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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

A Carta Aos Gálatas - Visão geral!

             A Carta Aos Gálatas

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VISÃO GERAL

Os gálatas são celtas ou gauleses, de origem indo-ariana, que no III século aC invadiram a região do baixo Danúbio e a Macedônia, e se fixaram no planalto da Ásia Menor. O último rei dos gálatas (Amintas, 25 aC) legou o reino aos romanos. Estes criaram a província da Galácia, com capital Ancira, anexando-lhe outros territórios do sul, como a Pisídia, a Isáuria, partes da Letônia e Frigia. O nome “gálatas”, aos quais Paulo se dirige (3,1), só se aplica convenientemente à população de origem céltica e não aos territórios meridionais anexados à província romana.
Por duas vezes Paulo visitou a região da Galácia, no início da segunda e da terceira viagens missionárias (At 16,6; 18,23). Impedido de prosseguir viagem por causa de uma enfermidade (Gl 4,13s), pregou ali o Evangelho durante alguns meses. Pouco depois da segunda visita, as comunidades da Galácia, formadas por convertidos do paganismo (4,8; 5,2s; 6,12s), foram agitadas pelos judaizantes. Estes são judeu-cristãos vindos de fora que combatiam com virulência o Evangelho livre da Lei pregado por Paulo (At 15,1-5). Consideravam a observância da Lei necessária para a salvação também dos gentio-cristãos, e minavam a autoridade de Paulo como apóstolo. Informado da grave ameaça para a fé cristã, Paulo escreve esta carta cheia de ira e paixão, provavelmente de Éfeso, pelo ano 56/57.
Já na introdução (1,1-9), sem a costumeira ação de graças, aparece o tom polêmico com que Paulo defenderá a legitimidade de seu chamado divino e do Evangelho que prega.
Na primeira parte (1,10–2,21), de caráter autobiográfico, mostra que seu Evangelho e seu apostolado não vêm dos homens, mas de Deus e assim foram reconhecidos pelos apóstolos de Jerusalém. Na segunda parte (3,1–5,12), de caráter doutrinal, procura demonstrar com base na experiência cristã e na Escritura que a salvação vem pela fé e não pela Lei. Na terceira parte (5,13–6,10), de caráter exortativo, insiste em que a liberdade cristã seja vivida na caridade, dentro de um compromisso moral. A conclusão de próprio punho (6,11-18) termina com uma severa advertência contra os judaizantes.
Convencido do perigo que representava para a autêntica fé cristã, Paulo não poupa ataques contra esses “deturpadores do Evangelho”(1,7) que “semeiam confusão na comunidade”(1,7; 5,10-12), afastando dele seus amados filhos (4,12-20). Ameaça-os e amaldiçoa porque, além de não observarem a Lei (6,13), anunciam outro evangelho (6,1s; 4,17; 6,12s).
Desvirtuam o valor salvífico da morte de Cristo e minam assim as bases do cristianismo. Não fosse a enérgica intervenção de Paulo, o cristianismo não passaria de uma seita judaica de caráter messiânico. Jamais seria uma religião universal.


INTRODUCAO DO LIVRO

Quando a Boa‑Notícia do Evangelho se espalhou pelo império romano a muitos começaram a aceitar Jesus como Salvador, surgiram logo discussões sobre a necessidade de os não‑judeus seguirem as leis dos judeus, especialmente a que mandava que todo homem fosse circuncidado (Atos 15.1‑33). Essa mesma discussão apareceu nas igrejas que o apóstolo Paulo havia fundado na província romana da Galácia, que ficava numa região que hoje faz parte da Turquia. Várias pessoas estavam dizendo aqueles cristãos que eles precisavam obedecer a Lei de Moises para poderem ser aceitos por Deus. A Carta aos Gálatas é a resposta que Paulo fez a essa falsa doutrina. Com argumentos fortes e palavras às vezes chocantes, Paulo denuncia esse outro "evangelho" que estava sendo anunciado e procurava trazer de volta a “fé” verdadeira aqueles que estão se desviando do caminho certo. Ele fala da sua própria experiência cristã e defende a sua autoridade como apóstolo. Mostra também como, na reunião dos líderes cristãos em Jerusalém, ele tinha recebido a aprovação deles para continuar a anunciar a mensagem de que a salvação depende somente da fé a não daquilo que a Lei de Moises manda fazer. Em defesa da sua posição, Paulo cita o Antigo Testamento a fala da experiência de Abraão, o pai do povo escolhido. Ele mostra que Abraão foi aceito por Deus não por causa das suas obras, mas por causa da sua fé. Na ultima parte da carta Paulo fala da liberdade que tem aqueles que crêem em Cristo a como essa liberdade se torna realidade na vida cristã. Todos os cristãos de todos os tempos devem se lembrar sempre desta carta do apóstolo: "Cristo nos libertou para que sejamos de fato livres. Por isso, continuem firmes nessa liberdade a não se tornem novamente escravos" (5.1).


ESBOÇO

- 1.1‑10 A autoridade de Paulo como apóstolo
- 1.11‑2.21 A Boa‑Notícia da graça de Deus
- 3‑4 Liberdade e responsabilidade cristã
- 5.1‑6.10 As obras da carne e do Espírito

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CONTEÚDO

Numa saudação concisa, Paulo insiste em sua condição de apóstolo enviado por Deus e lembra seus leitores de que Cristo se entregou para nos livrar "deste mundo perverso" (1.1‑5). Ele se mostra atônitos pelo fato de os gálatas estarem abandonando o evangelho, um passo a que ele se opõe com veemência (1.6‑10). Ele insiste em que seu evangelho lhe foi revelado por Cristo a conta que tinha sido perseguidor e que teve poucos contatos com os apóstolos mais antigos, isto para mostrar que seu evangelho não poderia ter tido sua origem na mera repetição do que eles diziam (1.11‑2.5). Ele indica uma divisão de trabalho, com Pedro atuando como apóstolo aos judeus, enquanto Paulo era o apóstolo aos gentios, aparentemente com a implicação de que não se exigiria que os gentios guardassem a lei mosaica (2.6‑10). Quando, mais tarde, Pedro se retirou da comunhão a mesa com gentios cristãos, Paulo polemizou com ele e lembrou que nem sequer os judeus eram salvos por obras da lei, mas mediante a fé em Cristo (2.11‑16). Pecadores que são justificados em Cristo morreram para a lei e vivem "pela fé no Filho de Deus" (2.17‑21).
Num apelo emotivo, Paulo lembra aos gálatas que o Espírito lhes foi dado não por observarem a lei, mas com base na fé que tinham em Cristo (3.1‑5). Abraão foi um exemplo de fé (3.6‑9), ao passo que a lei traz sobre os pecadores uma maldição que Cristo carregou em lugar deles (3.10‑14). A lei é incapaz de substituir a aliança que Deus fez com Abraão 430 anos antes; a lei foi dada até a vinda de Cristo (3.15‑25). A primazia da fé significa que, ao nos aproximarmos de Deus, todas as distinções humanas são removidas; há uma única grande família de Deus (3.26‑29). A obra de Cristo na redenção colocou os crentes na condição de filhos, a não de escravos, nessa família (4.1‑7).
Em sua observância da lei os gálatas estavam retrocedendo ao tipo de escravidão da qual haviam sido resgatados, e Paulo suplica uma vez mais que não insistam em rejeitar o seu ensino (4.8‑20). Lembra‑lhes, com base nas antigas Escrituras, que Abraão teve um filho com Hagar (uma escrava) e um com Sara (que era livre). Isso insiste Paulo, representa duas alianças. Ao se submete­rem as exigências da lei, os gálatas estão retrocedendo a antiga aliança, embora na verdade sejam filhos da livre (4.21‑31). Eles deviam viver na liberdade que Cristo conquistou para eles e não se submeter à circuncisão, que significa escravidão (5.1‑12). Paulo contrasta a vida no Espírito com a vida na carne (5.13­26), e então passa a instrução sobre o viver correto (6.1‑10). Paulo escreve de próprio punho um pungente lembrete de que nem a circuncisão nem a incircunci­são tem a1gum valor, mas somente a nova criação de Deus (6.11‑18).
AUTOR

A carta afirma ter sido escrita por Paulo (1.1), e a afirmação soa verdadeira. A carta é o extravasamento de um evangelista e pastor preocupado com ensinos falsos trágicos que haviam surgido no meio de seus convertidos. Não é fácil ter certeza sobre onde Paulo estava quando escreveu a carta, mas não se questiona seriamente que ele a escreveu.
A data esta por volta de 49dC.


DESTINATÁRIOS

Durante o século III a.C. alguns gauleses migraram para o planalto do interior da Ásia Menor a ali fundaram um reino. Sob o reinado de Amintas (século I a.C.) esse reino estendeu‑se até a Pisídia, Letônia e outros lugares ao sul e quando, com a morte de Amintas (25 a.C.) os romanos assumiram o controle, eles a transformaram na província da Galácia. Para nós o problema é se os "gálatas" a quem esta epistola é dirigida são os gálatas étnicos que viviam no norte da província ou os sulistas de várias raças que foram incluídos na província romana. Perto do final do século III a área ao sul foi desmembrada, e a província foi reduzida a parte norte, razão pela qual tradicionalmente se entende que "Galácia" se refere à região norte. Mas será que foi nesse sentido que Paulo empregou o termo? O apóstolo visitou a área meridional em sua primeira viagem missionária (At 13‑14), mas jamais é explicitamente dito que ele visitou a região norte ‑ embora muitos pensem que é isso que se quer dizer em Atos 16.6 a 18.23.


OCASIÃO

Em Atos 13‑14 ficamos sabendo que Paulo a Barnabé evangelizaram a região sul da província da Galácia, indo inicialmente as sinagogas, onde pregaram a judeus e a gentios tementes a Deus. Mas em todas as cidades os judeus levanta­ram oposição, a os pregadores voltaram‑se para os gentios e conseguiram convertidos no meio destes. Não é preciso duvidar de que, caso a teoria do norte da Galácia esteja correta, a evangelização das regiões setentrionais deu‑se de modo bastante parecido. Em toda a região a igreja era, sem qualquer duvida, predominantemente gentílica.
Entretanto, depois de Paulo e Barnabé saírem de cena, parece que alguns cristãos judeus chegaram na região e ensinaram que aqueles que aceitam a salvação cristã devem se submeter à lei judaica, a Tora. Até onde sabemos, os judeus locais não ensinavam isso; simplesmente opunham‑se aos cristãos. Paulo faz distinção entre os falsos mestres e a congregação (1.7; 4.17; talvez eles tivessem um líder muito forte, 1.9; 5.10); alias, ele pode mesmo dar a entender que eles não eram absolutamente cristãos (1.6‑7). A ênfase que davam a guarda da lei mosaica torna quase certo que eram judeus. Sem dúvida eles se considera­vam cristãos judeus; Paulo esta pronto a questionar o aspecto "cristão" caso eles estabeleçam como necessária à salvação qualquer exigência além da fé em Jesus.
Com base em Gálatas descobrimos que a autoridade de Paulo foi minada pelo argumento de que ele era inferior aos primeiros apóstolos. Parece que Paulo teve isso em mente do começo ao fim: "Apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e por Deus Pai" (1.1); "Ninguém me moleste porque eu trago no corpo as marcas de Jesus" (6.17).
Enfatizava‑se a circuncisão: "vos constrangem a vós circuncidardes" (6.12; 5.2‑6). Paulo destaca que a aceitação da circuncisão significa a aceitação da obrigação de cumprir toda a lei da qual ela faz parte (5.3), não importa o que os falsos mestres tenham dito. Aparentemente também se enfatizava a guarda da lei, pois ele também escreve: "Guardais dias, e meses, e tempos, e anos" (4.10). Ele também fala que seus convertidos desejam "estar sob a lei" (4.21) e que "procurais justificar‑vos na lei" (5.4). Juntando tudo isso, parece que os falsos mestres viam o cristianismo como um judaísmo modificado; estavam ensinando que ter um relacionamento de aliança com Deus significa submeter‑se as exigências da lei de Deus. Por isso estavam persuadindo os gálatas a se submeterem ao esquema da lei, em vez de desfrutarem da liberdade em Cristo.
Fossem ou não cristãos aos olhos de Paulo, é evidente que os falsos mestres saiam da ala crista‑judaica. Cristãos haviam‑se oposto a Pedro (At 11.2‑3) e, mais tarde, Tiago pode falar de "dezenas de milhares de judeus" que creram, "e todos são zelosos da lei" (At 21.20). Este fato que havia um grupo forte dessas pessoas, e pelo menos às vezes propagandistas ativos, como quando foram da Judéia para Antioquia e ensinaram aos novos convertidos: "se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos" (At 15.1). Se eles seguiram Paulo até Antioquia, não é improvável que o tenham seguido até a Galácia. É possível que não tenham sido em grande número, pois Paulo escreve: "Um pouco de fermento leveda toda a massa" (Gl 5.9). Ás vezes se afirma que os oponentes de Paulo eram gentios que haviam aceitado a circunci­são e desejavam que outros fizessem o mesmo. Mas essa suposição dificilmente contrabalança as evidências de que existiam cristãos judeus zelosos, preocupados em enfatizar a lei.
A libertinagem é às vezes detectada em 5.13, em exortações como "não useis da liberdade para dar ocasião à carne" e "vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da natureza pecaminosa". Mas é melhor interpretar a libertinagem como uma perversão do ensino Paulino de que em Cristo os crentes são livres. Em todas as épocas tem sido fácil deduzir que, se somos salvos pela graça, não importa como vivemos. Paulo não compactuava com nada disso, e denuncia vigorosamente esse ensino.
Parece que eram feitas criticas a Paulo. "Se ainda prego a circuncisão" (5.11) pode significar que Paulo fora acusado de pregar a circuncisão quando lhe convinha (veja o fato de ele circuncidar Timóteo [At 16.3]). "Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens?" (1.10) indica que haviam dito que o apóstolo estava interessado apenas na aprovação humana. Na vida de um homem que se tornou "tudo para com todos", inclusive ser como judeu a fim de ganhar judeus (1 Co 9.20‑22), não poderiam faltar incidentes que deram a seus oponentes a oportunidade de acusa‑lo de incoerência.
O evangelho foi objeto de sérias concessões por esse novo ensino. Paulo se queixa de que seus leitores estavam "passando para outro evangelho", acrescentando imediatamente "que, na realidade, não é o Evangelho" (1.6‑7). O que os gálatas estavam fazendo não era acrescentar alguns novos discernimen­tos ao significado do cristianismo, mas negar a mensagem cristã essencial. Estavam substituindo a verdade do evangelho pelo ensino judaico.
A epístola aos Gálatas é a respeito das notícias sobre esses acontecimentos que chegaram aos ouvidos de Paulo. Imediatamente ele reconheceu que o que seus convertidos faziam significava que renunciavam ao âmago do caminho cristão, e ele escreveu sem demora para corrigir a situação. Ele não observou todas as sutilezas da correta redação epistolar, mas enviou um apelo pungente aos gálatas para que retornassem a fé em que haviam sido salvos. Esta carta cheia de vida tornou‑se uma expressão clássica do significado de justificação pela fé unicamente em Cristo.

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ACEITAÇÃO NO CANON

Gálatas foi aceita desde os primeiros dias. Pelo que consta, em épocas mais antigas não houve nenhuma dúvida de sua autenticidade. Ela aparece em primeiro lugar em algumas listas das epístolas paulinas (como a de Marcião), o que indica o reconhecimento de sua importância bem como de sua autenticidade.


GÁLATAS EM ESTUDOS RECENTES

Existe consenso geral de que Gálatas é uma epístola paulina autêntica e que ela é muito importante para compreendermos o pensamento de Paulo. Existe, porém, considerável debate sobre a localização das igrejas da Galácia, e muitos estudiosos recentes vem defendendo a teoria do nome de Galácia. Caso se junte isso a uma suspeita quanto à exatidão do relato lucano de Atos, atribuir‑se‑á a carta uma data posterior, no período aproximado em que foram escritas as cartas aos Romanos a aos Coríntios. Também existe apoio forte para o ponto de vista de que a carta é mais antiga, possivelmente a mais antiga das cartas de Paulo."
O debate prossegue quanto à identidade dos mestres a que Paulo se opõe, e alguns escritores recentes levantam suspeitas sobre o termo "judaizante". Já assinalamos que alguns estudiosos tem sustentado que se deve entender como libertinos os oponentes de Paulo (5.13, 16) ou até mesmo que eram algum tipo de gnósticos; às vezes pensa‑se que eram sincretistas que adotaram aspectos tanto do judaísmo quanto do helenismo. Uns poucos estudiosos tem esposado a opinião de que esses mestres não eram judeus, mas que podem ter sido até mesmo alguns dos convertidos de Paulo.


A CONTRIBUIÇÃO DE GÁLATAS

Esta breve Carta tem uma importância desproporcional ao seu tamanho. Sempre existe a tendência de as pessoas pensarem que sua salvação (não importa como seja ela entendida) a algo que há de acontecer por meio de suas próprias realizações. Podem variar as maneiras como entendem a salvação e da mesma forma também pode variar o tipo de realizações que consideram necessá­rias. Mas que o destino eterno delas repousa em suas próprias mãos parece um lugar‑comum; a algo tão obvio que dificilmente precise ser expresso. Com freqüência o cristianismo tem sido entendido Como nada mais do que um sistema de moralidade, como uma cuidadosa observação de um sistema sacramental, como uma conformidade a padrões, Como uma reunião com outras pessoas na igreja e assim por diante. Sempre se fez necessária à exposição clara e direta que Paulo fez da verdade de que a justificação vem somente pela fé em Cristo. Deve-­se dizer isso em oposição aqueles que enfatizam a importância de obras realiza­das de conformidade com a Tora ou quaisquer outros feitos do pecador.
Não devemos deixar desapercebida a importância do apelo de Paulo a Abraão (3.6‑9). Isso leva o leitor de volta a um período quando a lei ainda não fora dada; a aliança estabelecida com Abraão tem precedência sobre a lei (3.7). A lei não pode anular a promessa de Deus. Os que estavam abandonando a dependência singela na promessa de Deus estavam‑se afastando do caminho determinado por Deus e interpretando erroneamente o verdadeiro propósito da lei (3.19). Se os amigos gálatas de Paulo dessem a devida consideração ao exemplo de Abraão, veriam o erro sério em que passaram a incorrer quando começaram a depender da Tora. Se lermos o relato sobre Abraão e sua fé em sua devida seqüência na história reveladora da redenção, em vez de pressupormos, como fazem muitos judeus, que Abraão deve ter guardado a lei, fica claro que o caminho de Deus sempre foi o caminho da promessa e da fé. Isso leva Paulo ao imponente pensa­mento de que todas as distinções feitas pelos homens tornaram‑se agora irrele­vantes (3.28‑29). Cristo veio no tempo determinado para resgatar pecadores escravizados (4.4‑5), e Paulo faz uma afirmação importante quando diz que Cristo realizou essa obra de redenção "fazendo‑se ele próprio maldição em nosso lugar" (3.13). Essa é uma contribuição significativa para nossa compreensão da expiação.
Junto com a ênfase na justificação pela fé em Cristo acha‑se uma ênfase na liberdade cristã: "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou" (5.1); os crentes devem literalmente "andar no Espírito" (5.16; "viver pelo Espírito"). Mesmo os que são justificados pela fé em Cristo às vezes acham mais fácil submeter‑se à escravidão de um sistema. As palavras de Paulo continuam sendo a expressão clássica da liberdade que é o direito de nascença de todo aquele que esta em Cristo.
A carta aos Gálatas é um lembrete constante de quão importante é entender as implicações da fé cristã para a vida cristã. Até mesmo Pedro e Barnabé puderam se extraviar. Paulo não se queixa da teologia deles, mas de sua prática, quando os que pertenciam ao grupo "da circuncisão" induziram os judeus a afastar-­se do convívio a mesa com os gentios (2.11‑14). Nenhuma carta deixa tão claro como esta à importância de vivenciar todas as implicações da salvação pela cruz.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Introdução ao Novo testamento – D. A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris – Editora Vida Nova.
- CD Bíblia sagrada Seafox.
- CD Bíblia sagrada Laicus.



Cordialmente,

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