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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Estudo profundo sobre o Verdadeiro Natal! Vamos estudar!

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Estudo 1: 2 Tessalonicenses 2:13-17.

Deus nos chamou, para tomarmos parte na glória do nosso Senhor Jesus Cristo, por meio do evangelho. Cristo nos ama e na sua bondade nos dá uma coragem que não acaba e uma esperança firme. O Jesus do verdadeiro Natal enche o nosso coração de ânimo e nos torna fortes para fazermos e dizermos tudo o que é bom!

O apóstolo Paulo declara no versículo 15 que os irmãos de Tessalônica deveriam ficar  firmes e deveriam guardar aquelas verdades que ele e os demais apóstolos ensinaram-lhes tanto nas mensagens como nas cartas que escreveram). As verdades foram entregues aos  irmãos com o objetivo de que a fé deles fosse consolidada. Tradição significa entrega. O conteúdo da fé pode ser entregue.

Natal é um tempo oportuno de ensinarmos as novas gerações o valor da encarnação do Verbo de Deus. Este é o lado bom da tradição. No texto lido, Paulo destaca o protagonista do Natal: Jesus

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I. A SECULARIZAÇÃO QUER ESVAZIAR O SENTIDO DO VERDADEIRO NATAL

No Natal, celebramos o nascimento de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Infelizmente a secularização tem esvaziado cada vez mais o Natal genuíno. E o que é secularização?

Podemos responder estar pergunta com a seguinte ilustração:

Alguns dias antes do Natal, duas mulheres pararam em frente a uma vitrina de uma loja de departamentos de um grande shopping que exibia o cenário da manjedoura em Belém com figuras de barro representando o nascimento de Jesus.  Uma das mulheres, mostrando insatisfação, virou-se para a outra e disse: "Olhe só que absurdo, a igreja tentando intrometer-se no Natal".

Esta atitude mostra o efeito da secularização, isto é, para muitos, o Natal é apenas uma festa onde todos comem, bebem e trocam presentes. O verdadeiro sentido e o homenageado ficam totalmente ausentes.

É um processo pelo qual as verdades de Deus e conteúdo da fé deixa de ser o aspecto cultural, que juntava como um forte ímã  tudo o que diz respeito aos costumes e jeito de ser das pessoas, acabando por transferir esta ação agregadora para uma das outras atividades desta mesma sociedade. Esta transferência faz com que a fé não determine e nem condicione mais a vida das pessoas.

Para se contrapor à secularização os valores de nossa fé não podem ser transmitidos formalmente, mas com a vida, porque nao vivemos e nem pregamos religião, mas sim a vida de Deus (Jo 10.10). Esta transmissão primeiro acontece dentro do lar e depois na igreja. Este é o lado bom do que se chama de "tradição", conforme Paulo empregou em 2 Tessalonicenses 2.15. Por isso o sentido do verdadeiro Natal pode ser transmitido por herança.

II. OS SÍMBOLOS SEMPRE FORAM UTILIZADOS POR DEUS PARA COMUNICAR AS VERDADES DE DEUS DE UMA GERAÇÃO MAIS EXPERIENTE PARA A GERAÇÃO MAIS NOVA.

1. Vemos o cuidado de Deus com a entrega dos valores eternos por parte dos mais experientes aos mais jovens
Textos Iniciais: Êxodo 30.8;
a) No Salmo 145.4 - O salmista exprime o desejo de sua alma para que cada geração anuncie à geração seguinte os feitos e os atos poderosos do Senhor.

b) Em Joel 1.3 - Digam aos seus filhos o que aconteceu; que eles contem aos seus filhos, e que estes falem sobre isso à geração seguinte. (Joel 1:3 NTLH)

2. Deus sempre usou os símbolos na tradição da entrega do conteúdo da fé de uma geração mais experiente para a mais nova, como por exemplo Êxodo 30.8.
Quando Deus determina que o incenso deverá ser queimado pelas gerações do povo de Israel, o Senhor está dizendo que certos símbolos tem o objetivo de fixar na mente do ser humano valores que não podem ser esquecidos e negligenciado. O incenso, no caso simboliza a oracão, a adoração, que como respiração da alma nunca deve parar.

3. E o que é um símbolo?
O termo símbolo designa um elemento (realidade visível) representativo que está em lugar de algo (realidade invisível) que tanto pode ser um objeto como um conceito ou uma idéia, determinada quantidade ou qualidade. O "símbolo" é um elemento essencial no processo de comunicação dos seres humanos. A representação específica para cada símbolo pode surgir como resultado de um processo natural ou pode ser convencionada de modo a que o receptor (uma pessoa ou um grupo específico de pessoas) consiga fazer a interpretação do seu significado implícito e atribuir-lhe determinada conotação. Por exemplo: A Cruz simboliza o cristianismo; a âncora a segurança ou esperança; a pomba a paz, etc.

4. Se Deus usa símbolos Satanás quer a arremedar a verdade utilizando simulacros.
Simulacro Significa criar algo que possa parecer real, dessa forma iludindo as pessoas com relação a determinada situação.

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III. UMA DAS ESTRATÉGIAS DO DIABO É ILUDIR AS PESSOAS, DESTRUINDO OS VERDADEIROS SÍMBOLOS DA ENCARNAÇÃO DO VERBO DE DEUS PARA SUBSTITUIR POR SIMULACROS.

1. Papai Noel no lugar de Jesus
a) O que está por trás do Papai Noel.  A figura do “bom velhinho” tem origem na história de São Nicolau de Patara, uma província de Lícia na Ásia Menor. Trata-se da história de um viajante que era conhecido pela sua generosidade. São Nicolau se tornou  bispo e com o tempo o santo foi ganhando fama de fazedor de milagres. Nessa época, a devoção a ele estendeu-se para todas as regiões da Europa, tornando-o o padroeiro da Rússia e da Grécia, das associações de caridade. A Reforma Protestante fez com que o culto a São Nicolau desaparecesse da Europa, com exceção da Holanda. Colonizadores holandeses levaram a tradição consigo até New Amsterdan (a atual cidade de Nova Iorque) nas colônias norte-americanas do séc. XVII. Atualmente o mercado se apropriou desta figura e a transformou em um ícone do consumo. A imagem de um homem que um dia ficou conhecido pela sua generosidade, hoje é explorada pelo comercio. Em uma campanha publicitaria para promover suas vendas de fim de ano, a Coca-Cola  projetou o bom “velhinho” como símbolo da marca, com roupas  vermelhas.
b) Jesus é o protagonista não somente do Natal, mas de tudo e todos.

2. A Árvore de Natal no lugar da Cruz de Cristo
a) O que está por trás da Árvore de Natal. Povos da Europa Central adoravam árvores. Sacrifícios eram feitos na Escandinávia ao deus Thor, sempre ao pé de alguma árvore bem frondosa. Segundo a Enciclopédia Barsa: "A árvore de Natal é de origem germânica, datando do tempo de S. Bonifácio (cerca de 800 d.C.). Foi adotada para substituir os sacrifícios ao carvalho sagrado de Odin (deus germânico, demônio das tempestades), adorando-se uma árvore, em homenagem ao Deus-menino". Os povos da Escandinávia (região que compreende a Suécia e a Noruega) outrora adoravam árvores. A partir do século XVI, várias famílias alemãs passaram a decorar seus pinheiros, resultando em um costume que passou por várias gerações. A partir do século XIX a tradição chegou à Inglaterra e foi usado pela primeira vez pela rainha da Inglaterra Elizabete  por ocasião do dia 25 de Dezembro , quando oferecia uma grande festa e recebia muitos presentes .Não podendo recebê-los todos pessoalmente pediu que fossem depositados em baixo de uma árvore no jardim. Origina-se daí, igualmente, o costume depositar os presentes em baixo da árvore.
b) A Cruz é o elemento central da historia da humanidade e da Salvação.


3. As Guirlandas como elemento de magia (embora se use somente como decoração) no lugar de uma fé madura em Deus
a) As origens das Guirlandas apontam para a magia e superstição. No Antigo Egito as guirlandas eram confeccionadas para serem colocadas nas portas dos templos, usadas como adornos de cabeça e como enfeites nas múltiplas festividades religiosas.
Na Roma Antiga, um ramo de plantas enrolado no formato de coroa era um voto de saúde e quando posicionada na porta de casa significava saúde para todos os habitantes. Na Índia Média ela também era considerada como um símbolo de boas-vindas e era exposta nos lares durante o ano inteiro juntamente com o brasão familiar. Além disso, ela servia de proteção contra demônios e má sorte. Hoje em dia, a guirlanda ainda resgata o significado ancestral de símbolo de boas-vindas, de proteção e de abundância.
b) Proteção e segurança somente Deus pode nos garantir.

4. As velas no lugar da luz de Cristo.
a) Origens das velas. Por milhares de anos, até a descoberta da energia elétrica há 100 anos, a vela, a lamparina ou lampião a óleo, as tochas foram as fontes de luz nas trevas noturnas. A minúscula chama afugentava as trevas, a escuridão dando segurança e calor. Por isso na antiguidade alguns povos chegaram a cultuar o fogo como divindade.
b) Só Jesus é a verdadeira luz do mundo. . Jesus Cristo é a luz que ilumina nosso caminho: "Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8,12). E "vós sois a luz do mundo ... não se acende uma candeia para se pôr debaixo de uma vasilha, mas num candelabro para que ilumine todos os da casa. É assim que deve brilha vossa luz" (MT 5,14-16).

IV. ELEMENTOS CULTURAIS E CURIOSIDADES DO NATAL QUE PODEM SER APROVEITADOS PELOS CRISTÃOS.
1. Presépio (não idolátrico)
Para lembrarmos de um Jesus Cristo que nasceu na pobreza, na simplicidade.
Um dos símbolos mais comuns no Natal dos países  cristãos é a reprodução do cenário onde Jesus Cristo nasceu: uma manjedoura, animais, pastores, os três reis magos, Maria, José e o Menino Jesus. O costume de montar presépios surgiu com São Francisco de Assis, que pediu a um homem chamado Giovanni Villita que criasse o primeiro presépio para visualizar, sensibilizar, facilitar a meditação da mensagem do evangelho . São Francisco, então, celebrou uma missa em frente deste presépio, inspirando devoção a todos que o assistiam.

2. O envio de cartões de Natal
A prática de enviar cartões de Natal surgiu na Inglaterra no ano de 1843. Em 1849 os primeiros cartões populares de Natal começaram a ser vendidos por um artista inglês chamado William Egly.
Independentemente da sofisticação, beleza e simplicidade, os cartões são símbolos do inter-relacionamento do homem. O ser humano é comunicação, é relacionamento. A dimensão dialogal, de comunhão, de empatia vem expresso pela palavra escrita. Ao falarmos em palavra, nos vem à mente o prólogo do evangelho de São João: Cristo é o Verbo, a Palavra criadora, unificadora e salvadora de Deus (Jo 1,1-5).
3. A prática da entrega de presentes

4. Ceia de Natal

5. O Panetone
O panetone foi criado na Itália e o hábito de consumi-lo nas festas de fim de ano iniciou-se em Milão, expandindo dos Alpes – no norte – à Sicília - no sul. Aos poucos passou a ser conhecido em outros países, tornando-se mundialmente conhecido.
Milão, no século XV, quando um jovem de família rica se apaixonou por uma plebeia, filha de padeiro.
O pai da moça não aceitava o namoro e o rapaz, para se aproximar da jovem e mostrar a seu pai que era uma pessoa de bem, disfarçou-se de padeiro e foi trabalhar em sua padaria como auxiliar. Passado alguns dias, resolveu criar um pão diferente, doce, misturando frutas cristalizadas.
O pão ficou conhecido por ser muito gostoso e por sua forma diferenciada, copiando a cúpula de uma igreja.
Como o pão fez muito sucesso, o jovem passou a divulgá-lo como uma invenção do Sr. Toni, o pai da moça, ficando conhecido como Pão do Toni, que em italiano é dito pane del Toni, passando à panetone. O final dessa linda história dá pra imaginar.
Natal verdadeiro se revela
na Encarnação do Verbo (Jo 1.1-5; 14)
“No príncípio, Deus criou o céu e a terra. Ora a terra estava sem forma e vazia, as trevas cobriam o abismo, e um sopro de Deus
chocava a superfície das águas” (Gn 1,1-2). “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, ele estava com Deus. Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada do que foi feito se fez" (Jo 1.1-3).
Se o coração do Gênesis é a imagem do Deus que cria e salva, o coração do Evangelho de João é o testemunho da encarnação histórica de Jesus de Nazaré. Acredita-se que a intenção da introdução do Evangelho de João é a atualização do primeiro capítulo do Livro do Gênesis.
Tanto Gênesis 1 quanto João 1 começam com a palavra ‘no princípio’. Se o primeiro utiliza o termo hebraico B’reshit, o segundo falará a partir da expressão grega en arché. Trata-se da afirmação de que em Cristo se dá um novo Gênesis, uma nova origem, uma nova criação, uma nova humanidade. A palavra criadora do Gênesis torna-se gente em João.
Etimologicamente, o termo ‘encarnação’ é proveniente do latim clássico incarnare. É a manifestação mais crível de que um dia Deus se tornou carne em nossa carne, história de nossa história, vida em nossa vida, Jesus vestiu nossa humanidade.
A encarnação foi o meio legítimo para que Deus entrasse fisicamente na Terra. De tão profunda que é, a  doutrina da encarnação deve ser vista em diferentes aspectos, é o que faremos neste estudo.

I. ENCARNAÇÃO PROFETIZADA e CUMPRIDA
1. Descendência de Abraão - Gênesis 18:18 12:3 : Visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação e nele serão benditas todas as nações da terra...Cumprimento: Atos 3:25 Mateus 1:1 Lucas 3:34 – Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com vossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as nações da terra.
2. Descendência de Isaque - Gênesis 17:19 – Deus lhe respondeu. Na verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e lhe porás o nome de Isaque, com ele estabelecerei a minha aliança, aliança perpétua para sua descendência depois dele. Cumprimento: Mateus 1:2 – Abraão gerou Isaque, Isaque gerou a Jacó, Jacó gerou Judá e a seus irmãos.
3. Descendência de Jacó - Profecia feita em 1300 anos antes de Cristo: Números 24:17, Gênesis 28:14.  Vê-lo-ei mas não agora; contemplar-lo-ei, mas não de perto. Uma estrela procederá de Jacó, e de Israel subirá um cetro que quebrara as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Sete. Cumprimento: Lucas 3:34 Mateus 1:2-3 – Filho de Jacó, filho de Isaque, filho de Abraão, filho de Terá, filho de Naor.
4. Descendência da Tribo de Judá - Gênesis 49:10 – O cetro não arredará de Judá, nem o bastão de autoridade de entre seus pés, até que venha Siló e a Ele obedecerão os povos. Cumprimento: Lucas 3:33 Mateus 1: 2-3 – Filho de Animadabe, filho de Admim, filho de Arni, filho de Esrom, filho de Farés, filho de Judá.
5. Seria legítimo herdeiro do trono de Davi. Profecia feita em 700 anos ... em 625 à 586 anos e outra em quase 1000 anos antes de Cristo em Isaías 9:7 11:1-5 2Samuel 7:13 Jeremias 23:5 Salmo 132:11– Do aumento do seu governo e paz não haverá fim. Reinará sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e justiça, desde agora para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto. Cumprimento: Mateus 1:1 1:6 – Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, livro de Abraão.
6. Um Mensageiro iria anunciar sua chegada em Israel e começo do seu ministério. Profecia feita em 800 anos de Cristo - Isaías 40:3 – Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus. Cumprimento: Mateus 3:1 – Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizia: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.
7. O lugar do seu nascimento - Profecia feita em 738 a 698 antes de Cristo. Miquéias 5:2 – Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá aquele que há de reinar em Israel e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade. Cumprimento: Mateus 2:1 Lucas 2:4-7 – Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, no tempo do reis Herodes, vieram uns magos do Oriente a Jerusalém.
8. Nasceria de uma Virgem. Profecia feita em 800 anos antes de Cristo. Isaías 7:14 – Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: A virgem conceberá e dará a luz um filho e será o seu nome Emanuel. Cumprimento: Mateus 1:18 Lucas 1:26-35 - Ora, o nascimento de Jesus foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes coabitassem, achou-se grávida pelo o Espírito Santo.
9. Seria homenageado por reis. Profecia feita a quase 1000 anos antes de Cristo. Salmos 72:10 - Paguem-lhe tributos os reis de Tarsis e das ilhas; os reis de Sabá e de Seba lhe ofereçam presentes. Cumprimento: Mateus 2:1-2 – Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntaram: Onde esta o recém nascido Rei dos Judeus? Porque vimos a estrela no Oriente e viemos adorá-Lo.

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II. ENCARNAÇÃO MIRACULOSA
1. O Nascimento de Jesus foi Virginal.
Jesus nasceu como todos os homens, no entanto sua concepção no ventre de Maria foi de origem divina, sem a participação do componente sexual masculino (Mt 1:18-25; Lc 1:26-38). Teologicamente chamamos a isso de concepção virginal. Maria era virgem na época da concepção e assim continuou até o momento do nascimento de Jesus. As Escrituras deixam muito claro que José não teve qualquer intercurso com Maria antes do nascimento de Jesus (Mt 1:25).
2. A influência sobrenatural do Espírito Santo é que tornou possível a geração de Jesus no ventre de Maria. Isso não significa que Jesus é o resultado de uma relação de Deus com Maria, longe de nós tal idéia. O que Deus fez foi providenciar, por uma criação especial, tanto o componente humano ordinariamente suprido pelo macho (e assim o nascimento ser virginal) como um fator divino ( e assim a encarnação). Assim, o nascimento de Jesus nos aponta algumas verdades essenciais no cristianismo:
a) Que nossa salvação é sobrenatural (Jo 1:13): a salvação não vem pelo nosso esforço ou realização.
b) Que a salvação é uma dádiva da Graça (Ef 2:8): assim como não houve nenhum mérito em Maria para que fosse escolhida, da mesma forma acontece conosco quando somos salvos.

III. ENCARNAÇÃO EFETIVADA (JO 1.14).

1. Jesus possuía um corpo humano (Lc 2.7, 40, 52; 23. 26; Jo 4.6; 19. 28; Mt 4.2, 11).
2. Jesus possuía uma mente humana (Mt 13.32; Lc 2. 52; Hb 5. 8).
3. Jesus possuía alma humana e emoções humanas (Jo 12. 27; 13. 21; Mt 26. 38)
4. As pessoas próximas de Jesus consideravam-no apenas humano (Mt 4. 23-25; 13. 53-58)

III. ENCARNAÇÃO INDISPENSÁVEL
1. A encarnação é reciprocamente necessária: tanto para Deus como para nós, seres humanos.
"Para chegar a Deus você precisa passar pelo homem. Para Deus chegar em você Ele também precisa passar pelo homem. Não existe contato direto com Deus, isto é, todo contato entre o humano e o divino é mediado por um outro humano. O humano é ponte entre o humano e o divino. O humano é ponte entre o divino e o humano. Toda vez que você pretender um contato imediato com Deus, deixando de lado a ponte humana, isto é, a horizontalidade que Ele mesmo providenciou, você vai cair num abismo sem fim, isto é, vai experimentar o vazio, aquele sentimento de estar falando com ninguém. É isto o que o Evangelho ensina quando afirma que 'existe apenas um Mediador entre Deus e os homens: Cristo Jesus, homem'" (Ed Renê Kivitiz).
2. A encarnação foi necessária para o estabelecimento da Salvação da humanidade.
a) Com Obediência (Lc 4. 1-13; Gn 2.15 – 3.7; Rm 5. 18-19; 1Co 15. 47,54).
b) Por um Sacrifício absoluto e Substitutivo (Hb 2. 16-17, cf. v. 14).
c) Por meio de um Mediador entre Deus e os Homens (1Tm 2.5).
d) Para dominar a criação (Hb 2.8,9).
e) Para Deus nos mostrar como Ele mesmo é como o ser humano deve ser (1Jo 2.6; 3. 2-3; 2Co 3. 18; Rm 8.29; 1Pe 2.21; Hb 12.2,3; Fp. 3. 10).
f) Para servir de critério para  distinguir se a pessoa age pelo Espírito quando se confirma a encarnação (1 João 4:2, 3).

IV. ENCARNAÇÃO ESPERADA
1. O Verbo tem que continuar se encarnando. Jesus, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o "Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós". Este evento não ocorreu só uma única vez lá em Belém da Judéia. Deus espera que cada cristão deixe o Verbo de Deus se encarnar continuamente, em nosso dia-a-dia. Em Mateus10.25: “Basta ao discípulo ser como seu mestre...”; neste sentido, devemos ter a mesma consciência de Paulo, quando ele escreveu em Gálatas 2.20: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus...".
2. O bom samaritano é um exemplo de um Evangelho encarnacional. Na parábola do Bom Samaritano vemos que a Fé do sacerdote e a fé do levita não são encarnadas, isto é, sua religião é uma mera teoria. Só o samaritano se compadece, só ele revela na vida uma fé encarnada. Se dependesse do sacerdote e do levita, Deus não poderia fazer nada pelo moribundo. Mas, o samaritano não age com indiferença, ele resolve agir com uma fé encarnacional.

3. Deus conta conosco para que o Evangelho continue encarnando-se. Quando o bom samaritano, socorreu e cuidou do ferido, Deus pôde realmente salvar o moribundo. "De algum modo, o samaritano passou a ser a mão divina: sem ela, Deus 'nada poderia fazer'. A ação humana nasceu do apelo divino e dEle recebeu seu ser, força e inspiração para agir. O Mundo espera de nós que nossa pregação, ensino e fé sejam encarnados.
"Jesus vem como criança para nos mostrar que Deus não nos ameaça e nem nos condena" (Robson de Oliveira Pereira). E assim a encarnação vai sendo atualizada na história e não se torna um fato do passado.
“Quando o pobre que pouco tem ainda reparte: o verbo se faz carne novamente. Quando o sedento dá água e o faminto dá o pão: o verbo se faz carne novamente. Quando o fraco fortalece o impotente, quando se diz a verdade onde reina a mentira, quando se ama onde há ódio, quando se prega a paz onde vigora a guerra: o verbo se faz carne novamente” (Leonardo Boff).
4. A encarnação (ou a falta dela) nos fornece a chave de leitura para compreendermos muitas questões não respondidas atualmente.
As pessoas muitas vezes perguntam: porque a dor? Qual o sentido do sofrimento? Porque a humilhação, a fome e a miséria? “As pessoas perguntavam e Deus se silenciava. Na encarnação Deus responde e a pessoa se silencia. Deus não responde ao porquê do sofrimento. Ele sofre junto. Deus não responde ao porquê da dor. Ele se faz homem das dores. Deus não responde ao porquê da humilhação. Ele se humilha” (Leonardo Boff).
Natal verdadeiro é uma prova de que o nosso Deus é o Senhor da História (Gálatas 4.4; Marcos 1.15)

Em Gálatas 4:4, Paulo chama a atenção para a era histórica da preparação providencial que antecedeu a vinda de Cristo a terra em forma humana: "Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho..." Marcos também indica que a vinda de Cristo aconteceu quando estava tudo já preparado na terra (Mc 1:15). O estudo dos eventos que antecederam o aparecimento de Cristo sobre esta terra faz com que o estudante equilibrado reconheça a verdade das afirmações de Paulo e Marcos. O Natal verdadeiro aconteceu porque Deus é o Senhor da História.

A plenitude os tempos é um tempo exato quando o mundo estaria pronto para receber Jesus, no sentido histórico, social, político, lingüístico e religioso.

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I. A  "PLENITUDE DOS TEMPOS" INCLUI OS ROMANOS.

A contribuição política anterior à vinda de Cristo foi basicamente obra dos romanos. Este povo, seguidor do caminho da idolatria, dos cultos de mistérios e do culto ao imperador, foi então usado por Deus, a quem ignoravam, para cumprir a sua vontade.

1. Os romanos, como nenhum outro povo até então, desenvolveram um sentido da unidade da espécie sob uma lei universal. Este sentido da solidariedade do homem no Império criou um ambiente favorável à aceitação do Evangelho que proclamava a unidade de raça humana, baseada no fato de que todos os homens estavam sob a pena do pecado e no fato de que a todos era oferecida a salvação que os integra num organismo universal, a Igreja Cristã, o Corpo de Cristo.

Nenhum império do antigo Oriento Próximo, nem mesmo o império de Alexan­dre, tinha conseguido dar aos homens um sentido de unidade numa organização política. A unidade política seria a contribuição particular de Roma. A aplicação da lei romana aos cidadãos de todo o Império era imposta diariamente a todos os cidadãos e súditos do Império pela justiça imparcial das cortes romanas. Esta lei romana se originava da lei consuetudinária da antiga monarquia. Durante a primeira república, no quinto século, antes de Cristo, esta lei foi codificada nas Doze Tábuas, que eram parte essencial na educação de toda criança romana.

A compreensão de que os grandes princípios da lei romana eram também parte das leis de todas as nações sob o domínio dos romanos como praetor peregrineis, que era encarregado da tarefa de tratar com as cortes em que estrangeiros estivessem sendo julgados, tornou-se realidade para todos os sistemas jurídicos desses estrangeiros. Assim, o código das Doze Tábuas, baseado no costume romano, foi enriquecido pelas leis de outras nações. Os romanos de inclinação filosófica explicavam essas semelhanças pelo uso do conceito grego de uma lei universal cujos princípios foram escritos na natureza do homem e seriam descobertos por um processo racional.
Um passo adicional no estabelecimento da ideia de unidade foi a garantia de cidadania romana aos não romanos. Este processo foi principiado no período ante­rior ao nascimento de Cristo e foi completado quando Caracala concedeu, em 212, a todos os homens livres do Império Romano a cidadania romana. O Império Romano reunia todo o mundo mediterrâneo que contava na história de então; desse modo para todos os propósitos práticos, todos os homens estavam debaixo de um sistema jurídico, como cidadãos de um só reino.
A lei romana, com sua ênfase sobre a dignidade do indivíduo, e no direito deste à justiça e à cidadania romana, além de sua tendência a agrupar homens de raças diferentes numa só organização política, antecipou um Evangelho que proclamava a unidade da raça ao anunciar a pena do pecado e o Salvador do pecado. Paulo lembrou aos da igreja filipense que eles eram membros de uma comunidade celestial (Fp 3:20).

2. A movimentação livre em torno do mundo mediterrâneo teria sido mais difícil para os mensageiros do Evangelho antes de César Augusto (27 a.C. - 14 d.C).
A divisão do mundo antigo em grupos, cidades-estados ou tribos, pequenos e enciuma­dos um do outro, impedia a circulação e a propagação de ideias. Com o aumento do poderio imperial romano no período da expansão imperial, uma era de desenvolvi­mento pacífico ocorreu nos países ao redor do Mediterrâneo. Pompeu tinha varrido os piratas do Mediterrâneo e os soldados romanos mantinham a paz nas estradas da Ásia, África e Europa. Este mundo relativamente pacífico tornou mais fácil a movi­mentação dos primeiros cristãos nas cidades onde pregavam o Evangelho a todos os homens.

3. Os romanos criaram um ótimo sistema de estradas que iam do marco áureo no fórum a todas as regiões do Império.
As estradas principais eram de concreto e duraram séculos. Elas passavam por montes e vales até chegarem aos pontos mais distantes do Império; algumas delas são usadas até hoje. Um estudo das viagens de Paulo indica que ele se serviu muito deste ótimo sistema viário para atingir os centros estratégicos do Império Romano. As estradas romanas e as cidades estrategicamente localizadas às margens dessas estradas foram uma ajuda indispensável na concreti­zação da missão de Paulo.

4. O papel do exército romano no desenvolvimento do ideal de uma organização universal e na propagação do Evangelho não pode ser ignorado.
Os romanos adota­vam a prática de usar habitantes das províncias no exército como forma de suprir a falta de cidadãos romanos atingidos pelas guerras e pelo conforto da vida. Os provincianos entravam em contato com a cultura romana e ajudavam a divulgar suas Ideias através do mundo antigo. Em muitos casos, alguns destes homens converteram-se ao cristianismo e levaram o Evangelho às regiões para onde eram designados. É provável que a introdução do cristianismo na Bretanha seja um resulta­do dos esforços de soldados cristãos que acantonaram por lá.

5. As conquistas romanas levaram muitos povos à falta de fé em seus deuses, uma vez que eles não foram capazes de protegê-los dos romanos.
Tais povos foram deixados num vácuo espiritual que não estava sendo satisfeito pelas religiões de então.

Além disso, os substitutos que Roma tinha a oferecer em lugar das religiões perdidas nada mais podiam fazer além de levar os povos a compreenderem sua necessidade de uma religião mais espiritual. O culto ao imperador romano, que surgiu cedo na Era Cristã, fazia um apelo ao povo somente como um meio de tornar tangível o conceito de Império romano.

As várias religiões de mistério pareciam oferecer muito mais que isso como um meio de auxílio espiritual e emocional, e nelas o Cristianismo achou seu maior rival. A adoração de Cibele, a grande mãe terra, foi trazida da Frigia para Roma. A adoração des­ta deusa da fertilidade tinha ritos tais como o drama da morte e ressurreição do consorte de Cibele, Átis, o que parecia suprir as necessidades emocionais dos homens. Oculto à (Isis, importado do Egito, era semelhante ao de Cibele, com sua ênfase sobre a morte e ressurreição. O Mitraísmo, importado da Pérsia, teve aceitação especial entre os soldados romanos. Tinha um festival em dezembro, um Maligno, um Salvador nascido miraculosamente - Mitra, um deus-salvador - além de capelas e cultos de adoração.

Todas essas religiões enfatizam o deus-salvador. O culto de Cibele conclamava seus adoradores ao sacrifício de um touro e o batismo de seus seguidores com o sangue desse touro. O mitraísmo possuía, além de outras coisas, refeições sacrifi­ciais. Por causa da influência dessas religiões, elas pareciam algo esquisitas frente ao Cristianismo e suas demandas sobre o indivíduo. Quando muitos descobriram que os sacrifícios de sangue dessas religiões nada podiam fazer por eles, foram guiados pelo Espírito Santo a aceitar a realidade oferecida a eles no Cristianismo.

A consideração destes fatores permite concluir que o Império Romano criou um ambiente político favorável para a propagação do cristianismo nos primórdios de sua existência. Mesmo a Igreja da Idade Média não conseguiu se desfazer da glória da Roma imperial, acabando por perpetuar seus ideais num sistema eclesiástico.

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II. A  "PLENITUDE DOS TEMPOS" INCLUI OS GREGOS.

Embora importante para a preparação para a vinda de Cristo, a contribuição romana foi ofuscada pelo ambiente intelectual criado pela mente grega. A cidade de Roma pode ser identificada com o ambiente político do cristianismo, mas foi Atenas que ajudou a criar um ambiente intelectual propício à propagação do Evangelho. Os romanos podem ter sido os conquistadores dos gregos, mas como indicou Horácio (65 a.C. - 8 d.C.) em sua poesia, os gregos conquistaram os romanos culturalmente. A mente prática dos romanos pode ter construído boas estradas, pontes fortes e belos edifícios, mas a grega erigiu os grandiosos edifícios da mente. Foi graças à influência grega que a cultura basicamente rural da antiga República deu lugar à cultura intelectual do Império.

1. O Evangelho universal precisava de uma língua universal para poder exercer um impacto real sobre o mundo.
Os homens têm procurado desde a Torre de Babel criar uma língua universal para que possam comunicar suas ideias uns aos outros sem problemas. Assim como o inglês no mundo moderno e o latim no mundo medieval erudito, o grego tornou-se no mundo antigo, ao tempo em que o Império Romano apareceu, a língua universal. Os romanos mais ilustres sabiam grego e latim.

O processo pelo qual o grego se tornou o vernáculo do mundo é interessante. O dialeto ático usado pelos atenienses começou a ser usado amplamente no quinto século antes de Cristo com a solidificação do Império Ateniense. Mesmo depois de o Império ser destruído ao final do quinto século, o dialeto de Atenas, que se originara da literatura grega clássica, tornou-se a língua que Alexandre, seus soldados e os comerciantes do mundo helenístico, entre 338 e 146 a.C, modificaram, enriqueceram e espalharam através do mundo mediterrâneo.

Foi através deste dialeto do homem comum, conhecido como Koinê e diferente do grego clássico, que os cristãos foram capazes de se comunicar com os povos do mundo antigo, usando-o inclusive para escrever o seu Novo Testamento, o mesmo fazendo os judeus de Alexandria para escrever seu Velho Testamento, a Septuaginta. Só recentemente se soube que o grego do Novo Testamento era o grego do homem comum dos dias de Jesus Cristo, o que o diferencia do grego dos clássicos. Um teólogo alemão chegou mesmo a dizer que o grego do Novo Testamento era um grego especial criado pelo Espírito Santo para a produção do Novo Testamento.

Adolf Deissman (1866-1937) descobriu, no final do século passado, que o grego do Novo Testamento era o mesmo usado pelo homem comum do primeiro século nos relatos deixados em papiros sobre seus negócios e em documentos fundamentais de sua vida diária. Desde então, eruditos como James Hope Moulton (1863-1917) e George Milligan (1860-1934) deram uma base científica à descoberta de Deissman ao estudarem comparativamente o vocabulário dos papiros e o do Novo Testamento. Esta descoberta deu origem ao surgimento de inúmeras traduções modernas. Se o Evangelho foi escrito na língua do povo comum à época de sua produção, raciocinam os tradutores, deve ser colocado então na língua do homem comum de nossos dias.

2. A filosofia grega preparou o caminho para a vinda do Cristianismo por ter levado à destruição as antigas religiões.
Qualquer um que chegasse a conhecer seus princípios, fosse grego ou romano, logo perceberia que sua disciplina intelectual tornou a religião tão ininteligível que a acabava abandonando em favor da filosofia. A filosofia falhou, porém, na satisfação das necessidades espirituais do homem, que se via obriga­do então a tornar-se um cético ou a procurar conforto nas religiões de mistério do Império Romano. À época do advento de Cristo, a filosofia descera do ponto elevado que alcançara com Platão para um sistema de pensamento individualista egoísta, como no caso do Estoicismo ou do Epicurismo. Na maioria dos casos, a filosofia apenas aspirava por Deus, fazendo dEle uma abstração; jamais revelava um Deus pessoal de amor. Este fracasso da filosofia do tempo da vinda de Cristo tornou as mentes humanas prontas para entender uma apresentação mais espiritual da vida. Só o cristianismo pode preencher o vazio na vida espiritual de então.

A outra forma pela qual os grandes filósofos gregos ajudaram o cristianismo está ligada ao fato de chamarem a atenção dos gregos para uma realidade que transcen­dia o mundo temporal e visível em que viviam. Tanto Sócrates quanto Platão ensina­ram, cinco séculos antes de Cristo, que este presente mundo temporal dos sentidos é apenas uma sombra do mundo real em que os ideais supremos são ao mesmo tempo abstrações intelectuais, o bem, a beleza e a verdade. Insistiam que a realidade não era temporal e material, mas espiritual e eterna. Sua busca da verdade jamais lhes conduziram a um Deus pessoal, mas evidenciou que o melhor que o homem deve fazer é buscar a Deus através do intelecto. O cristianismo ofereceu a este povo que aceitava a filosofia de Sócrates e Platão, a revelação histórica do Bem, da Beleza e da Verdade na pessoa do Deus-homem, Cristo. Os gregos aceitavam a imortalidade da alma, mas não tinham lugar para a ressurreição do corpo.

A literatura e história grega evidenciam claramente que os gregos estavam preocupados com os problemas do certo e do errado e com o futuro eterno do homem. Ésquilo (525-456 a.C.) em sua peça Agamenon, aproxima-se da afirmação bíblica ("Estai certos de que o vosso pecado vos há de atingir" — Nm. 32:23), ao propor que os problemas de Agamenon eram consequência de seu mau procedimen­to. Os gregos, entretanto, viam o pecado como um problema mecânico e contratual; não o viam como um problema pessoal que afrontava a Deus e prejudicava os homens.

À época da vinda de Cristo, os homens tinham compreendido finalmente a insuficiência da razão humana e do politeísmo. As filosofias individualistas de Epicu­ro (341-270 a.C.) e Zenão e as religiões de mistério testemunham do desejo humano por um relacionamento mais pessoal com Deus. O cristianismo, com sua oferta de um relacionamento pessoal, forneceu aquilo para o que a cultura grega, em função de sua própria inadequação, tinha produzido muitos corações famintos.

3. O povo grego também contribuiu no campo da religião para preparar o mundo a aceitar a nova religião cristã quando ela surgisse.
O advento da filosofia grega materialista no sexto século antes de Cristo destruiu a fé das pessoas no velho culto politeísta como descrito na Ilíada e na Odisséia de Homero. Embora os elementos deste culto se baseassem no culto mecânico oficial, logo perderiam a sua vitalidade.

O povo voltou, então, à filosofia. Esta também, entretanto, perdeu o seu vigor. A filosofia tornou-se um sistema de individualismo pragmático, dirigido pelos sucesso­res dos sofistas ou um sistema de individualismo subjetivista, como se apresentava nos escritos de Zenão, o estóico, e Epicuro. Lucrécio (I século a.C), o expoente poético da filosofia epicurista, fundamentava seus ensinos de recusa ao sobrenatural numa metafísica materialista que considerava até o espírito do homem um tipo desenvolvido de átomo. O estoicismo ainda considerava o sobrenatural, mas seu deus era de tal modo identificado com a criação que acabava caindo num panteísmo. Embora ensinasse a paternidade de Deus e a fraternidade do homem e sustentasse um elevado código de ética, o estoicismo deixava que o homem, por um processo racional, praticasse sua própria obediência às leis naturais que deveriam ser desco­bertas apenas pela razão.

Desse modo, os sistemas gregos e romanos de filosofia e religião contribuíram negativamente para a vinda do cristianismo, ao destruírem as velhas religiões politeís­tas e demonstrarem a incapacidade da razão para alcançar Deus. As religiões de mistério, para onde muitos foram, familiarizaram o povo a pensar em termos de pecado e redenção. Então, quando o cristianismo apareceu, as pessoas do Império Romano estavam bem receptivas a uma religião que parecia oferecer uma perspecti­va espiritual para a vida.

III. A  "PLENITUDE DOS TEMPOS" INCLUI OS JUDEUS.

As contribuições religiosas para a "plenitude do tempo" incluem tanto a dos gregos e romanos como a dos judeus. Todavia, por mais importantes que as contri­buições de Atenas e Roma, como pano-de-fundo histórico, tenham sido para o cristianismo, as contribuições dos judeus formam a Herança do Cristianismo. O cristianismo pode ter se desenvolvido no sistema político de Roma e pode ter encon­trado o ambiente intelectual criado pela mente grega, mas seu relacionamento com o Judaísmo foi muito mais íntimo. O Judaísmo pode ser considerado como o botão do qual a rosa do cristianismo abriu-se em flor.

Ao contrário dos gregos, os judeus não intentavam encontrar a Deus pelos processos da razão humana. Eles pressupunham Sua existência e lhe prestavam o culto que sentiam lhe dever. O povo judeu foi muito influenciado a estas atitudes pelo fato de que Deus o procurou e Se revelou a ele na história por Suas aparições a Abraão e a outros grandes líderes da raça. Jerusalém tornou-se o símbolo de uma preparação religiosa positiva para a vinda do cristianismo. A salvação viria, pois "dos judeus", como Cristo diria à mulher no poço (Jo 4:22). Desta pequenina nação cativa, situada no caminho da Ásia, África e Europa, viria um Salvador. O judaísmo tornou-se o berço do cristianismo e, ao mesmo tempo, forneceu o abrigo inicial da nova religião.

1. Judeus se alicerçaram no Monoteísmo
O Judaísmo contrastava flagrantemente com a maioria das religiões pagãs, ao fundamentar-se num sólido monoteísmo espiritual. Nunca, depois da sua volta do cativeiro babilónico, os judeus caíram em idolatria. A mensagem de Deus para eles através de Moisés ligava-os ao único Deus verdadeiro de toda a terra. Os deuses dos pagãos eram apenas ídolos que os profetas judeus condenavam em termos muito claros. Este sublime monoteísmo foi espalhado por numerosas sinagogas localizadas em volta da área mediterrânea durante os três últimos séculos anteriores à vinda de Cristo.

2. Os Judeus sempre pregaram a Esperança Messiânica
Os judeus ofereceram ao mundo a esperança de um Messias que estabeleceria a justiça na Terra. Esta esperança messiânica estava em claro antagonismo com as aspirações nacionalistas pintadas por Horácio (65-8 a.C.) no poema em que descre­via um rei romano ideal que haveria de vir — o filho que nasceria a Augusto. A esperança de um Messias tinha sido popularizada no mundo romano a partir desta firme proclamação pelos judeus. Até mesmo os discípulos depois da morte e ressur­reição de Cristo ainda esperavam por um reino messiânico sobre a terra (At 1:6). Certamente, os homens instruídos que viveram em Jerusalém na época imediatamen­te anterior ao nascimento de Cristo tiveram contato com esta esperança. A expectati­va de muitos cristãos hoje em torno da vinda de Cristo ajuda-nos a compreender a atmosfera da expectação no mundo judeu acerca da vinda do Messias.
3. Os Judeus ofereceram o mais puro Sistema Ético à Humanidade.
Na parte moral da lei judaica, o judaísmo também ofereceu ao mundo o mais puro sistema ético de então. O elevado padrão proposto nos Dez Mandamento se chocava com os sistemas éticos prevalecentes e com as práticas por demais corrup­tas dos sistemas morais pelos quais se pautavam. Para os judeus, o pecado não era o fracasso externo, mecânico e contratual dos gregos e romanos, mas era uma violação da vontade de Deus, violação esta que se expressava num coração impuro e, mais ainda, em atos pecaminosos, externos e visíveis. Esta perspectiva moral e espiritual do Velho Testamento favoreceu uma doutrina de pecado e redenção que realmente resolvesse o problema do pecado. A salvação vinha de Deus e não seria encontrada em sistemas racionalistas de ética ou nas subjetivas religiões de mistério.

4. Os Judeus deixaram legaram a Igreja e o Mundo o verdadeiro compêndio sagrado que é o Antigo Testamento
O povo judeu, ademais, preparou o caminho para a vinda do cristianismo ao legar à Igreja em formação um livro sagrado, o Velho Testamento. Mesmo um estudo superficial do Novo Testamento revela a profunda dívida de Cristo e dos apóstolos para com o Velho Testamento e sua reverência por ele como a palavra de Deus para o homem. Muitos gentios também o leram e se familiarizaram com os fundamentos da fé judaica. Este fato é indicado pelos relatos de vários prosélitos judeus. Muitos desses prosélitos foram capazes de passar do judaísmo ao cristianismo por causa do Velho Testamento, o livro sagrado da nova Igreja. Muitas religiões, o Islamismo por exemplo, confiam em seu fundador por causa do seu Livro sagrado, mas Cristo não deixou textos sagrados para a Igreja. Os livros do Velho Testamento e os do Novo Testamento, produzidos sob a inspiração do Espírito Santo, seriam a literatura viva da Igreja.

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5. Os Judeus sempre propagaram a Filosofia da história, isto é, que a História tem sentido e que as coisas não acontecem meramente por acaso

Os judeus tornaram possível uma filosofia da história por insistirem que a história tem significado. Eles se opuseram a toda e qualquer visão que deixasse a história sem significado, como uma série de círculos ou como um processo de evolução linear. Eles sustentavam uma visão linear e cataclísmica da história, na qual o Deus sobera­no, que criou a história, iria triunfar sobre a falha do homem na história para trazer uma era dourada.

6. Os judeus criaram e mantiveram pelos séculos a Sinagoga, que fora o ponto de partida para os apóstolos pregarem o Evangelho.

Os judeus também forneceram uma instituição da qual muitos cristãos esque­cem a utilidade, no surgimento e desenvolvimento do cristianismo primitivo. Esta instituição era a sinagoga judia. Nascida da necessidade decorrente da ausência dos judeus do templo de Jerusalém durante o cativeiro babilónico, a sinagoga se tornou parte integrante da vida judaica. Através dela, os judeus e também muitos gentios se familiarizaram com uma forma superior de viver. Foi também o lugar em que Paulo primeiro pregou em todas as cidades por onde passou no itinerário de suas viagens missionárias. Foi ela a casa de pregação do cristianismo primitivo. Há algo de convincente na ideia de que o sistema de governo praticado na Igreja primitiva tenha sido apropriado de antecedentes judaicos na sinagoga. O judaísmo foi, pois, o paidagogos para conduzir os homens a Cristo (Gl 3: 23-25).

Os assuntos que têm sido discutidos demonstram o quão beneficiado foi o cristianismo, tanto quanto à época como quanto à região, no período de sua forma­ção. Em nenhum outro lugar na história do mundo antes da vinda de Cristo houve uma região tão grande sob uma mesma lei e um mesmo governo. O mundo mediterrâ­neo tinha seu centro cultural em Roma. Uma língua comum tornou possível levar o Evangelho à maioria das pessoas do Império numa língua comum a elas e ao pregador. A Palestina, o berço da nova religião, estava estrategicamente neste mundo. Paulo estava certo ao mostrar que o cristianismo "não se fez em qualquer canto" (At 26:26), porque a Palestina era um importante cruzamento que ligava os continentes da Ásia e da África com a Europa por via terrestre. Muitas das batalhas importantes da história antiga foram travadas por causa da posse desta estratégica região. Nunca nas épocas antiga e medieval, as condições para a propagação do cristianismo através do mundo mediterrâneo foram tão favoráveis como no período de sua formação e durante os seus três primeiros séculos de existência. Esta é também a opinião do principal erudito do mundo em missões.

Portanto, embora de muita coisa negativa do mundo grego e romano, e positiva­mente, através do judaísmo, o mundo foi preparado para a "plenitude dos tempos" quando Deus enviou Seu Filho para levar a redenção a uma humanidade partida pelas guerras e fatigada pelo pecado. É significativo que, de todas as religiões praticadas no Império Romano ao tempo do nascimento de Cristo, apenas o judaís­mo e o cristianismo tenham conseguido sobreviver ao curso dinâmico da história humana.

Isto nos leva a reconhecer a soberania de Deus. Leva-nos a assimilar ainda mais a encarnação do Verbo e adorar o Senhor em espírito e em verdade. Leva-nos a entender que Deus tem um propósito mais elevado conosco do que nos imaginamos. Estejamos atentos e obedientes à vontade de Deus.
No Natal, lembre-se dos Pobres

TEXTO BÁSICO: Lucas 2.1-20


Embora haja muitas pessoas carentes na Região de Maringá, estamos colocados em uma das regiões mais ricas da América do Sul. Todavia, quatro em cada dez latino-americanos vivem em favelas - As condições de pobreza junto à desigualdade fazem com que 44% da população da América Latina viva em favelas ou bairros precários, que só oferecem as condições mínimas para sobreviver, nao tendo esgotos e cerca da metade deles nao tem água encanada, segundo um estudo da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Fonte: CEPAL - Renato Vargens).

Não há como fechar os olhos para a miséria! E, no Natal, Deus nos desafia a refletir sobre as necessidades daqueles mais carentes que nós.


• Natal e as Compras. Final de ano, especialmente, na semana do Natal, é tempo de compras. Quando são coerentes podem ser consideradas sadias. Mas quando são alienadas geram consumismo, o que é altamente prejudicial. Dentre outros motivos, porque se cairmos no pecado do consumismo esqueceremos dos outros, da obra do senhor e do próprio Senhor da obra.
• O conceito de Consumo: Consumo é o ato de a pessoa adquirir algo para atender as suas verdadeiras necessidades. Este consumo é sadio e tem a aprovação do Senhor. O Pai quer que seus filhos vivam bem e dignamente.
• Quando o Consumo é um mal? O Consumo será malévolo quando for considerado alienado (consumismo), quando a pessoa compra coisas de que na verdade objetivamente não precisa, até abusando do crédito fácil e gastando o dinheiro que não possui. E, normalmente quando é assim, a posse de coisas ou a compra de serviços tem objetivo de impressionar os outros e/ou serve erroneamente para aliviar sua ansiedade doentia. No consumismo, o indivíduo compra exageradamente e na maioria das vezes nem utiliza o produto que adquiriu, tornando-se realmente um alienado.
• Consumismo pode gerar doença. Em casos extremados, este consumo alienado chega gerar uma doença chamada oneomania, que atinge, segundo os especialistas, principalmente as mulheres, alguns dos sintomas que possam detectar a doença é o fato de a pessoa querer comprar tudo o que vê pela frente, se tornando viciado(a) em compras. Outro elemento do consumo pecaminoso é o materialismo. As empresas devem estar sempre atentas e inovando a cada dia para atender as necessidades e os desejos de seus clientes (ou pior ainda: inventar na cabeça delas necessidade que na verdade elas não tem).
• O Senhor não condena consumirmos coisas, bens e servicos de modo saudável. Deus garante que provê nossas necessidades (Sl 23.1, Fp 4.19); não desejos egoístas e infantis. Ele nos autoriza a gastar nosso dinheiro com propósito, o que está implícito na vida abundante que Jesus veio nos trazer (Jo 10.10). E uma das formas de praticarmos o consumo saudável é tendo discernimento. Carecemos de humildade para nos livrar de toda a ostentação e para priorizar nossa necessidades. Além disso, se soubermos gastar, se soubermos poupar, também saberemos dar, podendo ajudar as pessoas mais carentes que nós.

No período do Natal, no final do ano e no começo do ano novo, nós somos tão tentados a gastar tanto conosco mesmos e com nossa família, que sequer queremos nós lembrar das pessoas mais carentes que nós!

Assim, este estudo terá como foco responder a seguinte indagação: Por que, no período que envolve o Natal, a Bíblia Sagrada nos inspira a pensar naquelas pessoas e nos irmãos mais carentes que nós?

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I. AS NARRATIVAS BÍBLICAS DO NATAL NÃO SÃO HISTÓRIAS DE OPULÊNCIA, MAS SIM, DE POBREZA:

1. O homem escolhido por Deus para ser tutor de Seu Filho tinha uma profissão simples: CARPINTEIRO (Mt 13.55).

2. MARIA E JOSÉ, DOIS DOS PROTAGONISTAS DO PRIMEIRO NATAL FORAM EXCLUÍDOS - Lucas 2:7  E deu à luz o seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem.

3. TUDO INDICA QUE MARIA E JOSÉ NÃO TINHAM RECURSOS FINANCEIROS RESERVA-
a. Lucas 2.24: "e para darem a oferta segundo o disposto na lei do Senhor: um par de rolas ou dois pombinhos".
b. Fazendo uma correlação com o que a Lei de Moisés previa sobre isto confirmamos a condição sócio-econômica de José e sua esposa:

A Torá exigia que a mãe que teve um filho traga um cordeiro de um ano para o holocausto e uma rola (trygon significa pomba-rola em grego).
ou um pombinho (em grego nossoi peristêron significa filhote de pomba Em Lucas 2.24 essa expressão é usada para traduzir o conceito hebraico bnei jonah que significa “pomba jovem”, literalmente “filhos de pomba”). Mas, para o sacrifício pelos pecados (Levítico 12.6), se alguém fosse muito pobre e não pudesse trazer esse sacrifício, a Lei permitia trazer apenas duas rolas ou dois pombinhos, um para o holocausto e o outro para a oferta pelo pecado (Levítico 12.8). A palavra “rola” significa “pomba adulta”, diferente dos “pombinhos” da mesma espécie [TB Chulin 22a-22b - TB é o Talmude Babilônico; essas aves eram consideradas “pombas jovens” (bnei jonah em hebraico) enquanto suas penas não adquirissem um brilho dourado. Assim que elas brilhassem, passavam a ser chamadas de thorim (“pombas-rolas”)]. Estes detalhes não são tão relevantes, o que é importante é que deixa claro que José era um homem de poucos recursos. Deus escolheu pobre para cuidar de seu Filho!

II. NAS NARRATIVAS BÍBLICAS DO NATAL DEUS HONRA OS POBRES

1. Dentro da comunidade de Israel, Deus preferiu anunciar o nascimento de Jesus aos pobres – PASTORES - Lucas 2.8-20.

a. Ser pastor de ovelha no tempo de Jesus, assim como hoje, não dava status para ninguém. Os pastores, no tempo de Jesus eram marginalizados e depreciados pelos classes dominantes em Israel. Eram oprimidos e explorados pelos ricos. Há alguém até que dizia que eles eram subestimados para ser testemunha diante das autoridades de Israel na antigüidade. Os rabinos da religião dos fariseus normalmente suspeitavam que os pastores de ovelhas fossem desonestos e os rejeitavam como testemunhas em um julgamento. Estes trabalhadores eram vítima de generalização, sendo taxados injustamente de  é ladrões, ele próprio devido ao fato de que comiam dos pastos alheios em sua alimentação pessoal, e porque seu rebanho acabava entrando nas pastagens dos outros.

b) Todavia os pastores de ovelhas são os escolhidos de Deus para conhecer por primeiro que o Messias havia nascido. A eles, antes de todos os outros, é dada a boa notícia que faz daquela noite uma noite de alegria. Os pastores, exatamente porque nada possuíam, porque não contavam com nada e porque ninguém nada esperava deles, precisamente porque eram pobres e marginalizados, puderam receber  esta notícia como boa notícia. Sim, para os pobres é uma incrível notícia que Deus tenha escolhido nascer no meio deles, pobre e despojado de tudo, como um deles. O menino, deitado em um cocho, no interior da gruta, é o Cristo-Senhor. Alegria maior não poderia haver.

c) Os pobres pastores de ovelhas puderam sentir com profundidade, mais que todos, a alegria de se saberem amados por Deus. Eles escutaram anjos cantando: “glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados”. E partiram rumo a Belém: “vamos já a Belém e vejamos o que aconteceu, o que o Senhor nos deu a conhecer”(Lc 2.14-15). Foram e adoraram o menino deitado na manjedoura e “voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora dito”(cf. Lucas 2).  "Há um enorme contraste entre a pobreza da gruta com a manjedoura onde as ovelhas lambiam sal ou comiam feno, agora berço de um recém-nascido e o título dado ao menino: Salvador, Cristo-Senhor" (Eduardo Benes de Sales Rodrigues).

2. O primeiro natal foi motivo de alegria para os pobres – Lucas 2.10,11: O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor!

III. O NATAL DE HOJE ESTÁ SENDO ESCRITO POR NÓS. Pergunto os pobre estão alegres?
1. O que eu e você temos feitos pelos pobres?

2. A hipocrisia de quem utiliza o famoso ditado chinês: "É melhor ensinar pescar que dar o peixe". Nem ensinam pescar, mesmo porque os famintos não tem as ferramentas para pescar e muito menos dão o peixe. Se dependesse destes os famintos morreriam à míngua.

 Escreveu Agostinho, célebre teólogo e bispo de Hipona: "A pobreza é o fardo de alguns e a riqueza é o fardo de outros e, talvez, o maior. Fardos que podem pesar-lhes para a perdição. Ajuda teu pró­ximo a levar seu fardo de pobreza e deixa que ele te ajude a levares teu fardo de riqueza. Aliviarás tua carga aliviando a dele".


IV. O NATAL PODE NOS DAR UM CLIMA PROPÍCIO PARA AJUDARMOS OS MAIS CARENTES QUE NÓS:

1) O pecado em suas diferentes dimensões é a causa da Pobreza e, principalmente, da Miséria.

a) O Pecado Original: A Queda de Adão e Eva (Gn 3:17b-19)

b) Os pecados pessoais como
• a Ociosidade e a Preguiça: (Pv 6.6-11; 2 Ts 3.10);
• Má administração financeira e consumo alienado  (Pv 22.7; Is 55.2a);

c) O Pecado estrutural da Sociedade: manifestos pela Injustiça Social e pela falta de oportunidades contra os que estão em situação e risco, especialmente contra o estrangeiro ou aflito, uma viúva ou órfão (Ex. 22:21-22; 23:9; Lv. 19:33-34; Ex. 23:6-8; Dt. 10:18; 19:16-21; Dt. 10:18; Tg 2.6)


2) O Livro de Provérbios em sua sabedoria nos alerta sobre o cuidado que Deus quer que tenhamos com os mais carentes:

a. A pessoa que Sobrecarrega um pobre com peso maior que ele possa carregar ou o avexa é como se xingasse a Deus: Provérbios 14.31:  "O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado".

b) Ter misericórdia do Pobre é uma forma de juntar tesouro no céu - Provérbios 19.17:  "Quem se compadece do pobre ao SENHOR empresta, e este lhe paga o seu benefício".


c) Da mesma forma que uma pessoa trata o pobre poderá ser tratado por Deus
• Provérbios 21.13: O que tapa o ouvido ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido.
• Provérbios 22.9: O generoso será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre.

d) Maldição: Ignorar os necessitados e omitir-lhes o socorro de que necessitam é pecado gravíssimo, por isso, a pena contra tais pecados é terrível -  Provérbios 28.27: Quem dá aos pobres não passará necessidade, mas quem faz de conta que os pobres não existem será muito amaldiçoado.

3) Você conhece alguém que está com alguma necessidade maior que a sua? Quais Ações Efetivas que você pode realizar por alguém mais necessitado das coisas materiais que você?

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BOYER, Orlando. Espada Cortante. IBAD - CPAD - Rio de Janeiro -     RJ, 2005.
BRITO, Robson. Estudo Bíblico: Lembre-se dos Pobres. Maringá,      2010.
LIEHI, Roger. ARTIGO: Festa de Natal no Templo em Jerusalém.      Revista  "Notícias de Israel, Edição de dezembro de 2004.
McNAIR, S. E. A Bíblia Explicada. Rio de Janeiro, CPAD, 1994.
MORAIS, Claudete, Psicóloga. Entrevista ao Jornal Página 3, edição de 25 de Dezembro de 2010 - Balneário Camboriú - SC; Título: "Oneomania: Quando comprar vira um problema".
RODRIGUES, Eduardo Benes de Sales. ARTIGO: Pastores e Magos. "O Diário de Sorocaba - SP", dezembro de 2011.
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BRITO, Robson. Estudo Bíblico: Encarnação, Sarandi, 2003.
KIVITZ, Ed René. Outra espiritualidade. Ed. Mundo Cristão, 2006.
PEREIRA, Robson de Oliveira, Artigo: "O Verbo se fez carne e habitou entre nós", In www.paieterno.com.br, acesso em 5/12/12, as 23h30min.
TORRES QUEIRUGA, A., Repensar a Cristologia – Sondagens para um novo paradigma, São Paulo: Paulinas, (1ª Edição 1996),1999.
 Estudo retirado do Site da Igreja Assembléia de Deus de Maringá-Paraná
Cordialmente,

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