A IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR TEOLOGIA!
Não podemos deixar de destacar nesta introdução a importância do Estudo da Teologia Sistemática.
Estudar Teologia não deve ser apenas para um conhecimento intelectual, mas sim algo aplicável à vida, o que é um grande desafio para os estudantes desta disciplina, desenvolve-la na prática.
É impossível manter sãs as nossas práticas morais e retas, as nossas atitudes interiores se a nossa idéia de Deus for errônea. Calvino, o grande reformador, disse “seu conhecimento nos deve valer, em primeiro lugar, que nos induza ao temor e à reverência; segundo, tendo-o por guia e mestre, aprendemos a buscar nele todo o bem e, e em recebendo-o, a ele tudo creditar[1]”, J.I. Packer um grande teólogo reformado disse “Despreze o estudo de Deus e você estará sentenciando a si mesmo a passar a vida aos tropeços[2]”, A.W.Tozer disse que “a causa do nosso problema está no declínio do que conhecimento do que é santo[3]”.
Creio que esta última frase se aplica muito bem nos dias atuais, pois, a falta do conhecimento do Santo tem sido a causa do nosso problema, podemos destacar áreas que faltam conhecimento do Santo e que tem sofrido como: a família, o trabalho, a educação, o governo, a Igreja e tantos outros lugares, e é desafio para o estudante de teologia leva-la de maneira prática e entendível a todas às áreas da nossa vida.
Vivemos em uma época conhecida como pós-moderna e a pós-modernidade têm atingido a Igreja.
Como podemos pensar pós-modernidade e entendermos o que tem acontecido com a sociedade e principalmente a Igreja nos dias de hoje?
A cada dois ou três séculos ocorrem grandes transformações na história. Devido a essas mudanças, a sociedade necessita se reorganizar para se adequar à nova visão de mundo, rever seus valores básicos, avaliar suas estruturas sociais e política, suas artes, suas instituições mais importantes.
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Exemplo:
IDADE ANTIGA ð IDADE MÉDIA ð IDADE MODERNA ð PÓS-MODERNIDADE
A modernidade nasceu como fruto da Renascença (XIV e XV), Racionalismo e Iluminismo (séculos XVII/XVIII).
Foi caracterizada por um grande número de sistemas filosóficos que relacionavam em suas propostas e modelos novos, e rompiam abertamente com o modelo anterior.
Daniel Salinas Explica muito bem.
Em lugar da ênfase medieval na submissão a autoridade eclesiástica, surge uma crença crescente no poder das mentes individuais, guiadas por métodos de observação, experiência e reflexão para alcançar as verdades necessárias e fundamentais da vida[4].
De acordo com John Dewey (1859-1952, filosofo norte americano considerado como o proponente intelectual mais representativo do espírito da modernidade) na era moderna “o homem é capaz se assim quiser de aplicar o valor, a inteligência e o esforço necessário para forjar o seu próprio destino”[5]
Vamos entender um pouco da Renascença, Racionalismo e Iluminismo.
Renascença (1.300 – 1.600) – Itália – toda Europa.
A Renascença caracterizou-se por grandes avanços na literatura, no conhecimento, na arte e na arquitetura, nos descobrimentos.
· Mudança no pensamento humano – exaltação do homem e suas habilidades – humanismo.
· Exaltava a capacidade à dignidade do homem. Consideravam o homem o centro de todas as coisas, o dono do seu destino. Mentalidade Racionalista.
Racionalismo:
Método critico através do qual procurava demolir a tradição e instalar a luz a evidencia, a clareza e a distinção da razão.
· A convicção de que é possível obter pela razão apenas (e não pelos sentidos) o conhecimento.
· A visão de que o conhecimento forma um único sistema, e tudo é explicável dentro deste sistema.
· O conhecimento é dedutivo (Tirar de fatos ou princípios)
Iluminismo:
Foi o pensamento surgido na França no século XVII, marcado por oposições progressivas e liberais, que foram à força por trás da revolução Francesa.
O Iluminismo foi um movimento cultural europeu que se propôs a iluminar o povo mediante a razão, contra o obscurantismo da história, da tradição, da sociedade política e religião.
· O homem é infeliz porque ele é ignorante sobre a natureza
· A natureza é conhecida através do pensamento e experiência
· Explicação não deve ser buscada nas revelações da Igreja
· Tudo é explicado em termos de organização e atividade da matéria
Sem duvida alguma a modernidade é fruto do racionalismo e iluminismo, podemos dizer assim que a era moderna propôs uma cosmovisão otimista e cheia de confiança nos lucros humanos.
Mas, o otimismo da era moderna, sua confiança em que a ciência, a tecnologia e o progresso, impulsionados por um ser humano autônomo, sob o reinado soberano da RAZÃO, produziria um mundo melhor, isto decepcionou a todos.
A Pós modernidade surgiu as portas do século XXI, a humanidade observa que muito mais da metade do mundo empobrecido morre de miséria diante da mais impressionante abundancia de riqueza, que a água se contamina e que dela há falta, que os mares se poluem, que a camada de ozônio se destrói, que as florestas estão se acabando, guerras e mais guerras e só no século XX tivemos duas grandes guerras mundiais.
Com respeito a isto Daniel Salinas declara:
O projeto de estabelecer uma cultura global, com uma base objetiva e racional para toda ação humana, sem o impedimento da religião ou de qualquer outro pondo de vista “subjetivo”, não cientifico, demonstrou ser tão somente um ideal inalcançável e insatisfatório.[6]
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Guerras, fome, mortes, poluição e outros males deixaram a população mundial, e em cima deste desmoronamento da modernidade surge a Pós-modernidade.
“A chegada do Pós-modernismo poderia se descrita como a perda do entusiasmo pelas convicções básicas do modernismo”[7].
Por isso ao passo que a modernidade era um manifesto de auto-suficiência humana e de autogratificação, o Pós-modernismo é uma confissão de modéstia e até desesperança, não há “verdade” e sim verdades, não existe a razão suprema (modernidade) e sim razões e não há uma civilização privilegiada, há somente uma multidão de culturas, de crenças, de normas e estilos.
Pós-modernismo pode ser descrito como:
Uma sensibilidade cultural sem absolutos, sem certezas e sem bases fixas, que se deleita no pluralismo e na divergência, e que tem como meta pensar através da radical ‘relatividade’ de todo pensamento humano.
A pós-modernidade tem atingido a Igreja, pois os absolutos de Deus tem sido deixados de lado, o pluralismo tem entrados a Igreja, mudanças ético morais, tudo é relativo, o individualismo, e o pragmatismo, um sistema que diz, os que os fins não justificam os meios.
A cada dia cristãos e mais cristãos tem corrido atrás de ventos de doutrinas, há um rodízio dentro das igrejas, pessoas querem ouvir somente o que elas querem e não o que verdadeiramente precisam.
Apesar de a pós-modernidade estar atingindo a igreja, e as mudanças que estão acontecendo, a Palavra do Senhor não mudou, o Senhor Jesus disse, “Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”. Mt 24.35.
Os princípios do Senhor nunca mudam, continuam o mesmo.
Por isso temos como desafio de levarmos a palavra de Deus, a todas às áreas possíveis.
Infelizmente muitos enxergam o estudo das doutrinas como algo ameaçador, acham que é muito técnico e abstrato, e que poderia limitar o poder do Espírito Santo. Mas, o Apostolo Paulo fala da importância dela em suas cartas pastorais “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina” (I Tm 4.16), e para Tito ele diz, “Apegando a Palavra fiel, que é segundo a doutrina, de modo que tenha poder tanto para exortar pelo reto ensino como para convencer os que se contradizem” (Tt 1.9). Para Paulo a doutrina é pratica, pois ela exorta, ensina e refuta os que se contradizem.
Podemos tirar exemplos práticos do nosso dia a dia sobre a teologia quando uma criança pergunta sobre como é Deus, do estudo sobre pessoa de Deus aprendemos bastante coisas sobre a pessoa do nosso Deus, podemos também olhar os problemas do dia a dia e confiarmos em Deus sabendo que Ele é soberano, sábio, bondoso, amoroso, etc… Outros modos de se aplicar teologia é no dia a dia da Igreja, sobre sua liderança, disciplina eclesiástica, administração dos sacramentos (Santa ceia e Batismo). Em tudo isto o estudo das doutrinas nos ajuda em muito.
Wayne Grudem diz que existe a “teologia sistemática e a teologia desorganizada[8]”, e infelizmente o que temos visto são pessoas muito mais levadas pelas emoções e pela desorganização com respeito ao que a Bíblia diz do que um estudo sério nas Escrituras.
A Doutrina tem que se instalar no nosso coração com amor, Martin Lloyd Jones disse, “Devemos ter conhecimento com amor, sem amor e só com conhecimento tornamo-nos obstinados e orgulhosos”.
Nosso dever e viver a teologia na prática e com amor.
“Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo,” Efésios 4.15
Como devemos estudar Teologia Sistemática
Wayne Grudem em sua Teologia Sistemática nos propõe alguns modos para estudarmos Teologia.
Devemos estudar Teologia Sistemática com oração, o Salmo 119.18 diz “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei”.
Devemos estudar Teologia Sistemática com humildade, 1 Pedro 5.5 diz “cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo aos humildes concede a sua graça”. A teologia Sistemática estudada de modo correto não conduzirá ao conhecimento que “ensoberbece” (1 C o 8.1).
Devemos estudar Teologia Sistemática com a razão, Os estudantes de teologia precisam pensar exegeticamente (para entender o significado preciso), pensar sistematicamente (para ajuntar os dados), pensar criticamente (para ver se tirou alguma conclusão errado e até mudar de opinião caso precise).
Devemos estudar Teologia Sistemática com a ajuda de outros, Nosso Deus colocou mestres nas Igrejas “A uns estabeleceu Deus na igreja primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas, em terceiro lugar, mestre…” (1 Co 12.28). Devemos fazer uso das teologias sistemáticas e de outros livros escritos por alguns mestres que Deus tem dado à igreja ao longo de sua história.
Devemos estudar Teologia Sistemática coletando e entendendo todas as passagens relevantes da Escritura sobre um tópico.
Devemos estudar Teologia Sistemática com regozijo e louvor, O estudo da teologia não é meramente um exercício meramente teórico do intelecto. É um estudo do Deus vivo, o salmista disse.
“Que precisos para mim, ó Deus são os teus pensamentos” (Sl 139.17).
“Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração” (Sl 19.8)
“Alegro-me nas tuas promessas, como quem acha grandes despojos” (Sl 119.162)
“Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem pois conheceu a mente do Senhor? ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro lhe deu a ela para que lhe venha a ser restituído? Porque dele e por meio dele e para ele são todas as coisas. A ele, pois, pois a glória eternamente. Amém”. (Rm 11.33-36)
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