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sábado, 2 de dezembro de 2017

A Parábola do Amigo Importuno - Explicação.

A Parábola do Amigo Importuno

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O Amigo Importuno é uma Parábola de Jesus encontrada no capítulo 11 do Evangelho de Lucas. Vejamos abaixo o texto da parábola:
Disse-lhes também: Qual de vós terá um amigo, e, se for procurá-lo à meia-noite, e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães,
Pois que um amigo meu chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho que apresentar-lhe;
Se ele, respondendo de dentro, disser: Não me importunes; já está a porta fechada, e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para tos dar;
Digo-vos que, ainda que não se levante a dar-lhos, por ser seu amigo, levantar-se-á, todavia, por causa da sua importunação, e lhe dará tudo o que houver mister.
(Lucas 11:5-8)

Contexto da Parábola do Amigo Importuno:

Nos primeiros versículos do capítulo 11 de Lucas, encontramos um registro mais breve comparado ao Evangelho de Mateus sobre o Pai Nosso. Outra diferença evidente é que, diferente do que ocorre em Mateus, ele não continua a oração com uma exortação aos homens para que amem uns aos outros, mas continua com uma parábola, a Parábola do Amigo Importuno.
Uma característica muito frequente do Evangelho de Lucas, é que o evangelista, ao narrar os fatos da vida e ministério de Cristo na terra, bem como seus ensinamentos (incluindo as parábolas), muitas vezes omite toda referência definida ao tempo e ao lugar em que tais fatos ocorrem. Na verdade, Lucas nunca se propôs a compor um relato estritamente cronológico do ministério de Jesus, já que para ele a conexão tópica é repetidas vezes mais importante do que a cronológica ou geográfica. Se considerarmos a ordem desde o capítulo 9, os relatos de Lucas indicam que Jesus esteve em Jerusalém, Jericó e Betânia. O capítulo 11 provavelmente se localiza no contexto da viajem de Jesus de Cafarnaum a Sirofenícia, onde afastou-se do povo, talvez para poder, de forma mais reservada, instruir seus discípulos. Então, nesta ocasião, muito provavelmente surgiu a pergunta que dá início ao capítulo 11: “Senhor, ensina-nos a orar”. Lucas relata que um dos discípulos fez essa pergunta, porém é impossível saber qual dos discípulos foi, nem mesmo se este discípulo em questão pertencia ao grupo dos doze, ou se pertencia a um grupo maior de discípulos que seguiam Jesus, como os setenta do capítulo 10.
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Explicação da Parábola do Amigo Importuno:

Para entendermos perfeitamente a Parábola do Amigo Importuno, precisamos recuar nossa leitura até o capítulo anterior (10) de Lucas. Entre os versículos 25 e 37 do capítulo 10, Jesus trata do tema “amar ao próximo”. Na sequência, entre os versículos 38 e 42, Jesus da ênfase na importância de se ouvir as palavras do Senhor. Já no capítulo 11, entre os versículos 1 e 13, Jesus ensina sobre a oração e como devemos orar. Creio que, entendendo essa sequencia, podemos perceber claramente que amar ao próximo, ouvir as palavras do Senhor e orar corretamente, são coisas que evidentemente andam juntas.
Na parábola, Jesus fala sobre um viajante que chegou tarde da noite e bateu à porta de um amigo em busca de hospitalidade. Esse amigo, sem ter nada a lhe oferecer, ficou em uma situação embaraçosa, pois como poderia hospeda-lo sem ter um pão para alimentá-lo? Sem ter outra escolha, ele resolveu incomodar seu outro amigo que era seu vizinho, afim de que ele lhe emprestasse alguns pães.
As casas em Israel naquela época, principalmente em áreas rurais, eram pequenas, e possuíam geralmente um cômodo usado como local para refeições e dormitório. Essas casas costumavam ter uma porta que permanecia aberta durante todo o dia. Mas, ao anoitecer, o chefe da família fechava a porta utilizando uma tranca de correr feita de madeira que se prendia nas laterais da porta. Esteiras eram espalhadas e utilizadas como camas, nas quais toda a família dormia. Diante de tais circunstâncias, era muito difícil levantar no meio da noite sem acordar os outros membros da família. Nesse sentido, o homem, já deitado em seu leito, é repentinamente acordado. Então, Jesus levanta a possibilidade de o homem responder o seguinte: “Pare de me perturbar! Eu já estou deitado, e meus filhos estão comigo. Se me levantar, terei que andar pelo quarto escuro e remover a grande tranca da porta, e o barulho provavelmente irá acordá-los”.
No versículo 8, Jesus então diz que, se o homem não se levantar e emprestar os pães ao seu amigo, em repeito e consideração a amizade de ambos, ele certamente se levantará devido à persistência do homem que o incomoda impedindo que ele volte a dormir. Isso mostra duas possibilidades para a motivação do doador. Talvez ele dê por ser um amigo solidário, ou dará por que o outro homem não desiste de pedir.
Entendendo isso, dos versículos 9 ao 13, podemos identificar o ponto principal dessa parábola:
E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á;
Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á.
E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente?
Ou, também, se lhe pedir um ovo, lhe dará um escorpião?
Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?
(Lucas 11:9-13)
A mensagem que se destaca nessa parábola é a seguinte: mesmo os homens, que são maus, e geralmente precisam de alguma motivação para fazer o bem, oferece ajuda a um amigo, ou dá boas dádivas aos filhos, o que esperar então do Pai celestial, que é longânime, e cuja nobre motivação não pode ser questionada de forma alguma? Certamente Ele responderá generosamente nossas petições.
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Lições da Parábola do Amigo Importuno:

Peçam: o versículo 9 mostra três exortações e três promessas que vão aumentando de intensidade. Pedir subentende humildade, e um reconhecimento da necessidade. O “pedir” em nossas orações também tem importância, pois pressupõe confiança num Deus pessoal com quem podemos ter comunhão. Ao pedirmos, esperamos uma reposta, e isso implica fé no Deus que pode nos responder. Ter esse tipo de fé torna nossa oração fervorosa e pessoal. Diante da primeira exortação que é “pedir”, temos a primeira promessa de que seremos ouvidos.
Busquem: essa é a segunda exortação. Buscar é pedir mais agir, ou seja, é um pedido com ação. Isso significa que nossa petição deve ser sincera e acompanhada de atitudes diligentes que estão em harmonia com o que estamos pedindo. Por exemplo, se alguém ora a Deus pedindo que Ele lhe conceda mais sabedoria no entendimento da Bíblia, essa pessoa também deve constantemente examinar as Escrituras (Jo 5:39; At 17:11), frequentar a Escola Bíblica Dominical e os cultos (Hb 10:25) e o principal: viver de acordo com a vontade de Deus (Mt 7:21, 24, 25; Jo 7:17). Somos exortados a buscar,  e consequentemente recebemos a promessa de que, ao buscar, encontraremos.
Batam: essa é a ultima exortação. Bater é pedir mais agir mais perseverar. Aqui é um convite a perseverança. Quando pedimos com sinceridade, buscamos segundo a vontade de Deus e batemos com perseverança, o resultado será a última promessa: “a porta lhes será aberta”.
Para Deus nunca é tarde da noite: essa parábola nos ensina a lição de que para Deus nunca é tarde da noite, ou seja, não existe hora inapropriada para recorremos a Ele. Nosso Pai celestial nunca é importunado quando um de seus filhos o procura, e o melhor, Ele nunca é pego de surpresa.
Às vezes recebemos algo diferente do que pedimos: essa é uma lição que precisa ser compreendida. As pessoas às vezes se queixam por Deus não lhes dar exatamente o que pediram. Diante disso uma pergunta deve ser feita: será que pediram o Espírito Santo e buscaram consolo na graça que Ele comunica, graça esta que é suficiente para fazer com que nos alegremos mesmo em meio as nossas dores, aflições e frustrações?
Deus não é nosso mordomo: Essa é uma lição muito importante. Infelizmente algumas pessoas entendem essa parábola de forma completamente errada, e tentam colocar Deus na posição de mordomo. Essa parábola não dá base alguma para a defesa da tão famosa Teologia da Prosperidade. Jesus, nessa parábola, está trazendo uma mensagem conectada ao ensino de como orar corretamente (vers. 1-4). Ele havia mostrado um modelo de oração (O Pai Nosso), e agora estava mostrando a importância da perseverança na oração. É o mesmo ensino do Apóstolo Paulo ao dizer “orai sem cessar (1Ts 5:17)”. Esse ensino de que Deus dará tudo o que alguém desejar ou “determinar” não pode ser sustentado quando lemos o texto inteiro, e consideramos os primeiros versículos do capítulo. Perceba que, antes de Jesus dizer “pedi, e dar-se-vos-á, buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á”, ele já havia dito “seja feita a tua vontade” e “dá-nos cada dia o nosso pão cotidiano”. A Bíblia certamente nos ensina que Deus ouve nossas petições, e conhece nossas necessidades, mas também ensina que a vontade soberana dEle sempre estará acima dos nossos desejos e ansiedades. Podemos aprender a mesma lição em Mateus 6:33 quando lemos que devemos buscar “primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas”. Se lermos o capítulo 6 de Mateus inteiro saberemos que o “todas essas coisas” se refere ao “nosso pão cotidiano”, ou seja, os elementos básicos para nossa sobrevivência (Mt 6:31). Ainda em Mateus, no capítulo 7 e versículo 11, temos a mesma descrição que encontramos em Lucas 11:13.
Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?
(Mateus 7:11)
Usando a passagem de Lucas para nos ajudar a interpretar essa passagem de Mateus, descobriremos que a expressão “boas coisas” é interpretado em Lucas por “Espírito Santo”. As duas versões estão corretas e em perfeita harmonia, já que sabemos que o Espírito Santo é a Fonte de tudo o que é bom em nossas vidas. Definitivamente esse texto não transmite qualquer base para um ensino contrário a Palavra de Deus como a Confissão Positiva ou qualquer ramo da Teologia da Prosperidade.
Cordialmente,

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