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quarta-feira, 23 de outubro de 2019

IGREJA UM MISTÉRIO REVELADO.

O GRANDE MISTÉRIO DE DEUS É REVELADO

EFÉSIOS 3.1-13
1 Por essa razão, eu, Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus por amor de vocês, gentios —
2 Certamente vocês ouviram falar da responsabilidade imposta a mim em favor de vocês pela graça de Deus,
3 isto é, o mistério que me foi dado a conhecer por revelação, como já lhes escrevi brevemente.
4 Ao lerem isso vocês poderão entender a minha compreensão do mistério de Cristo.
5 Esse mistério não foi dado a conhecer aos homens doutras gerações, mas agora foi revelado pelo Espírito aos santos apóstolos e profetas de Deus,
6 a saber, que mediante o evangelho os gentios são co-herdeiros com Israel, membros do mesmo corpo, e co-participantes da promessa em Cristo Jesus.
7 Deste me tornei ministro pelo dom da graça de Deus, a mim concedida pela operação de seu poder.
8 Embora eu seja o menor dos menores dentre todos os santos, foi-me concedida esta graça de anunciar aos gentios as insondáveis riquezas de Cristo
9 e esclarecer a todos a administração deste mistério que, durante as épocas passadas, foi mantido oculto em Deus, que criou todas as coisas.
10 A intenção dessa graça era que agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais,
11 de acordo com o seu eterno plano que ele realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor,
12 por intermédio de quem temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nele.
13 Portanto, peço-lhes que não se desanimem por causa das minhas tribulações em seu favor, pois elas são uma glória para vocês.

GRANDE IDEIA: O mistério da unidade da igreja é o plano eterno de Deus por meio de Cristo.

INTRODUÇÃO:

                Depois de nos mostrar como somos abençoados com toda sorte de bênçãos em Cristo e de fazer a primeira oração pedindo a Deus “que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa herança dele nos santos e a incomparável grandeza do seu poder para conosco, os que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força. (1.18,19). Paulo entra no capítulo 2, falando como Deus foi gracioso para com os gentios (nós), mostrando que antes de conhecermos a Cristo, éramos sem Deus, escravos do pecado e de satanás, mortos em nossos pecados. Merecedores da ira de Deus. Mas Deus nos deu vida por meio de Jesus. E nele, derrubou as barreiras de inimizade entre nós (gentios) e os judeus. Agora somos herdeiros de Deus, herdeiros das promessas de salvação feita aos judeus. Edificados para sermos morada de Deus.
                Agora no capítulo 3, Paulo começa a falar sobre o grande mistério de Deus que foi revelado a ele. Pastor HDL chamou de “O maior mistério de Deus na história”. Paulo estava preso por causa deste mistério. Que mistério é esse? O versículo 6 explica que por meio do evangelho, gentios e judeus formam um só corpo (o corpo de Cristo, a igreja) e são coparticipantes da promessa em Cristo. Foi exatamente este modo de pregar que condenou Paulo a prisão. Mas há algo para ser destacado já no primeiro verso. Paulo está preso. Mas se considerava prisioneiro de Cristo e não de Nero, o imperador romano. Paulo via sua vida pela ótica da soberania de Deus e não da perspectiva humana. Outra coisa importante, é que ele estava preso por amor aos gentios. Ele está preso por pregar que os gentios foram reconciliados com Deus e reconciliados com os judeus para formar um só corpo em Cristo. Atos 21 e 22 são capítulos relatam como os judeus se lançaram contra Paulo por pregar o evangelho também aos gentios.
                Assim, esta passagem nos apresenta duas verdades sobre o Mistério da Unidade da Igreja:

1.       A IGREJA É O CORPO DE CRISTO FORMADO PELA UNIÃO DE TODOS OS POVOS. (V.1-6).
1 Por essa razão, eu, Paulo, prisioneiro de Cristo Jesus por amor de vocês, gentios
2 Certamente vocês ouviram falar da responsabilidade imposta a mim em favor de vocês pela graça de Deus, 3 isto é, o mistério que me foi dado a conhecer por revelação, como já lhes escrevi brevemente. 4 Ao lerem isso vocês poderão entender a minha compreensão do mistério de Cristo.
5 Esse mistério não foi dado a conhecer aos homens doutras gerações, mas agora foi revelado pelo Espírito aos santos apóstolos e profetas de Deus, 6 a saber, que mediante o evangelho os gentios são coerdeiros com Israel, membros do mesmo corpo, e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus.
                O grande mistério de Deus foi revelado ao apóstolo Paulo. E o mistério era que Deus, por meio de Cristo, havia feito com que todos os povos do mundo fossem unidos num só corpo. Assim, judeus e gentios podem agora serem chamados de irmãos em Cristo.
                Nos versos 2 e 3, Paulo explica que a ele foi dado um grande privilégio, mas também uma grande responsabilidade. Deus revelou a ele o seu maior mistério. Ele já havia falado disso em 1.10, quando afirmou que o propósito de Deus era de “fazer convergir em Cristo todas as coisas, celestiais ou terrenas, na dispensação da plenitude dos tempos”. Esse era o grande mistério de Deus que nenhum profeta ou líder do Velho Testamento havia conhecido. Mas que agora fora revelado aos santos apóstolos e profetas de Deus.
                Nestas palavras iniciais de Paulo, algumas verdades se destacam:
1º. A definição da palavra mistério. Paulo usou a palavra 3 vezes no texto (3,4 e 9). Mas esta palavra tem significado diferente no grego e no português. No português, é uma palavra que significa algo inexplicável, secreto, oculto. Mas no grego, a palavra significa algo que já foi revelado. Assim, aprendemos que no cristianismo bíblico, “não existem “mistérios” esotéricos reservados para uma elite espiritual. Ao contrário, os “mistérios” cristãos são verdades que, embora estejam além da compreensão humana, foram revelados por Deus e, portanto, agora, pertencem abertamente a toda a igreja” (John Stott).
                Olhando para o texto, descobrimos que Cristo é a fonte desse mistério. O evangelho é o mistério. E este evangelho está ao alcance de toda a igreja e não apenas de uma elite espiritual. Para Paulo o mistério diz respeito a Cristo e a um único povo formado de judeus e gentios (o restante dos povos do mundo). Há 3 expressões usadas no texto: coerdeiros, membros do mesmo corpo, e coparticipantes. Assim, um resumo seria que o mistério de Cristo é união completa de judeus e gentios por meio da união de ambos com Cristo.
                Assim, quando cada um de nós nos unimos a Cristo por meio da fé, nos tornamos um só povo com os demais cristãos do mundo inteiro. Nos tornamos a igreja de Jesus. O corpo de Jesus. Estamos unidos com Jesus e uns com os outros.
                Esta comunhão entre nós é o grande mistério revelado de Deus em Cristo. Nele, em Jesus, todo preconceito racial deve ser desfeito. Toda inimizade deve ser destruída pelo amor com que fomos amados. Toda barreira que separava os povos deve ser quebrada, pois nos tornamos um só em Cristo. O que Paulo está ensinando lhe causou prisões. Porque está sendo revelado que a nação judaica que antes era o povo escolhido de Deus, foi substituída pela igreja. Agora todos somos povo escolhido de Deus. Todos somos os santos de Deus. Todos sem distinção de raça, cor da pele, de todos os lugares do mundo, somos a igreja, o corpo de Cristo. Nossa união é alcançada em Cristo. Este é o mistério do evangelho! Glória a Deus por isso!
                Mas Paulo continua a nos ensinar e com ele aprendemos também que:

2.       A IGREJA É O CORPO DE CRISTO QUE DEVE FAZER CONHECIDO DE TODOS O PLANO ETERNO DE DEUS. (v.7-13).
7 Deste me tornei ministro pelo dom da graça de Deus, a mim concedida pela operação de seu poder.
8 Embora eu seja o menor dos menores dentre todos os santos, foi-me concedida esta graça de anunciar aos gentios as insondáveis riquezas de Cristo
9 e esclarecer a todos a administração deste mistério que, durante as épocas passadas, foi mantido oculto em Deus, que criou todas as coisas.
10 A intenção dessa graça era que agora, mediante a igreja, a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais,
11 de acordo com o seu eterno plano que ele realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor,
12 por intermédio de quem temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nele.
13 Portanto, peço-lhes que não se desanimem por causa das minhas tribulações em seu favor, pois elas são uma glória para vocês.
                No final do verso 6, Paulo comparou o mistério ao evangelho. E pelo evangelho que todos os povos são unidos para formar um novo povo, uma nova sociedade, o povo de Deus.
                Assim, o mistério foi a verdade revelada a Paulo, e o evangelho é a verdade proclamada por Paulo.
                Paulo se tornou despenseiro, administrador deste mistério. Ele se considerou o menor dos menores de todos os santos. Ele se sentia indigno de qualquer coisa por causa do seu passado (1Co 15.9). Mas ao dizer que era o menor, ele não estava sendo nem hipócrita, nem se afundando em autopiedade. Na verdade ele está combinando humildade com autoridade apostólica.
                No verso 7, ele deixou claro que seu ministério dependia do poder de Deus, o que descreve que o Evangelho é invencível.
                Havia três etapas a cumprir na pregação do evangelho, da parte de Paulo:
a.    anunciar aos gentios as insondáveis riquezas de Cristo (v.8). O assunto do evangelho são as insondáveis riquezas de Cristo. Que riquezas são estas? HDL afirma que são: 1. Ressurreição da morte do pecado; 2. Libertação da escravidão da carne, do mundo e do diabo; 3. Entronização vitoriosa de Cristo nas regiões celestiais; 4. Reconciliação com Deus; 5.reconciliação uns com os outros – o fim da hostilidade e da inimizade. 6. O ingresso na família de Deus; 7. A herança gloriosa em Cristo no novo céu e na nova terra.
                Paulo afirma que estas riquezas são insondáveis, inexplicáveis. Assim como o mar é profundo demais para ser conhecido na totalidade, o evangelho também o é.
b.    esclarecer a todos (os homens) a administração deste mistério (v.9). Nestas palavras, Paulo está tirando o foco do evangelho por um instante para focar na condição do homem a quem o evangelho (mistério de Deus) está sendo administrado. O homem a quem o evangelho se dirige está nas trevas da ignorância do pecado. Lenski afirmou que “Pregar o evangelho aos gentios era como expor o profundo mistério à plena luz do dia de maneira que todos pudessem vê-lo”.
A Bíblia nos ensina que o diabo cega o entendimento das pessoas (2Co 4.4). Deste modo, quando você evangeliza alguém, você está levando luz onde somente existe trevas. Você está oferecendo às pessoas a oportunidade de verem as verdades de Deus, de conhecerem plenamente este plano eterno de Deus, que deseja que todos os homens sejam salvos e venham ao pleno conhecimento da verdade.
c.     a multiforme sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais (v.10).Nestas palavras temos mais um ensino interessante de Paulo. O evangelho é direcionado para os homens, mas traz também lições para os anjos. Paulo diz que Deus está formando uma comunidade multirracial e multicultural como uma bela tapeçaria. Esse novo povo é formado de judeus e gentios (gente de todas as raças e nações). Esse novo povo foi reconciliado com Deus e uns com os outros, e portanto revela a multiforme sabedoria de Deus. A igreja é algo tão belo como uma obra de tapeçaria ou dos infinitos matizes de flores. Não há outra comunidade como a igreja. Não há outro povo como a igreja. A igreja consegue ter unidade em meio à total diversidade. Esta é a nova sociedade de Deus.
                A partir do verso 10, as palavras de Paulo nos alertam que a igreja, nós, somos qual um grande espetáculo. Cada crente é um ator. A peça é escrita, dirigida e produzida por Deus, mas quem está assistindo a tudo? São os anjos. A história da igreja cristã fica sendo uma escola superior para os anjos. Por meio da antiga criação (o Universo), Deus revelou sua glória aos seres humanos. Por meio da nova
criação (a igreja), Deus revelou sua sabedoria aos anjos. Os anjos olham fascinados ao ver judeus e gentios sendo incorporados na igreja como iguais.
                Ah irmãos, ainda nos falta muito para compreender o que é a igreja e como nos tornamos parte do plano eterno de Deus em Cristo. Mas quando alcançamos um entendimento correto do que somos descobrimos que temos livre acesso a Deus em confiança, pela fé nele (v.12). O plano eterno de Deus não dispensa você de orar. Temos que nos aproximar de Deus sempre. Nas versões mais antigas, Paulo usou três palavras; ousadia, acesso e confiança. Ousadia mostrando que não há mais medo, a palavra acesso, nos lembrando que não importa a raça, todos podemos chegar ao Pai em oração; a palavra confiança, nos aponta para a convicção de que somos aceitos por Deus, e jamais rejeitados.
                Paulo encerra este parágrafo, pedindo que os irmãos em Efeso não desanimassem por ele estar preso. A igreja ocupa um lugar central na história. O eterno plano de Deus não falou porque Paulo estava preso. Paulo nos ensina que nem mesmo as aflições podem nos afastar do caminho do nosso dever.

APLICAÇÕES:
1.       O mistério da unidade da igreja é o plano eterno de Deus por meio de Cristo.
2.       Paulo nos mostra que a História não é uma coletânea de fatos sem conexão uns com os outros, mas a História é Deus formando um povo para si mesmo para reinar juntamente com ele.
3.       Cristo morreu para nos reconciliar com ele e uns com os outros. 
4.       A igreja ocupa lugar central na história, no evangelho e na vida cristã.
5.       “Paulo termina o parágrafo como o começou. Sofrimento e glória estão interligados entre si. Se o nosso sofrimento traz glória para os outros, bendito seja Deus”. (Pastor Hernandes Dias Lopes)
     Por Jhony Ribeiro
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BIBLIOGRAFIA:
Bíblia Sagrada na Nova Versão Internacional – NVI
STOTT, John R. W., 1921 – A mensagem de Efésios: a nova sociedade de Deus / 6.a ed. – São Paulo: ABU Editora, 2001.
FOULKES, Francis – Efésios: Introdução e Comentário – 2ª ed – Vida Nova, 2011
Lopes, Hernandes Dias – Efésios: igreja, a noiva gloriosa de Cristo / Hernandes Dias Lopes. — São Paulo: Hagnos, 2009.

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