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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A Parábola da Ovelha Perdida - Lindo sentido, vamos estudar.

                                                A Parábola da Ovelha Perdida
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A Parábola da Ovelha Perdida é uma das parábolas de Jesus registrada nos Evangelhos de Mateus (18:12-14) e Lucas (15:4-7). Neste estudo, usaremos o texto presente no Evangelho de Lucas, entretanto o texto do Evangelho de Mateus também pode ser usado.

Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e vai após a perdida até que venha a achá-la?
E achando-a, a põe sobre os seus ombros, jubiloso;
E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida.
Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.
(Lucas 15:4-7)


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Contexto e explicação da Parábola da Ovelha Perdida

Como sabemos, essa parábola pode ser encontrada nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Basicamente, os dois relatos são idênticos, embora possamos classificar o texto presente no Evangelho de Mateus como sendo um paralelo abreviado comparado ao texto de Lucas. Analisando os textos de Mateus e Lucas, o contexto histórico claramente parece indicar que Jesus contou essa parábola duas vezes, em ocasiões diferentes e com propósitos diferentes, embora em suma, a mensagem permanece a mesma. Nos tópicos abaixo, analisaremos a aplicação da Parábola da Ovelha Perdida em ambos os Evangelhos.

A Parábola da Ovelha Perdida no Evangelho de Mateus

No Evangelho de Mateus, o contexto que prepara a introdução dessa parábola por Jesus é o fato de que Deus é um Pai amoroso que cuida de seu rebanho, colocando seus anjos e utilizando todos os meios necessários para fazer com que seus propósitos sejam concretizados. Em Mateus 18:1 os discípulos fazem a seguinte pergunta a Jesus: “Quem é o maior no reino dos céus?”. Para responder essa pergunta, Jesus colocou um menino no meio deles e disse: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mt 18:3).
Nesse mesmo raciocínio, Jesus então os advertiu sobre a gravidade que há no fazer com que um “destes pequeninos” tropece, ou mesmo, em algum momento, porventura desprezá-los. Sob esse princípio, Jesus conta a Parábola da Ovelha Perdida enfatizando que não é da vontade do Pai que um só destes pequeninos se perca. Embora Jesus tenha usado literalmente uma criança nesse contexto, isso serviu como ilustração de uma verdade espiritual, ou seja, ao usar um menino, Jesus se refere àqueles cuja fé mantém a simplicidade das crianças. Diante desse propósito, a Parábola da Ovelha Perdida em Mateus nos ensina que Deus, como um pastor que cuida de suas ovelhas, também cuida daqueles que sãos seus, e, se algum se perder, Ele mesmo irá buscá-lo porque não quer que nenhum destes pequeninos se perca.
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A Parábola da Ovelha Perdida no Evangelho de Lucas

No Evangelho de Lucas, o contexto nos mostra que Jesus foi cercado por publicanos e pecadores que havia se reunido para ouvi-lo. Os publicanos eram judeus que trabalhavam para o Império Romano como coletores de impostos.
O povo da época os considerava traidores que extorquiam os judeus. Aqui, os publicanos são mencionados juntamente com os “pecadores”, que eram todas as demais pessoas marginalizadas moralmente e de má reputação, que não viviam conforme as normas estabelecidas pelos rabinos, e que acabavam excluídos da sociedade da época pelos religiosos. O povo judeu era aconselhado a não ter qualquer contato com essas pessoas, e muito menos comer com elas.
Entretanto, Jesus frequentemente estava acompanhado dessas pessoas, comia com elas (Lc 5:27-29) e, inclusive, escolheu um coletor de impostos para ser um dos doze apóstolos. Tais coisas fazia com que os fariseus e os escribas se escandalizassem e murmurassem.
Eles não conseguiam enxergar o verdadeiro propósito pela qual o Filho de Deus veio ao mundo, a saber, buscar e salvar o perdido. Então, com o intuito de expor o comportamento reprovável e injusto dos religiosos, e ao mesmo tempo mais uma vez lhes oferecer a oportunidade de converter-se de tal perversidade, Jesus contou três parábolas: a Parábola da Ovelha Perdida, a Parábola da Dracma Perdida e a Parábola do Filho Pródigo.
Presenciar pastores apascentando ovelhas era algo corriqueiro e familiar naquela época. Então, uma prática extremamente comum, mais uma vez é utilizada por Jesus para transmitir os seus ensinos. Além dos ouvintes estarem habituados com a cena descrita por Jesus, vale também ressaltar que eles, principalmente os fariseus e os escribas, conheciam muito bem as passagens do Antigo Testamento que mostram Deus como o pastor de suas ovelhas (Sl 23:1; Is 40:11; Ez 34:15,16).
Jesus então pergunta: “Qual de vocês, se tiver cem ovelhas e tiver perdido uma delas, não vai em busca da ovelha perdida?” O que Jesus está ensinando nessa pergunta é que todo pastor bom e zeloso, buscará a ovelha perdida, mesmo que isso implique em deixar as outras 99 enquanto busca uma única que está desgarrada.
Nos versículos 5 e 6, Jesus mostra a alegria do pastor ao encontrar sua ovelha perdida. Ele reúne seus amigos e vizinhos para juntos festejarem. Esses dois versículos introduzem a lição principal da parábola presente no versículo 7, que demonstra a alegria que há no céu quando um pecador, ora perdido, é encontrado. Essa alegria é resultante da busca e do cuidado providencial do Bom Pastor. Sobre isso, no Evangelho de João Jesus nos mostra o tamanho desse cuidado:
Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.
(João 10:11)
Também vale citar que, no versículo 7, existe um difícil debate entre os estudiosos (tal debate não se estende ao registro dessa parábola do Evangelho de Mateus). O tema desse debate é fundamentado na seguinte pergunta: Quem são as noventa e nove pessoas justas citadas por Jesus? Existem diferentes interpretações sobre esse tema, sendo que, a maioria delas, considero nem ao menos significativas para citarmos aqui. Logo, dentre todas, podemos selecionar duas que se apresentam com maior coerência:
  1. A primeira considera que esses “justos” são verdadeiramente “pessoas justas”, e que há alegria no céu por aqueles que fazem a vontade de Deus e procuram seguir seus mandamentos, mas, quando um pecador se arrepende, então a alegria é ainda maior, pois um filho perdido foi encontrado.
  2. A segunda interpretação considera que esses “justos” são “aparentemente justos”, ou seja, são pessoas justas a seus próprios olhos, que, logo, pensam não precisarem de arrependimento, afinal, se alguém se julga “justo”, este, não deve ter nada do que se arrepender.
Embora as duas interpretações sejam boas e demonstram verdades confirmadas pelas Escrituras, penso que a segunda interpretação é a mais correta no caso dessa parábola registrada no Evangelho de Lucas. Para que fique mais claro esse pensamento, basta considerarmos o contexto da própria parábola, onde Jesus estava junto dos “miseráveis pecadores” que o cercavam para ouvir suas palavras, enquanto os religiosos, que se orgulhavam de “cumprir” a Lei, portanto, se consideravam justos, murmuravam diante da atitude de Jesus. Diante desse aspecto, parece claro que Jesus está falando dos fariseus e dos escribas, juntamente com os que os seguem. Assim, os noventa e nove justos representam os murmuradores, que confiavam em suas próprias obras. Essa mesma condição também foi enfatizada por Jesus em outras ocasiões no mesmo Evangelho de Lucas:
E os escribas deles, e os fariseus, murmuravam contra os seus discípulos, dizendo: Por que comeis e bebeis com publicanos e pecadores?
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos;
Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.
(Lucas 5:30-32)
E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros.
(Lucas 18:9)
De qualquer forma, seja qual for a interpretação adotada, o importante é entender que a ênfase, tanto em Mateus quanto em Lucas, está posta na ovelha que se perdeu, foi buscada, encontrada e celebrada. Em outras palavras, a lição de Jesus demonstra que se um pastor humano deixa as noventa e nove ovelhas para buscar uma única que se perdeu, o que se pode esperar então do Bom Pastor, que dá sua vida pelas ovelhas? Ele certamente buscará e resgatará o pecador perdido.
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Lições da Parábola da Ovelha Perdida

Apesar de ficar clara a diferença de contexto e de pequenos detalhes na Parábola da Ovelha Perdida registrada nos dois Evangelhos, o ensino principal e as lições que podemos aplicar a partir dela são necessariamente iguais.
  • Um já faz falta: muitas vezes estamos acostumados a situações em que fatalmente pesamos que “um não faz falta”. Humanamente estamos propensos a olhar muito mais para as noventa e nove ovelhas do que para uma única que ficou desgarrada. Mas felizmente o Bom Pastor não age dessa maneira. Para Ele, uma única ovelha já faz falta, pois nenhuma de suas ovelhas poderá ficar definitivamente perdida (Jo 10:28).
  • O Pastor busca suas ovelhas: quem já viu alguma vez um rebanho de ovelhas e se atentou ao comportamento delas, sabe o quão limitadas elas são em todos os sentidos, e como são dependentes do pastor que as apascenta. É por isso que o pastor de ovelhas sempre está atento a qualquer problema que possa ocorrer com seu rebanho, para protegê-lo de qualquer imprevisto, visto que a ovelha em si, não possui qualquer condição de se virar sozinha. Da mesma forma Cristo, como um pastor, vai à procura do homem que é totalmente incapaz de fazer qualquer coisa por si mesmo. É o pastor que vai em busca da ovelha, e não a ovelha que vai em busca do pastor. Logo, em termos de salvação, Deus é quem vai em busca do homem, não o homem em busca de Deus. O homem por si só, mesmo pensando consigo possuir muitas habilidades e capacidades, não possui qualquer condição de encontrar o caminho para o aprisco da salvação. Sozinha, a ovelha perdida nunca teria sido encontrada. De igual modo, Deus encontra o pecador que está perdido no pecado e que sozinho nunca conseguirá escapar de cair no abismo. Os homens passam suas vidas buscando alento em muitas coisas. Alguns em religiões, outros em bens materiais, outros em status e fama ou qualquer outra coisa que possa satisfazê-los. Porém, quando o pecador é resgatado de sua perdição e se sente acolhido nos braços do Bom Pastor, não resta outra coisa a ele a não ser admitir que não foi ele quem encontrou a Cristo, mas Cristo foi quem o encontrou.
  • Devemos aprender com Jesus: diante dos perdidos, podemos adotar diferentes atitudes. Podemos odiá-los, podemos ser indiferentes a eles, podemos recebê-los caso venham até nós, ou, finalmente, podemos buscá-los. Essa parábola também chama nossa atenção para não sermos como os fariseus e os escribas. Devemos nos doar pela tarefa de anunciar o Evangelho que encontra e restaura o perdido. Cristo não odiou os publicanos e os pecadores, nem mesmo foi indiferente a eles, ao contrário, ele fez mais até do que apenas recebê-los bem, na verdade, muitas vezes Ele mesmo é quem foi em busca destes (Lc 19:10; Mt 14:14; 18:12-14; Jo 10:16). E você? Qual tem sido sua atitude para com os perdidos?


Cordialmente,
                                    


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