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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

A Parábola do Fariseu e o Publicano - Veja esta interpretação.

                                       A Parábola do Fariseu e o Publicano

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A Parábola do Fariseu e o Publicano é uma parábola contada por Jesus durante seu ministério terreno, e encontra-se registrada exclusivamente em Lucas 18:9-14. Certamente essa é uma das parábolas de Jesus mais conhecida entre os cristãos. A seguir, vamos conhecer o contexto, explicação, significado e as lições dessa parábola.

Texto bíblico da Parábola do Fariseu e o Publicano

Para algumas pessoas que confiavam em sua própria justiça e menosprezavam os outros, Jesus contou ainda esta parábola: “Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro, publicano. O fariseu, em pé, orava em seu íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: roubadores, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’. Entretanto, o publicano ficou à distância. Ele sequer ousava olhar para o céu, mas batendo no peito, confessava: ‘Ó Deus, sê benevolente para comigo, pois sou pecador’. Eu vos asseguro que este homem, e não o outro, foi para sua casa justificado diante de Deus. Porquanto todo aquele que se vangloriar será desprezado, mas o que se humilhar será exaltado!” (Lucas 18:9-14).
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Contexto da Parábola do Fariseu e o Publicano

O evangelista nos informa que Jesus contou a Parábola do Fariseu e o Publicano a “algumas pessoas que confiavam em si mesmas por se considerarem justas, desprezavam os outros”. Apesar de ser um grupo indefinido, é muito provável que sua maioria era constituída por fariseus.
Apesar de muitos deles demonstrarem o comportamento descrito por Jesus nessa parábola, é verdade que havia algumas exceções, como Nicodemos e José de Arimatéia.
A Parábola do Fariseu e o Publicano sucede imediatamente na narrativa bíblica a Parábola do Juiz Iníquo, que também foi registrada no mesmo capítulo. Não sabemos se de fato Jesus contou uma parábola imediatamente após a outra, ou se foram contadas em ocasiões diferentes.
Seja como for, ambas as parábolas estão relacionadas e se completam. Enquanto a primeira enfatiza a importância da perseverança na oração, a segunda destaca a motivação e o comportamento correto ao orar.

Explicação da Parábola do Fariseu e o Publicano

A Parábola do Fariseu e o Publicano é constituída de duas orações feitas por dois homens com dois resultados diferentes. Os personagens dessa parábola são o fariseu e o publicano.

O fariseu

Os fariseus consistiam em um partido religioso dos judeus que era radicalmente conservador. Seus integrantes se orgulhavam por se acharem cumpridores da Lei e das tradições. Em diversas ocasiões, Jesus confrontou e repreendeu representantes desse grupo pela religiosidade hipócrita.
Era comum que os fariseus fossem ao Templo para orar. Pela fama de piedosos que ostentavam, eles gostavam de exibir sua condição de religiosos, fazendo orações em lugares públicos (cf. Lc 20:47).

O publicano

Os publicanos formavam um grupo profissional da época de Jesus que era empregado dos romanos, exercendo a função de cobrar os impostos e taxas alfandegárias. Os publicanos eram desprezados pelos demais judeus, especialmente pelos fariseus, pois os consideravam traidores e corruptos.
Diferente dos fariseus, os publicanos não andavam pelas sinagogas. Quando desejavam orar, eles procuravam a área externa do Templo a qual tinham acesso por serem judeus. Foi exatamente isto que fez o publicano da parábola.

A oração do fariseu

O fariseu e o publicano estavam no Templo no mesmo período e com o mesmo objetivo: orar. O fariseu muito provavelmente procurou um lugar de destaque, talvez o mais próximo possível do santuário real no Templo.
No Templo, o fariseu orou em pé, olhando para o céu. Aparentemente ele orava a Deus, mas Jesus é claro ao dizer que ele “dirigia uma oração a si mesmo” (Lc 18:11). Em outras palavras, o fariseu estava falando de si consigo mesmo. Seus elogios eram dirigidos ao seu próprio ego.
Em sua oração, em momento algum ele confessa seus pecados e mostra arrependimento, ao contrário, ele parecia tentar mostrar para Deus o quanto ele era bom, e como Deus era privilegiado por ter alguém daquela qualidade orando diante dele.
O fariseu focava em se comparar com as outras pessoas, não no sentido positivo, como por exemplo, se comparando a homens íntegros como Jó, o profeta Elias, o profeta Jeremias, o profeta Daniel e tantos outros, ao contrário, ele se comparava no sentido negativo, ou seja, ele afirmava não ser um ladrão, um injusto e um adúltero. Quando viu o publicano orando, também o incluiu em sua lista de desprezados. Sua auto-glorificação era a custa da miséria alheia.
Após se comparar com outras pessoas, o fariseu começou a exibir seus grandes feitos como cumpridor da Lei. Na verdade, como um bom fariseu, ele se esforçou para enfatizar que ele fazia ainda mais do que a Lei mandava.
Ele dizia jejuar duas vezes por semana, enquanto a Lei exigia apenas um dia de jejum por ano (Lv 16:29), porém permitia o jejum voluntário em qualquer ocasião. Os fariseus, por sua vez, instituíram a segunda-feira e a quinta-feira como dias de jejum. Muito provavelmente era disso que ele estava falando.
Ele também se orgulhava de pagar o dizimo de tudo o que possuía. A forma com que a frase está construída no grego indica que ele pagava o dízimo até mesmo daquilo que não era exigido, como por exemplo, dos produtos que ele comprava de um produtor, o qual já havia sido pago o dízimo pelo próprio produtor. Ele era tão presunçoso em suas intenções que basicamente tentava cumprir a Lei pelos outros.
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A oração do publicano

A oração do publicano foi muito diferente. Ele se postou a distância, ao contrário do fariseu, ele não queria ser visto, apenas desejava desesperadamente o perdão de Deus. O peso e a vergonha por seus pecados fizeram com que ele nem mesmo se atrevesse a olhar para o céu. A Palavra de Deus havia esmiuçado seu ego e o convencido de seus pecados.
Ao invés de se auto-elogiar, ele reconheceu o estado de miséria em que se encontra, e bateu contra o peito se auto-acusando, clamando a Deus por misericórdia: “Ó Deus, sê misericordioso para comigo, o pecador”. As palavras do publicano foram as mesmas do salmista Davi quando disse: “Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias” (Sl 51:1). O único pedido do publicano era para que a ira de Deus fosse removida sobre si, ele queria simplesmente ser perdoado.
Jesus então declarou que foi o publicano, e não o fariseu, que voltou para a casa justificado. Ele conseguiu o que tanto desejava, a paz repousou sobre ele. O Senhor concluiu essa parábola com uma frase muito apropriada, também presente em várias outras passagens bíblicas: “Porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado” (Lc 18:14).
Isso significa que o homem que se considerava justificado, voltou para casa como um pecador, enquanto o homem que admitiu ser um grande pecador, voltou para casa justificado.

Significado da Parábola do Fariseu e o Publicano

O significado da Parábola do Fariseu e o Publicano é bastante claro. Essa parábola ensina que devemos orar com a atitude correta. A mensagem dessa parábola complementa o que foi transmitido nos versículos anteriores do mesmo capítulo, na Parábola do Juiz Iníquo, que ensina sobre a importância da perseverança e constância na oração.
Assim, o significado central da mensagem formada por ambas as parábolas é o de que devemos orar constantemente e com humildade de espírito, pois é a verdadeira humildade que leva à exaltação.

Lições da Parábola do Fariseu e o Publicano

Podemos refletir sobre algumas lições práticas importantes que a Parábola do Fariseu e o Publicano nos ensina:
  • Deus perdoa erros e não justificativa: em si mesmo, o fariseu considerava que não tinha do que se arrepender. Logo, também não tinha do que ser perdoado. Quando alguém não consegue reconhecer seu próprio pecado, isso pode ser o sinal de algo muito mais grave do que simplesmente orgulho, pode significar a falta da genuína regeneração (1Jo 1:8-10).
  • Não se pode impressionar a Deus: o fariseu tentou impressionar a Deus, se comparando com outras pessoas e mostrando o quanto era superior a elas. Ele se julgava diferente e acima de todos. O publicano, por sua vez, também se comparou com as outras pessoas, mas se julgou inferior a todas elas. Ele classificou-se a si mesmo como “o pecador”. O apóstolo Paulo também fez o mesmo quando escreveu: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar pecadores, dos quais eu sou o principal” (1Tm 1:15).
  • A glória pertence somente a Deus: a oração do publicano expressa uma verdade presente em toda a Bíblia, declarando que a salvação, do início ao fim, pertence a Deus e é atribuída à sua misericórdia e graça (cf. Sl 51:1; Lc 18:13; Ef 2:8; Tt 3:5). O homem é incapaz de justificar-se a si mesmo. A oração do fariseu aparentemente parecia ser uma oração de gratidão. Aos olhos humanos, tal oração poderia realmente representar as palavras de alguém justo e distinto por sua religiosidade. Porém, aos olhos de Deus, tal oração era uma afronta, uma ofensa, pois na verdade ela atacava a glória de Deus, e tentava prover complementos humanos a perfeita obra da redenção.
  • O elogio humano pode ser perverso e enganoso: quando o fariseu começou a se auto-congratular, ele disse que não era: ladrão, desonesto e adúltero. O pastor William Hendriksen, em seu comentário do Evangelho de Lucas, fez uma observação muito apropriada, ao perceber que tudo o que o fariseu dizia não ser, na verdade, ele era. O fariseu era o ladrão que naquele exato momento roubava a glória de Deus nas palavras de sua oração. Ele era o homem desonesto que defraudava a si mesmo. Por último, ele era o adúltero culpado do pior de todos os adultérios, ao apostatar do verdadeiro Deus (cf. Os 1:2; 5:3).
A Parábola do Fariseu e o Publicano nos convida a fazer um importante auto-exame. Devemos olhar para nossas vidas e avaliar nossa conduta diante da Palavra de Deus, afinal, fariseus e publicanos continuam espalhados por todos os lugares. Que possamos apontar nossos olhos somente para Cristo, reconhecendo que apenas por seus méritos somos justificados diante de Deus, e é nele que encontramos descanso para nossa alma.
Algumas perguntas devem ser feitas: No dia de hoje, você se parece com o homem que foi para casa justificado ou com aquele que não alcançou perdão? Quando você olha para sua própria vida através do espelho das Escrituras quem você vê: o fariseu ou o publicano?
Certamente todos nós podemos nos ver de alguma forma através das palavras de Jesus na Parábola do Fariseu e o Publicano.
Cordialmente,
                                    


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