Deus. O Criador e contrastado com os ídolos, criação dos homens. Seu caráter soberano é a segurança da restauração futura de Judá. A Babilônia realmente os levará cativos, mas ela também será julgada e destruída, e o povo de Deus será liberto do cativeiro.
Os capítulos 49-57 se concentram na vinda do Messias, o qual será o Salvador e Servo Sofredor do povo. Este, que será rejeitado, mas também exaltado, pagará as nossas iniqüidades e nos introduzirá num reino e paz e justiça sobre toda a terra. Todo aquele que reconhecer os seus pecados e crer Nele será liberto (58-66). Nesse dia, Jerusalém será reconstruída, as fronteiras de Israel se expandirão e o Messias reinará em Sião. O povo de Deus confessará seus pecados, e os seus inimigos serão julgados. Paz, prosperidade e justiça prevalecerão, e Deus fará novas todas às coisas.
O fim principal de suas profecias é lançar em rosto aos judeus sua infidelidade e anunciar-lhes os castigos de Deus, com a final redenção, consumada pelo Messias. Fala com tanta clareza de Jesus Cristo e de sua Igreja, que, conforme Jerônimo, mais parece evangelista que profeta. O próprio Salvador aplicou a si muitas profecias de Isaías, e os evangelistas e apóstolos citam várias vezes o cumprimento delas em Jesus Cristo.
O livro pode ser dividido em duas partes:
1. Primeira parte: 1-37
1.1 – Introdução: 1-6
1.2 – Profecias do tempo de Acaz: 7-12
1.3 – Profecias contra nações estrangeiras: 13-27
1.4 – Profecias do tempo de Ezequias: 28-37
2. Segunda parte: 38-66
2.1 – Exílio na Babilônia: 38-40
2.2 – Os libertadores temporal e espiritual: Ciro e Cristo: 40-48
2.3 – O Messias sofredor: 49-57
2.4 – O reino messiânico: 58-66
A unidade do livro tem sido contestada por críticos que sustentam que existia mais de um autor do livro. Segundo esses críticos dos sessenta e seis capítulos do livro, menos de 20 pertencem ao profeta do século VIII a.C. que viveu em Jerusalém e atuou durante os governos dos reis Jotão, Acaz e Ezequias. Estes quase vinte capítulos estão concentrados na primeira parte do livro, em Is 1-39, que a crítica chama de Proto-Isaías, e alegam que apresentam um pano de fundo assírio, e os restantes apresentam mensagem contra a Babilônia, entretanto um estudo aprofundado no livro de Isaías mostrará que a Babilônia também é mencionada pelo menos duas vezes mais nos capítulos 1-39 do que nos subseqüentes. Os críticos dizem que os capítulos 40-55 foram produzidos por um profeta anônimo durante o exílio babilônico, e chamam este profeta pelos apelidos de Dêutero-Isaías, Segundo Isaías, Isaías Junior....Ainda, segundo os críticos, depois do exílio, em Judá, forma escritos os capítulos 56-66 e vários outros que estão dentro de Is 1-39 por outros profetas anônimos. Segundo eles, Is 56-66 é chamado hoje de Trito-Isaías ou Terceiro Isaías. Os críticos dizem que existiam grandes diferenças na linguagem, no estilo e na teologia das duas seções. Na verdade, as semelhanças são maiores que as diferenças entre 1-39 e 40-66. Isto inclui similaridade de pensamentos, imagens, ornamentos retóricos, expressões e características locais. É verdade que a primeira seção é mais sucinta e racional, enquanto que a segunda é mais fluente e emocional, mais muito disso se deve ao assunto: condenação versus consolação. Os críticos costumam esquecer que o conteúdo, à época e as circunstâncias normalmente afetam o estilo do autor.
Além disso, não há nenhuma contradição teológica entre a ênfase no Messias com Rei em 1-39 e o Servo Sofredor de 40-66. Embora a ênfase seja diferente, o Messias é visto em ambas as seções como Servo e Rei. Outro argumento dos críticos é que Isaías não poderia ter previsto, com 150 anos de antecedência, o cativeiro babilônico e o retorno sob o reinado de Ciro (citado pelo nome em Is 44 e 45). Esta visão está baseada na suposição de que a profecia divina não existia, rejeitando assim todos os clamores proféticos do livro (ler Is 42.9). Esta teoria não pode explicar as maravilhosas profecias messiânicas de Isaías que foram literalmente cumpridas na vida de Cristo.
A unidade de Isaías é apoiada pelo Livro de Eclesiástico, a Septuaginta e o Talmude. O Novo Testamento também defende que Isaías tenha escrito o livro completo. Jo 12.37-41 cita Is 6.9-10 e 53.1 e atribui essas duas passagens a Isaías. Em Rm 9.27 e 10.16-21, Paulo cita Is 10; 53; 65 e dá crédito das passagens a Isaías. O mesmo vale para Mt 3.3 3 12.17-21, Lc 3.4-6 e At 8.28. Se os capítulos 40-66 foram escritos por outro profeta depois dos eventos terem acontecidos, a obra é corrupta e enganosa. Além disso, ela levaria à estranha conclusão de que o maior profeta de Israel é o único profeta do Antigo Testamento que escreve sem revelar o seu nome.
Cordialmente,
Faculdade Teológica Cristo Reina
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