A Segunda Carta de Pedro
INTRODUÇÃO
Enquanto 1 Pedro trata dos problemas externos; 2 Pedro trata dos problemas internos. Pedro escreve com o intuito de advertir os crentes acerca dos falsos mestres que estão tentando prejudicar a doutrina. Ele começa insistindo com eles para manter estrita vigilância sobre sua vida pessoal. A vida cristã demanda diligencia no cultivo da excelência moral, do conhecimento, do domínio próprio, da perseverança, da piedade, da fraternidade benigna e do amor altruísta. Ao contrario disso, os falsos mestres são sensuais, arrogantes, ávidos a cobiçosos. Escarneciam da idéia de um juízo futuro e se entretiam como se o presente fosse o padrão para o futuro. Pedro lembra‑lhes de que, embora Deus usasse de longanimidade antes de enviar seu juízo, por fim ele viria. Em vista desse fato, os crentes devem viver de forma piedosa, inculpável e inabalável.
A declaração da autoria (1.1) é sobejamente clara: "Simão Pedro, servo a apóstolo de Jesus Cristo". Para distinguir esta epístola de 1 Pedro, foi‑lhe dado o título Petrou B, "Segunda Pedro".
CONTEÚDO
O autor se identifica como “Simão Pedro” (1,1) e “testemunha” de Cristo (1,16-18). Mas, ao contrário de 1Pd. que foi logo aceita como autêntica e canônica, sobre 2Pd já na Igreja antiga pairaram dúvidas devido à grande diferença de linguagem entre as duas epístolas. A tardia aceitação da epístola pelas igrejas orientais e ocidentais (séc. V/VI) e a sua dependência da epístola de Judas, composta após a morte de Pedro, levou a maioria dos exegetas a negar a autenticidade de 2Pd.
O autor é um cristão de origem judaica (1,16; 2,1. 18), bom helenista, mas distinto do autor de 1Pd, pois a linguagem e o gênero literário são diferentes. A carta foi escrita entre os anos 70 e 125 dC. Os leitores da carta são os mesmos de 1Pd, pertencentes às comunidades da Ásia Menor e todos eles cristãos (1,1). Os hereges combatidos parecem ser os mesmos visados pela epístola de Judas: gnósticos libertinos que, a pretexto de possuírem o Espírito, desprezam as leis morais (2,1–3,3) e negam a parusia (3,4-10).
O autor apresenta o seu escrito como um testamento espiritual de Pedro (cf. 1,13-15): cônscio de sua morte por revelação divina (1,14), o apóstolo recorda os ensinamentos do passado (1,12s; 3,1) e as razões para neles acreditar (1,16-21; 3,2s); anuncia a vinda próxima de propagadores do erro (2,1-21; 3,3s), contra os quais adverte os leitores por escrito (1,15). Contra tais erros é necessário ser fiel à palavra apostólica (3,15s) e profética, produzidas pelo Espírito Santo (1,12-21).
Após criticar severamente os hereges pelos erros doutrinários (2,10-11) e desmandos de ordem moral (2,12-19), o autor aborda o tema central da epístola, a volta gloriosa de Cristo (3,4). A doutrina da parusia de Jesus Cristo não é fantasia, mas vem dos apóstolos (cf. 1,16-18) e foi anunciada pelos profetas (1,19-21). O Dia do Senhor parece tardar (3,4), pois para Deus que pacientemente aguarda a conversão do pecador (3,9), “um dia é como mil anos e mil anos como um dia” (3,8). Fiel aos deveres da vocação e à graça recebida (1,3-11) o cristão se prepara para a vinda do Senhor, quando Deus porá fim à realidade presente e criará novos céus e nova terra, onde mora a justiça (3,12-14).
A abertura (1.1‑2) leva a uma lembrança das boas dádivas que Cristo concedeu (1.3‑4), que constituem a base para uma exortação visando o aprimoramento de qualidades cristãs (1.5‑11). Pedro não tem muito tempo de vida pela frente (1.14) e deseja que, depois de sua morte, os leitores sejam capazes de se lembrar da verdade (1.15). Ele insiste em que a mensagem sobre Jesus Cristo não consiste em "fabulas engenhosamente inventadas"; ele pessoalmente declara ter ouvido as palavras faladas por ocasião da transfiguração (1.16‑18). Passa a colocar as Escrituras no âmbito da obra do Espírito Santo nos profetas (1.19‑21). Coloca juntos os falsos profetas do passado a os falsos profetas do futuro (2.1‑3) e lembra seus leitores de que Deus julgou anjos e pessoas ímpias, mas que salvou o justo Ló (2.4‑10). Os falsos mestres que a epístola tem em mente são arrogantes (2.10‑12), mas serão castigados por seu comportamento mau (2.13‑22). Pedro relembra seus leitores aquilo que lhes escreveu numa carta anterior (3.1) e exprime seu desejo de faze‑los lembrarem‑se dos ensinos dos profetas e de Jesus, transmitidos através dos apóstolos (2.3). Zombadores surgirão nos últimos dias (3.3‑7), mas a vinda do Senhor é certa, muito embora ela ocorra na cronologia do próprio Senhor e não na nossa (3.8‑10). Essa vinda constitui a base para uma exortação ao viver piedoso (3.11): os cristãos devem viver na esperança da hora em que os céus serão destruídos pelo fogo a os elementos se derretendo com o calor, o que conduzira ao aparecimento de novos céus e terra (3.12‑13). Pedro recorda os seus leitores daquilo que Paulo tem escrito e continua a instar com eles a viverem corretamente (3.14‑18).
AUTORIA
Nenhum outro livro neotestamentário possui tantos problemas de autenticidade quanto 2 Pedro. Ao contrário de 1 Pedro, esta carta tem um testemunho externo muito fraco, a sua autenticidade é prejudicada por dificuldades também internas. Em vista destes obstáculos, muitos estudiosos rejeitam a autoria petrina desta epístola; isto, porém, não significa que não haja argumento em prol da posição contrária.
Evidencia Externa: O testemunho externo em prol da autoria petrina de 2 Pedro é mais fraco do que em prol de qualquer outro livro neotestamentário, mas ao longo do quarto século ela se tornou geralmente reconhecida como uma obra autentica do apóstolo Pedro. Não há citações incontestes de 2 Pedro no segundo século; no terceiro século, porém, ela é citada nos escritos dos vários pais da igreja, notadamente Orígenes e Clemente de Alexandria. Os escritores do terceiro século geralmente tinham consciência de 2 Pedro e respeitavam seu conteúdo, mas ela ainda era catalogada como um livro contestável. O quarto século presenciou o reconhecimento oficial da autoridade de 2 Pedro a despeito de algumas dúvidas hesitantes. Por várias épocas, 2 Pedro não foi prontamente aceita como livro canônico: (1) Sua lenta circulação a impediu de ser amplamente conhecida. (2) Sua brevidade e seu conteúdo limitavam muitíssimo o número de citações dela nos escritos dos líderes da igreja primitiva. (3) A delonga no reconhecimento significava que 2 Pedro teria de competir com diversas obras mais recentes, as quais reivindicavam falsamente ser petrinas (por exemplo, o Apocalipse de Pedro). (4) Diferenças estilísticas entre 1 e 2 Pedro também corroboraram as dúvidas.
Evidencia Interna: Do lado positivo, 2 Pedro fornece sobejo testemunho de sua origem apostólica. Ela alega ser de "Simão Pedro" (1.1), e o capítulo 3, versículo 1, diz: "Amados, esta é a segunda carta que vos escrevo". O escritor faz referência a predição do Senhor acerca da morte do apóstolo (1.14; cf. Jo 21.18‑19) e diz que foi uma testemunha ocular da transfiguração (1.16‑18). Como apóstolo (1.1), ele se põe em pé de igualdade com Paulo (3.15). Há também palavras distintivas que se encontram em 2 Pedro e nos sermões de Pedro em Atos, bem como palavras e frases incomuns presentes em 1 e 2 Pedro.
Do lado negativo, uma série de áreas incomodas desafiam a posição tradicional: (1) Há diferenças entre o estilo e vocabulário de 1 e 2 Pedro. O grego de 2 Pedro é irregular e deselegante comparado com o de 1 Pedro, e há igualmente diferenças na informalidade e no uso do Antigo Testamento. Estas diferenças, porém, são amiúde exageradas, e podem ser explicadas pelo uso que Pedro faz de Silvano como seu secretário em 1 Pedro, enquanto 2 Pedro é produto de seu próprio punho. (2) Argumenta‑se que 2 Pedro usou uma passagem de Judas para descrever os falsos mestres, e que Judas foi escrita depois da morte de Pedro. Entretanto, esta é uma afirmação questionável, é possível que Judas tenha citado Pedro ou que ambos tenham usado uma fonte comum (3) A referência a uma coleção de cartas de Paulo (3.15-16) implica uma data mais recente para esta epístola. Não é necessário, porém, concluir que todas as cartas de Paulo estavam em questão aqui. O contato de Pedro com Paulo e seus companheiros sem dúvida o levou a familiarizar‑se com várias epístolas paulinas. (4) Alguns estudiosos alegam que o falso ensino mencionado em 2 Pedro era uma forma de gnosticismo que emergiu após os dias de Pedro, contudo há evidência insuficiente em apoio desta posição.
A alternativa para a autoria petrina consiste numa imitação posterior feita em nome de Pedro. Mesmo a alegação de que 2 Pedro foi escrita por um discípulo de Pedro não pode superar o problema de embuste. Além disso, 2 Pedro é claramente superior a quaisquer escritos pseudônimos. A despeito dos problemas externos e internos, a posição tradicional da autoria petrina supera mais dificuldades do que qualquer outra opção.
DATA E CENÁRIO
A maioria dos estudiosos considera o capitulo 3, versículo 1 ("Amados, esta é a segunda carta que vos escrevo"), uma referência a 1 Pedro. Se este for o caso, Pedro tinha em mente os mesmos leitores da Ásia Menor, embora a saudação mais geral (1.1) permitisse também destinatários mais numerosos. Pedro escreveu esta epístola como reação à difusão de ensinos heréticos que eram de todos os mais insidiosos, uma vez que emergiam do seio das igrejas. Esses falsos mestres pervertiam a doutrina da justificação e promoviam uma forma rebelde e imoral de vida.
Esta epístola foi escrita um pouco antes da morte do apóstolo (1.14), provavelmente de Roma. Seu martírio ocorreu entre 64 e 66 d.C.
TEMA E PROPÓSITO
O tema básico que percorre 2 Pedro é o contraste entre o conhecimento e a pratica da verdade versus a falsidade. Esta epístola foi escrita para expor a perigosa e sedutora obra dos falsos mestres a advertir os crentes e colocar‑se em guarda contra o "engano dos homens perversos" (3.17). Também foi escrita para exortar os leitores: "Crescei na graça a no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (3.18), porquanto este avanço para a maturidade cristã é a melhor defesa contra as fraudes espirituais. Outro propósito desta carta consiste em proporcionar um "lembrete" (1.12‑13; 3.1‑2) aos leitores acerca dos elementos fundamentais da vida cristã dos quais eles não devem afastar‑se. Isto inclui a certeza do regresso do Senhor em poder a juízo.
CHAVES PARA II PEDRO
Palavras-chave: “Contra os Falsos Mestres”
Versiculos‑chave (1.20‑21; 3.9‑11) ‑ "Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas homens santos de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo" (1.20‑21).
"O Senhor não retarda sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender‑se. Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo, a os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas.
Capítulo‑chave (1) ‑ A Escritura mais clara em definir a relação entre Deus e o homem sobre a questão de inspiração se acha contida no capítulo 1, versículos 19‑21. Surgem três princípios distintos: (1) que a interpretação das Escrituras não se limita a um eleito favorecido, mas é aberta a todos os que "dividem corretamente a palavra da verdade" (2Tm 2.15); (2) que o profeta divinamente inspirado não iniciou a Escritura por si mesmo; e (3) que o Espírito Santo (não a emoção ou a circunstância do momento) moveu homens santos.
CRISTO EM II PEDRO
Excluindo o primeiro versículo de sua epístola, Pedro emprega o título "Senhor" sempre que menciona o Salvador. O Senhor Jesus Cristo é a fonte do pleno conhecimento e poder para a obtenção da maturidade espiritual (1.2‑3, 8; 3.18). Pedro lembra a glória de sua transfiguração no monte santo e antecipa sua parousia, "vinda", quando o mundo inteiro, não apenas três homens e uma montanha, contemplará sua glória.
CONTRIBUIÇÃO À BÍBLIA
Enquanto 1 Pedro trata da submissão a Deus como a reação correta ao sofrimento vindo de fora, 2 Pedro se concentra no conhecimento da verdade como a reação correta ao erro que vem de dentro. As palavras "sofrimento" em 1 Pedro e "conhecimento" em 2 Pedro aparecem dezesseis vezes em diversas formas. O "conhecimento" de 2 Pedro envolve não só a compreensão intelectual, mas também a concretização experimental. Tem por base a aplicação da verdade espiritual para o crescimento na vida do crente.
As duas epístolas de Pedro podem ser contrastadas de diversas formas:
Oposição Externa
Oposição Interna
Hostilidade
Heresia
Antagonismo
Apostasia
Paciência
Firmeza
Espera
Advertência
Sofrimento
Erro
Submissão
Conhecimento
Conforto
Prudência
Esperança no regresso do Senhor
Confiança no regresso do Senhor
Santidade
Maturidade
"Dor com um propósito"
"Veneno nos bancos da igreja"
O cenário de Pedro quanto à criação dos céus a da terra atuais e a dissolução do universo a criação dos novos céus e nova terra constitui uma das passagens mais assustadoras de toda a Escritura (3.5‑13).
VISTA – PANORÂMICA DE II PEDRO
Pedro escreveu sua primeira epístola com o fim de estimular seus leitores a uma reação correta à oposição
externa. Sua segunda epístola focaliza a oposição interna provocada por falsos mestres, cujas "heresias destrutivas" (2.1) podem seduzir os crentes ao erro e a imoralidade. Enquanto 1 Pedro fala do novo nascimento por meio da Palavra viva, 2 Pedro realça a necessidade de crescimento na graça a no conhecimento de Cristo. O melhor antídoto para o erro é uma sólida compreensão da verdade. 2 Pedro se divide em três partes: cultivo do caráter cristão (1); condenação dos falsos mestres (2); a confiança no regresso de Cristo (3).
Cultivo do Caráter Cristão (1)
A saudação de Pedro (1.1‑2) é uma introdução ao tema principal do capítulo 1, ou seja, o verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo. Os leitores são lembrados das "grandes e preciosas promessas" que lhes pertencem em virtude de sua vocação e fé em Cristo (1.3‑4). Eles foram trasladados da corrupção do mundo para serem conformados a Cristo, Pedro insiste com eles para que avancem, forjando uma cadeia de oito virtudes cristãs de fé e amor (1.5‑7). Se um crente não transforma a confissão em pratica, torna‑se espiritualmente inútil, pervertendo o propósito para o qual foi chamado (1.8‑11).
Esta carta foi escrita não muito antes da morte de Pedro (1.14) com o fim de recordar aos crentes as riquezas de sua posição em Cristo e sua responsabilidade de defender a verdade (1.12‑21). Pedro sabia que sua partida deste mundo era iminente, e deixou esta carta como um legado escrito. Como testemunha ocular da vida de Cristo (ele ilustra isto com uma descrição da transfiguração em 1.16‑18), Pedro afirma a autoridade e credibilidade da palavra profética. A mais clara descrição do processo divino‑humano de inspiração se encontra no capítulo 1, versículo 21: "mas homens santos de Deus falaram quando foram movidos pelo Espírito Santo”.
Condenação dos Falsos Mestres (2)
A discussão de Pedro em torno da verdadeira profecia o conduz a uma extensa denuncia da falsa profecia nas igrejas. Esses falsos mestres eram especialmente perigosos em razão de surgirem no seio da igreja e minarem a confiança dos crentes (2.1‑3). A extensa descrição que Pedro faz das características desses falsos mestres (2.10‑22) expõe a futilidade e corrupção de suas estratégias. Seus ensinos e estilo de vida cheiram a arrogância e ao egoísmo; suas astutas palavras, porém, são capazes de seduzir os crentes imaturos.
Confiança no Regresso de Cristo (3)
Uma vez mais Pedro declara que esta carta se destina a despertar a mente de seus leitores "com admoestações" (3.1; cf. 1.13). Este capítulo muitíssimo oportuno busca trazer‑lhes a lembrança a infalível verdade da parousia iminente (esta palavra grega, usada em 3.4, 12, se refere à Segunda Vinda ou Segundo Advento de Cristo), a refutar os escarnecedores que nos últimos dias negarão esta doutrina. Tais escarnecedores alegarão que Deus não interfere poderosamente nas atividades do mundo; Pedro, porém, chama a atenção para três eventos catastróficos, dois passados a um futuro, divinamente provocados: a Criação, o Dilúvio e a dissolução dos céus a da terra atuais (3.1‑7). Pode parecer que a promessa do regresso de Cristo não se cumprirá; isso, porém, não procede, por duas razões: a perspectiva divina quanto à ação do tempo é completamente diferente da dos homens, e a aparente delonga da parousia se deve à paciência divina por esperar que mais pessoas cheguem ao conhecimento de Cristo (3.8‑9). Não obstante, o dia da consumação virá, e toda a matéria deste universo evidentemente será transformada em energia, da qual Deus formará um novo cosmos (3.10‑13).
A luz desta vinda do dia do Senhor, Pedro exorta seus leitores a cultivar uma vida de santidade, firmeza e desenvolvimento (3.14‑18). Ele faz menção das cartas de "nosso amado irmão Paulo" e significativamente a coloca em pé de igualdade com as Escrituras do Antigo Testamento (3.15-16). Depois de uma advertência final sobre o perigo dos falsos mestres, a epístola se encerra com um apelo a maturidade e com uma doxologia.
ESBOÇO DE II PEDRO
I. Cultivo do Caráter Cristão 1.1‑21
A. Saudação 1.1‑2
B. Crescimento em Cristo 1.3‑14
C. Os Fundamentos da Fé 1.15‑21
D. Experiência da Transfiguração 1.15‑18
E. Infalibilidade das Escrituras 1.19‑21
II. Condenação dos Falsos Mestres . 2.1‑22
A. Perigo dos Falsos Mestres 2.1‑3
B. Destruição dos Falsos Mestres 2.4‑9
C. Descrição dos Falsos Mestres 2.10‑22
III. Confiança no Regresso de Cristo 3.1‑18
A. O Escárnio dos 0ltimos Dias 3.1‑7
B. A Manifestação do Dia do Senhor 3.8‑10
C. Maturidade 0lhando o Dia do Senhor.3.11‑18
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A carta de II Pedro tem como objetivo principal advertir contra a apostasia vindoura, quando líderes na igreja, por interesses pecuniários, permitiriam licenciosidade e toda má ação; apostasia em que a igreja deixaria de aguardar a vinda do Senhor, e para dar a entender que essa vinda podia demorar longo tempo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Introdução ao Novo testamento – D. A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris – Editora Vida Nova.
- Descobrindo a Bíblia – Bruce Wilkinson & Kenneth Boa – Editora Candeia.
- Manual bíblico – H. H. Halley – Editora Vida Nova.
- CD Bíblia sagrada Seafox.
Enquanto 1 Pedro trata dos problemas externos; 2 Pedro trata dos problemas internos. Pedro escreve com o intuito de advertir os crentes acerca dos falsos mestres que estão tentando prejudicar a doutrina. Ele começa insistindo com eles para manter estrita vigilância sobre sua vida pessoal. A vida cristã demanda diligencia no cultivo da excelência moral, do conhecimento, do domínio próprio, da perseverança, da piedade, da fraternidade benigna e do amor altruísta. Ao contrario disso, os falsos mestres são sensuais, arrogantes, ávidos a cobiçosos. Escarneciam da idéia de um juízo futuro e se entretiam como se o presente fosse o padrão para o futuro. Pedro lembra‑lhes de que, embora Deus usasse de longanimidade antes de enviar seu juízo, por fim ele viria. Em vista desse fato, os crentes devem viver de forma piedosa, inculpável e inabalável.
A declaração da autoria (1.1) é sobejamente clara: "Simão Pedro, servo a apóstolo de Jesus Cristo". Para distinguir esta epístola de 1 Pedro, foi‑lhe dado o título Petrou B, "Segunda Pedro".
CONTEÚDO
O autor se identifica como “Simão Pedro” (1,1) e “testemunha” de Cristo (1,16-18). Mas, ao contrário de 1Pd. que foi logo aceita como autêntica e canônica, sobre 2Pd já na Igreja antiga pairaram dúvidas devido à grande diferença de linguagem entre as duas epístolas. A tardia aceitação da epístola pelas igrejas orientais e ocidentais (séc. V/VI) e a sua dependência da epístola de Judas, composta após a morte de Pedro, levou a maioria dos exegetas a negar a autenticidade de 2Pd.
O autor é um cristão de origem judaica (1,16; 2,1. 18), bom helenista, mas distinto do autor de 1Pd, pois a linguagem e o gênero literário são diferentes. A carta foi escrita entre os anos 70 e 125 dC. Os leitores da carta são os mesmos de 1Pd, pertencentes às comunidades da Ásia Menor e todos eles cristãos (1,1). Os hereges combatidos parecem ser os mesmos visados pela epístola de Judas: gnósticos libertinos que, a pretexto de possuírem o Espírito, desprezam as leis morais (2,1–3,3) e negam a parusia (3,4-10).
O autor apresenta o seu escrito como um testamento espiritual de Pedro (cf. 1,13-15): cônscio de sua morte por revelação divina (1,14), o apóstolo recorda os ensinamentos do passado (1,12s; 3,1) e as razões para neles acreditar (1,16-21; 3,2s); anuncia a vinda próxima de propagadores do erro (2,1-21; 3,3s), contra os quais adverte os leitores por escrito (1,15). Contra tais erros é necessário ser fiel à palavra apostólica (3,15s) e profética, produzidas pelo Espírito Santo (1,12-21).
Após criticar severamente os hereges pelos erros doutrinários (2,10-11) e desmandos de ordem moral (2,12-19), o autor aborda o tema central da epístola, a volta gloriosa de Cristo (3,4). A doutrina da parusia de Jesus Cristo não é fantasia, mas vem dos apóstolos (cf. 1,16-18) e foi anunciada pelos profetas (1,19-21). O Dia do Senhor parece tardar (3,4), pois para Deus que pacientemente aguarda a conversão do pecador (3,9), “um dia é como mil anos e mil anos como um dia” (3,8). Fiel aos deveres da vocação e à graça recebida (1,3-11) o cristão se prepara para a vinda do Senhor, quando Deus porá fim à realidade presente e criará novos céus e nova terra, onde mora a justiça (3,12-14).
A abertura (1.1‑2) leva a uma lembrança das boas dádivas que Cristo concedeu (1.3‑4), que constituem a base para uma exortação visando o aprimoramento de qualidades cristãs (1.5‑11). Pedro não tem muito tempo de vida pela frente (1.14) e deseja que, depois de sua morte, os leitores sejam capazes de se lembrar da verdade (1.15). Ele insiste em que a mensagem sobre Jesus Cristo não consiste em "fabulas engenhosamente inventadas"; ele pessoalmente declara ter ouvido as palavras faladas por ocasião da transfiguração (1.16‑18). Passa a colocar as Escrituras no âmbito da obra do Espírito Santo nos profetas (1.19‑21). Coloca juntos os falsos profetas do passado a os falsos profetas do futuro (2.1‑3) e lembra seus leitores de que Deus julgou anjos e pessoas ímpias, mas que salvou o justo Ló (2.4‑10). Os falsos mestres que a epístola tem em mente são arrogantes (2.10‑12), mas serão castigados por seu comportamento mau (2.13‑22). Pedro relembra seus leitores aquilo que lhes escreveu numa carta anterior (3.1) e exprime seu desejo de faze‑los lembrarem‑se dos ensinos dos profetas e de Jesus, transmitidos através dos apóstolos (2.3). Zombadores surgirão nos últimos dias (3.3‑7), mas a vinda do Senhor é certa, muito embora ela ocorra na cronologia do próprio Senhor e não na nossa (3.8‑10). Essa vinda constitui a base para uma exortação ao viver piedoso (3.11): os cristãos devem viver na esperança da hora em que os céus serão destruídos pelo fogo a os elementos se derretendo com o calor, o que conduzira ao aparecimento de novos céus e terra (3.12‑13). Pedro recorda os seus leitores daquilo que Paulo tem escrito e continua a instar com eles a viverem corretamente (3.14‑18).
AUTORIA
Nenhum outro livro neotestamentário possui tantos problemas de autenticidade quanto 2 Pedro. Ao contrário de 1 Pedro, esta carta tem um testemunho externo muito fraco, a sua autenticidade é prejudicada por dificuldades também internas. Em vista destes obstáculos, muitos estudiosos rejeitam a autoria petrina desta epístola; isto, porém, não significa que não haja argumento em prol da posição contrária.
Evidencia Externa: O testemunho externo em prol da autoria petrina de 2 Pedro é mais fraco do que em prol de qualquer outro livro neotestamentário, mas ao longo do quarto século ela se tornou geralmente reconhecida como uma obra autentica do apóstolo Pedro. Não há citações incontestes de 2 Pedro no segundo século; no terceiro século, porém, ela é citada nos escritos dos vários pais da igreja, notadamente Orígenes e Clemente de Alexandria. Os escritores do terceiro século geralmente tinham consciência de 2 Pedro e respeitavam seu conteúdo, mas ela ainda era catalogada como um livro contestável. O quarto século presenciou o reconhecimento oficial da autoridade de 2 Pedro a despeito de algumas dúvidas hesitantes. Por várias épocas, 2 Pedro não foi prontamente aceita como livro canônico: (1) Sua lenta circulação a impediu de ser amplamente conhecida. (2) Sua brevidade e seu conteúdo limitavam muitíssimo o número de citações dela nos escritos dos líderes da igreja primitiva. (3) A delonga no reconhecimento significava que 2 Pedro teria de competir com diversas obras mais recentes, as quais reivindicavam falsamente ser petrinas (por exemplo, o Apocalipse de Pedro). (4) Diferenças estilísticas entre 1 e 2 Pedro também corroboraram as dúvidas.
Evidencia Interna: Do lado positivo, 2 Pedro fornece sobejo testemunho de sua origem apostólica. Ela alega ser de "Simão Pedro" (1.1), e o capítulo 3, versículo 1, diz: "Amados, esta é a segunda carta que vos escrevo". O escritor faz referência a predição do Senhor acerca da morte do apóstolo (1.14; cf. Jo 21.18‑19) e diz que foi uma testemunha ocular da transfiguração (1.16‑18). Como apóstolo (1.1), ele se põe em pé de igualdade com Paulo (3.15). Há também palavras distintivas que se encontram em 2 Pedro e nos sermões de Pedro em Atos, bem como palavras e frases incomuns presentes em 1 e 2 Pedro.
Do lado negativo, uma série de áreas incomodas desafiam a posição tradicional: (1) Há diferenças entre o estilo e vocabulário de 1 e 2 Pedro. O grego de 2 Pedro é irregular e deselegante comparado com o de 1 Pedro, e há igualmente diferenças na informalidade e no uso do Antigo Testamento. Estas diferenças, porém, são amiúde exageradas, e podem ser explicadas pelo uso que Pedro faz de Silvano como seu secretário em 1 Pedro, enquanto 2 Pedro é produto de seu próprio punho. (2) Argumenta‑se que 2 Pedro usou uma passagem de Judas para descrever os falsos mestres, e que Judas foi escrita depois da morte de Pedro. Entretanto, esta é uma afirmação questionável, é possível que Judas tenha citado Pedro ou que ambos tenham usado uma fonte comum (3) A referência a uma coleção de cartas de Paulo (3.15-16) implica uma data mais recente para esta epístola. Não é necessário, porém, concluir que todas as cartas de Paulo estavam em questão aqui. O contato de Pedro com Paulo e seus companheiros sem dúvida o levou a familiarizar‑se com várias epístolas paulinas. (4) Alguns estudiosos alegam que o falso ensino mencionado em 2 Pedro era uma forma de gnosticismo que emergiu após os dias de Pedro, contudo há evidência insuficiente em apoio desta posição.
A alternativa para a autoria petrina consiste numa imitação posterior feita em nome de Pedro. Mesmo a alegação de que 2 Pedro foi escrita por um discípulo de Pedro não pode superar o problema de embuste. Além disso, 2 Pedro é claramente superior a quaisquer escritos pseudônimos. A despeito dos problemas externos e internos, a posição tradicional da autoria petrina supera mais dificuldades do que qualquer outra opção.
DATA E CENÁRIO
A maioria dos estudiosos considera o capitulo 3, versículo 1 ("Amados, esta é a segunda carta que vos escrevo"), uma referência a 1 Pedro. Se este for o caso, Pedro tinha em mente os mesmos leitores da Ásia Menor, embora a saudação mais geral (1.1) permitisse também destinatários mais numerosos. Pedro escreveu esta epístola como reação à difusão de ensinos heréticos que eram de todos os mais insidiosos, uma vez que emergiam do seio das igrejas. Esses falsos mestres pervertiam a doutrina da justificação e promoviam uma forma rebelde e imoral de vida.
Esta epístola foi escrita um pouco antes da morte do apóstolo (1.14), provavelmente de Roma. Seu martírio ocorreu entre 64 e 66 d.C.
TEMA E PROPÓSITO
O tema básico que percorre 2 Pedro é o contraste entre o conhecimento e a pratica da verdade versus a falsidade. Esta epístola foi escrita para expor a perigosa e sedutora obra dos falsos mestres a advertir os crentes e colocar‑se em guarda contra o "engano dos homens perversos" (3.17). Também foi escrita para exortar os leitores: "Crescei na graça a no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (3.18), porquanto este avanço para a maturidade cristã é a melhor defesa contra as fraudes espirituais. Outro propósito desta carta consiste em proporcionar um "lembrete" (1.12‑13; 3.1‑2) aos leitores acerca dos elementos fundamentais da vida cristã dos quais eles não devem afastar‑se. Isto inclui a certeza do regresso do Senhor em poder a juízo.
CHAVES PARA II PEDRO
Palavras-chave: “Contra os Falsos Mestres”
Versiculos‑chave (1.20‑21; 3.9‑11) ‑ "Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas homens santos de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo" (1.20‑21).
"O Senhor não retarda sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender‑se. Virá, pois, como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo, a os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, serão descobertas.
Capítulo‑chave (1) ‑ A Escritura mais clara em definir a relação entre Deus e o homem sobre a questão de inspiração se acha contida no capítulo 1, versículos 19‑21. Surgem três princípios distintos: (1) que a interpretação das Escrituras não se limita a um eleito favorecido, mas é aberta a todos os que "dividem corretamente a palavra da verdade" (2Tm 2.15); (2) que o profeta divinamente inspirado não iniciou a Escritura por si mesmo; e (3) que o Espírito Santo (não a emoção ou a circunstância do momento) moveu homens santos.
CRISTO EM II PEDRO
Excluindo o primeiro versículo de sua epístola, Pedro emprega o título "Senhor" sempre que menciona o Salvador. O Senhor Jesus Cristo é a fonte do pleno conhecimento e poder para a obtenção da maturidade espiritual (1.2‑3, 8; 3.18). Pedro lembra a glória de sua transfiguração no monte santo e antecipa sua parousia, "vinda", quando o mundo inteiro, não apenas três homens e uma montanha, contemplará sua glória.
CONTRIBUIÇÃO À BÍBLIA
Enquanto 1 Pedro trata da submissão a Deus como a reação correta ao sofrimento vindo de fora, 2 Pedro se concentra no conhecimento da verdade como a reação correta ao erro que vem de dentro. As palavras "sofrimento" em 1 Pedro e "conhecimento" em 2 Pedro aparecem dezesseis vezes em diversas formas. O "conhecimento" de 2 Pedro envolve não só a compreensão intelectual, mas também a concretização experimental. Tem por base a aplicação da verdade espiritual para o crescimento na vida do crente.
As duas epístolas de Pedro podem ser contrastadas de diversas formas:
Oposição Externa
Oposição Interna
Hostilidade
Heresia
Antagonismo
Apostasia
Paciência
Firmeza
Espera
Advertência
Sofrimento
Erro
Submissão
Conhecimento
Conforto
Prudência
Esperança no regresso do Senhor
Confiança no regresso do Senhor
Santidade
Maturidade
"Dor com um propósito"
"Veneno nos bancos da igreja"
O cenário de Pedro quanto à criação dos céus a da terra atuais e a dissolução do universo a criação dos novos céus e nova terra constitui uma das passagens mais assustadoras de toda a Escritura (3.5‑13).
VISTA – PANORÂMICA DE II PEDRO
Pedro escreveu sua primeira epístola com o fim de estimular seus leitores a uma reação correta à oposição
externa. Sua segunda epístola focaliza a oposição interna provocada por falsos mestres, cujas "heresias destrutivas" (2.1) podem seduzir os crentes ao erro e a imoralidade. Enquanto 1 Pedro fala do novo nascimento por meio da Palavra viva, 2 Pedro realça a necessidade de crescimento na graça a no conhecimento de Cristo. O melhor antídoto para o erro é uma sólida compreensão da verdade. 2 Pedro se divide em três partes: cultivo do caráter cristão (1); condenação dos falsos mestres (2); a confiança no regresso de Cristo (3).
Cultivo do Caráter Cristão (1)
A saudação de Pedro (1.1‑2) é uma introdução ao tema principal do capítulo 1, ou seja, o verdadeiro conhecimento de Jesus Cristo. Os leitores são lembrados das "grandes e preciosas promessas" que lhes pertencem em virtude de sua vocação e fé em Cristo (1.3‑4). Eles foram trasladados da corrupção do mundo para serem conformados a Cristo, Pedro insiste com eles para que avancem, forjando uma cadeia de oito virtudes cristãs de fé e amor (1.5‑7). Se um crente não transforma a confissão em pratica, torna‑se espiritualmente inútil, pervertendo o propósito para o qual foi chamado (1.8‑11).
Esta carta foi escrita não muito antes da morte de Pedro (1.14) com o fim de recordar aos crentes as riquezas de sua posição em Cristo e sua responsabilidade de defender a verdade (1.12‑21). Pedro sabia que sua partida deste mundo era iminente, e deixou esta carta como um legado escrito. Como testemunha ocular da vida de Cristo (ele ilustra isto com uma descrição da transfiguração em 1.16‑18), Pedro afirma a autoridade e credibilidade da palavra profética. A mais clara descrição do processo divino‑humano de inspiração se encontra no capítulo 1, versículo 21: "mas homens santos de Deus falaram quando foram movidos pelo Espírito Santo”.
Condenação dos Falsos Mestres (2)
A discussão de Pedro em torno da verdadeira profecia o conduz a uma extensa denuncia da falsa profecia nas igrejas. Esses falsos mestres eram especialmente perigosos em razão de surgirem no seio da igreja e minarem a confiança dos crentes (2.1‑3). A extensa descrição que Pedro faz das características desses falsos mestres (2.10‑22) expõe a futilidade e corrupção de suas estratégias. Seus ensinos e estilo de vida cheiram a arrogância e ao egoísmo; suas astutas palavras, porém, são capazes de seduzir os crentes imaturos.
Confiança no Regresso de Cristo (3)
Uma vez mais Pedro declara que esta carta se destina a despertar a mente de seus leitores "com admoestações" (3.1; cf. 1.13). Este capítulo muitíssimo oportuno busca trazer‑lhes a lembrança a infalível verdade da parousia iminente (esta palavra grega, usada em 3.4, 12, se refere à Segunda Vinda ou Segundo Advento de Cristo), a refutar os escarnecedores que nos últimos dias negarão esta doutrina. Tais escarnecedores alegarão que Deus não interfere poderosamente nas atividades do mundo; Pedro, porém, chama a atenção para três eventos catastróficos, dois passados a um futuro, divinamente provocados: a Criação, o Dilúvio e a dissolução dos céus a da terra atuais (3.1‑7). Pode parecer que a promessa do regresso de Cristo não se cumprirá; isso, porém, não procede, por duas razões: a perspectiva divina quanto à ação do tempo é completamente diferente da dos homens, e a aparente delonga da parousia se deve à paciência divina por esperar que mais pessoas cheguem ao conhecimento de Cristo (3.8‑9). Não obstante, o dia da consumação virá, e toda a matéria deste universo evidentemente será transformada em energia, da qual Deus formará um novo cosmos (3.10‑13).
A luz desta vinda do dia do Senhor, Pedro exorta seus leitores a cultivar uma vida de santidade, firmeza e desenvolvimento (3.14‑18). Ele faz menção das cartas de "nosso amado irmão Paulo" e significativamente a coloca em pé de igualdade com as Escrituras do Antigo Testamento (3.15-16). Depois de uma advertência final sobre o perigo dos falsos mestres, a epístola se encerra com um apelo a maturidade e com uma doxologia.
ESBOÇO DE II PEDRO
I. Cultivo do Caráter Cristão 1.1‑21
A. Saudação 1.1‑2
B. Crescimento em Cristo 1.3‑14
C. Os Fundamentos da Fé 1.15‑21
D. Experiência da Transfiguração 1.15‑18
E. Infalibilidade das Escrituras 1.19‑21
II. Condenação dos Falsos Mestres . 2.1‑22
A. Perigo dos Falsos Mestres 2.1‑3
B. Destruição dos Falsos Mestres 2.4‑9
C. Descrição dos Falsos Mestres 2.10‑22
III. Confiança no Regresso de Cristo 3.1‑18
A. O Escárnio dos 0ltimos Dias 3.1‑7
B. A Manifestação do Dia do Senhor 3.8‑10
C. Maturidade 0lhando o Dia do Senhor.3.11‑18
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A carta de II Pedro tem como objetivo principal advertir contra a apostasia vindoura, quando líderes na igreja, por interesses pecuniários, permitiriam licenciosidade e toda má ação; apostasia em que a igreja deixaria de aguardar a vinda do Senhor, e para dar a entender que essa vinda podia demorar longo tempo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- Introdução ao Novo testamento – D. A. Carson, Douglas J. Moo, Leon Morris – Editora Vida Nova.
- Descobrindo a Bíblia – Bruce Wilkinson & Kenneth Boa – Editora Candeia.
- Manual bíblico – H. H. Halley – Editora Vida Nova.
- CD Bíblia sagrada Seafox.
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